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Resenha De CASTRO, Cláudio De Moura - "Memórias De Um Orientador De Tese: Um Autor Relê Sua Obra Depois De Um Quarto De século"

Artigo: Resenha De CASTRO, Cláudio De Moura - "Memórias De Um Orientador De Tese: Um Autor Relê Sua Obra Depois De Um Quarto De século". Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  24/2/2013  •  1.326 Palavras (6 Páginas)  •  3.264 Visualizações

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Cláudio Moura Castro foi convidado a republicar, em 2001, um texto seu que escrevera 25 anos antes, e pediram-lhe que revisasse o texto para que fizesse as atualizações e/ou correções que julgasse necessárias. Entretanto, Castro releu seu texto, com receio, mas considerou que de modo geral ele permanecia atual, inclusive, de certa maneira mais relevante do que quando fora publicado anteriormente em 1978, pois entende que em aquele tempo as preocupações eram: em um primeiro momento, sobre temas irrelevantes e com pouca contribuição científica; e em seguida, discursos demasiadamente ideológicos tomaram conta do meio acadêmico, numa briga de forças em que todos se viam como donos da verdade, sem se renovarem e também sem se preocuparem suficientemente com o objeto de estudo, a educação. Assim, considera Castro que, neste período, “a temática havia saltado do tricô para a luta de classe” (p. 110).

Já sobre texto em si, aquele publicado originalmente em 1978, trata de reflexões de Castro sobre suas experiências enquanto orientador. Considera ele, que cada orientador possui um estilo próprio de pessoal e profissional, alguns obtendo maiores êxitos do que outros, todavia “de forma alguma haveria modelos de atuação pessoal que fossem únicos ou necessariamente melhores” (p. 112). E para ele, a maior parte do tempo despendido na orientação decorre em função da inexperiência do aluno e das limitações de tempo.

A partir do exposto, Castro busca delimitar o que considera não se tratar de uma tese, lamentando, mais do que aqueles que não conseguem terminar sua tese de mestrado, aqueles que a concluem com uma produção de pouca qualidade. Assim, não seriam uma tese:

1) Propostas ou planos – em que considera este tipo de trabalho um “exercício deseducacional”, e justifica que “é preciso conhecer a realidade, antes de tentar modificá-la” (p. 114), assim, entende que o aluno não possui, neste tipo de pesquisa, a abordagem empírica suficientemente estabelecida.

2) Tese didática – Castro entende que este tipo de trabalho não consiste em uma tese, pois não passa de um mero exercício de redação, e considera que, escrever livros didáticos é tarefa de professor, e não de alunos, o que são aqueles enquanto mestrandos. E conclui, “o curso de pós-graduação é uma volta ao desconhecido, é uma tomada de consciência da própria ignorância” (p. 115).

3) Revisão bibliográfica – o autor considera que a revisão é parte da tese, a primeira, mas a tese deve ir bem além da revisão, implica em análise e síntese, ou seja, a partir do conhecimento existente agregar algo a ele. Assim, considera a revisão bibiográfica um importante exercício, mas não cabe como uma tese.

4) Teses do tipo “levantamento” – considera, o autor, que “a experiência de colher dados é importante e enriquecedora, porém corresponde a uma fração bem modesta na formação pós-universitária” (p. 116). Assim, Castro explica que faltaria a análise e a reflexão sobre estes dados para se materializar o que se entende por pesquisa científica.

5) Teses teóricas – ao contrário, dos tipos anteriores, em que Castro não as considera como teses em virtude da contribuição acanhada (ou até nula) que podem dar à Ciência, as teses teóricas tornam-se um problema pelo grande desafio que é, de forma que o autor entende que são raros os casos de alunos iniciantes capazes de realizar tal contribuição de forma efetiva. Para ele, o que acaba se produzindo são “teses de segunda mão” (p. 117).

Castro explica, então, as razões para não considerar tais trabalhos como teses verdadeiras, embora ele admita que estes tipos de trabalhos são muito comumente aceitos e aprovados em programas de pós-graduação. Para ele, as teses devem tratar objetivamente sobre temas teórico-empíricos ou indutivo-dedutivos.

O autor reserva em seu texto uma seção a qual intitula Diário de um orientador, e nela cita situações que considera comuns no cotidiano da orientação, e sobre elas apresenta algumas reflexões. Uma destas situações castro chama de “ambição excessiva: os tratados excessivos” (p. 124), em que ocorre em função da empolgação excessiva de alguns orientandos, que idealizam que seus trabalhos serão uma espécie de marco científico, o que em si, poderia ser louvável. Por sua vez, o que normalmente se verifica é que estes autores não apreendem que para tal feito é necessário experiência (que dificilmente estes possuem) e grande esforço. E neste sentido, Castro também cita serem comuns as situações que chama “A história da humanidade como um tema de tese” (p. 125), em que similarmente ao caso anterior, o orientando peca pela ambição e entusiasmo, principalmente em seu objetivo, assim, Castro sugere que deve se delimitar, sem medo, seu objeto no tempo e no espaço, pois dar conta do todo provavelmente recairá numa exaustiva revisão da literatura, nada produzindo de novo.

Castro trata também “Das maneiras naturais de se dispor mal do tempo: excesso de dados e escassez de análise” (p. 127), em que acredita que ocorrem principalmente

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