TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha - Onde Está A Antropologia

Casos: Resenha - Onde Está A Antropologia. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  27/9/2013  •  815 Palavras (4 Páginas)  •  1.116 Visualizações

Página 1 de 4

RESENHA

PEIRANO, Marisa, A teoria vivida e outros ensaios de antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.

Capítulo I – Onde está a antropologia?

No primeiro capítulo do livro, a antropóloga da Universidade de Brasília propõe um exame de questões concernentes à antropologia contemporânea, a partir da leitura dos clássicos e da nova bibliografia do “fazer etnográfico”. Neste caminho, ela inicia informando que a hodierna antropologia herdou não somente uma história teórica mas, sobretudo, perguntas, problemas e questionamentos, que tentam responder reconhecendo a contribuição dos ditos clássicos, porém, atualizando as suas teorias para as novas concepções pós-modernas ou, como prefere Harvey, da “modernidade tardia”.

Fazendo um recorte na posição da antropologia em livrarias norte-americanas – que é o “locus etnográfico privilegiado” para refletir as mudanças –, Peirano entende que a disciplina, apesar de, espacialmente, ocupar um grande espaço no interior delas, é alvo de críticas no país do Tio Sam. A espacialidade da antropologia, conforme a antropóloga, nas estantes das livrarias passou por mudanças no tempo e espaço. Prefiro utilizar do recurso da hifenização e compreender como mudanças no tempo-espaço, tendo em vista que ambos não podem ser explicados separadamente.

Ela se impressiona com a ideia de “fora do lugar” dos livros da disciplina, redistribuídos entre os de filosofia, sociologia, história, cultural studies, etc., pelo que tornou ela própria um “fenômeno pós-moderno, multi-sited” (PEIRANO, 2006: 19), considerado pela autora como um componente central da crise de identidade que passa a antropologia norte-americana.

A ciência antropológica até os anos 1970 era definida pelo “exotismo” do objeto de estudo: indígenas, sociedades “primitivas”. Tal distanciamento cultural e geográfico permitia à disciplina ter seu recorte metodológico enquanto ciência, diversificando-a das outras. Todavia, ao longo do século XX, intensificado a partir de finais dos anos 1970, a antropologia passou por mudanças e o “fazer antropológico” at home possibilitou a mudança na perspectiva dos estudos. O outro não necessariamente encontrava-se, segundo Peirano, em lugares distantes e desconhecidos; o antropólogo, a partir de então, passou a “estranhar” o “outro” de sua própria sociedade, cidade, bairro ou rua.

A tradição etnográfica da distância geográfica-cultural cedeu à etnografia em casa, todavia, recorrendo-se aos estudos de parentesco para legitimar a teoria e validar a pesquisa enquanto “fazer científico”. Emerge, para Peirano, diversas manifestações antropológicas que se inserem no estudos feministas, de mídia, tratado nos Estados Unidos como studies: feminist studies, media studies.

Adentrando nas perspectivas de análise da antropologia, a antropóloga passa a discorrer sobre visões diversas da disciplina a partir de um estudo comparativo de dois antropólogos que vivenciaram as últimas décadas do século XX: o norte-americano Geertz, reconhecido e renomado mundialmente, e o indiano Madan, conhecido entre os estudiosos da Índia.

De acordo com a autora, enquanto Geertz entende a antropologia como um “consórcio de intelectuais díspares unidos”, revelando a compreensão de que a disciplina é feita a partir de estudos individuais, resumindo-se “a uma vaga coleção de carreiras acadêmicas”

...

Baixar como (para membros premium)  txt (5.7 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com