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Recensão Crítica da obra No castelo do Barba Azul de George Steiner

Por:   •  20/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.338 Palavras (6 Páginas)  •  1.486 Visualizações

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Universidade dos Açores[pic 4]

Departamento de Línguas e Literaturas Modernas

Licenciatura em Estudos Portugueses e ingles (2015/2016) – 1º ano – 1º semestre

Introdução ao estudo da cultura

Recensão crítica

No castelo do Barba Azul

Algumas notas para a redefinição da cultura

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Docente: Professora Doutora Ana Cristina Correia Gil

Discente: Wilson Xavier Torres Medeiros nº 20152838

 

Ponta Delgada, 2 de novembro de 2015

Em 1929, na cidade francesa, Paris, nasceu George Steiner, um completo herdeiro de Sócrates no século XX que, no início dos anos 40, partiu com a sua família para Nova Iorque para fugir ao regime nazi e onde, mais tarde, estudou Ciências em Chicago e retornou à Europa para se doutorar em Literatura Aplicada, na Universidade de Oxford. Adepto de uma posição clássica face à pós-modernidade, torna-se célebre com As Antígonas e, principalmente, com No castelo do Barba Azul uma das suas melhores obras.

No castelo do Barba Azul é uma obra que surgiu com o objetivo de caraterizar a cultura contemporânea e apontar os aspetos para a redefinição da mesma. O próprio nome do livro relembra-nos um tradicional conto francês com o mesmo nome, um nobre de barba azul que já havia se casado com várias mulheres que acabavam mortas num quarto. É neste sentido que a cultura, revestida de forma metafórica pelo castelo, abre a porta a quatro capítulos, sendo que o segundo e terceiro formam uma unidade. Portanto, irei considerar o livro em três partes. Cada uma é marcada por uma estratégia primordial: o autor anuncia temas urgentes, problemáticos, e, em seguida, evita todas as dificuldades que levantam.

Na primeira parte, o autor realça a crise da cultura, na qual recua o olhar para o século XIX e afirma, que certas origens específicas no comportamento desumano são encontradas na sua longa paz, e de facto, ele está correto. Ele remete-nos para o verão de 1815 até 1915 onde todos vivam em plenitude, mas realça que, após um período de prosperidade surgem crises. Este ponto é marcado com bastanta frequência, e certamente vale a pena repetir que no século do progresso melioristico podemos encontrar uma reunião de fadiga nervosa. Trata-se de tédio, os sinais em que Steiner traça na cultura europeia durante o segundo semestre do século XIX e este tédio dá origem a um desejo de dissolução violenta. Mas, há que lembrar que foi nesse período que o modernismo começava a exaltar-se, pois veio com a concessão de um conceito de que a vida oitocentista era ultrapassada e que deveriamos deixar de lado e criar um nova cultura.

A indignação e furor do autor começam a se aprofundar na segunda parte, ao ver o triunfo do nazismo como o último de uma série de rebeliões impulsivas do homem contra a tirania do monoteísmo, que de forma duvidosa e indesejada, abençoava os judeus ao reduzi-los no mundo: matando-os. Desta forma, a cultura ocidental poderia erradicar aqueles que tiveram “criado” Deus.

 O holocausto é um exemplo visível, o mais marcado, da consciência sensorial natural, de necessidades politeístas. Se à primeira vista parece ofensivo para os judeus ter-se dito que eles eram a má consciência da história ocidental, também deve haver um momento de reflexão de forma a revelar que é uma “conversa de chaxa”, a uma séria problemática. Uma explicação para a ascenção de regimes totalitários foi o isolamento de um grupo extremamente complexo de eventos históricos. Por outras palavras, se dissermos que o nazismo surgiu por causa de certas falhas no capitalismo alemão, ou por causa das consequências vingativas do  Tratado de Versalhes ou até mesmo porque os stalinistas tiveram prosseguido políticas desastrosas, haverá alguém que possa discordar? De certa forma só poderá trazer evidências para suporta-las.

Portanto, de que serve dizer que a cultura ocidental foi a causadora da morte do judeus, que por sua vez, foram os nazis, ou  de certa forma surge ser mais plausível dizer que a cultura ocidental foi destruída pelos nazis? Estas questões podem constituir evidências de meros fenómenos históricos. Obviamente que quando Steiner escreve «A qualidade abrupta da revelação mosaica, o carácter definitivo do credo do Sinai, abalaram a psique humana nas suas raízes mais profundas» (STEINER, 1992: 47), não faz uma declaração aberta ao escrutínio histórico. Agora questionamos: Como foi esta revelação abrupta Mosaic? O que o autor faz dessas culturas que continuaram a viver no conforto ignorante sem terem em conta a dita revelação de Moisac?

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