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Primeira Avaliação de Arte e Antropologia

Por:   •  12/1/2019  •  Ensaio  •  1.119 Palavras (5 Páginas)  •  165 Visualizações

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro[pic 1]

Instituto de Artes

Anderson Ladislau da Rocha

Primeira Avaliação de Arte e Antropologia


Anderson Ladislau da Rocha

Resposta às questões apresentadas de Arte e Antropologia III

Trabalho apresentado à disciplina de Arte e Antropologia III, ministrada pelo Prof. Dr. Maurício Barros, do curso de Licenciatura em Artes Visuais, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.


1)        Explique as duas maneiras pelas quais, segundo Sally Price, o Museu do Quai Branly silencia os subalternos. Comente os exemplos citados pela autora.

        

        Com o objetivo de dar visibilidade às culturas não-européias, em especial, as artes, o museu Quai Branly surge como uma tentativa de encerrar a "hierarquia de culturas" por meio de um "diálogo" cultural. Entretanto, o que se viu após alguns anos da sua inauguração e inúmeras obras que passaram por lá, foi a negação à história que as culturas não-européias possuíam. A presença etnocêntrica no discurso do governo francês, por meio do então presidente Sarkozy, aos universitários africanos, causou inúmeros protestos e críticas permitindo que a realidade histórica por trás dos objetos apropriados pelos colonizadores europeus na sua relação com o continente africano, fosse ignorada.

        Ao longo das diversas exposições dos artistas tanto europeus quanto os não-Ocidentais, foi possível perceber que existia, nitidamente, um tratamento diferenciado entre estes artistas, privilegiando os que eram de origem ocidental. Por exemplo, vemos as obras dos artistas aborígenes, que pouco utilizou os espaços da galeria para expor as suas obras e, com isso, tornou-se uma espécie de objetos de ornamentação de paredes e tetos. O artista aborígene australiano, Tommy Watson, que teve uma de suas obras alteradas por uma empresa de arquitetura quando esta acrescentou tinta verde nas telas que continham, predominantemente, a cor vermelho e, além disso, alterou a sua escala e remanejou-a para outra parede. Semelhantemente, outro artista que teve a sua obra alterada arbitrariamente pela direção do museu , foi Lena Nyadib, que viu sua pintura em preto e branco sendo alterado em tons de cinza para harmonizar com os prédios Haussmanian.

        A ausência das críticas sociais são também considerados uma forma de silenciar os subalternos. Tais críticas são necessárias para que seja revelada a história dos países colonizadores e, sobretudo, para que se conheça a maneira com que os países não-ocidentais foram diretamente atingidos em virtude da exploração dos seus artefatos e elementos culturais pelos ocidentais que, agora, expõem tais objetos nas suas galerias mas não esclarece a maneira como se obteve estes objetos, sob o pretexto de que um espaço cultural de tamanha importância, como é o museu Quai Branly, deve se abster de assuntos delicados, que possam comprometer a diplomacia e a harmonia.

        Evidentemente, o olhar dos observadores para as coleções dos não-europeus expostos em locais fora das suas origens, sofreria um grande impacto se estes objetos fossem relacionados (e estão) aos atos como os testes nucleares no Pacífico, os massacres e a supressão de religiões nativas dos colonizados. A maneira de evitar esta possível relação é silenciando os críticos não-ocidentais que, certamente, fariam tais análises e críticas pertinentes uma vez que estes artistas fazem parte dos países dominados e foram testemunhas do tratamento inapropriado e hostil que os representantes ocidentais oferecem aos artistas não-ocidentais. Exemplo disso é o tratamento e as negociações difíceis com as quais os artistas deveriam se submeter para expor suas obras registrados pelo por Arnauld Morvan. Para eles, a cultura aborígene era e sempre será primitiva por não haver renovação, por serem estáticas e atemporais.

        Por fim, os colonizadores franceses, descrevem a história das suas colônias como sendo uma espécie de ação beneficente em prol dos colonizados uma vez que o quadro existencial das cidades eram precárias em função das invasões. Contudo, com a chegada dos franceses, esse quadro muda com investimentos na infra-estrutura e uma série de benefícios. Essa descrição da relação dos europeus com os não ocidentais só reforça a relação colonizadora e opressora, porém, tenta-se camuflar a verdadeira face de um fato histórico que reflete na relação das obras de artes originadas destes locais não-ocidentais e o tratamento que os artistas da mesma origem recebe os grandes centros culturais na França e toda a Europa.

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