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Revolução Burguesa no Brasil

Por:   •  23/5/2016  •  Resenha  •  1.494 Palavras (6 Páginas)  •  2.165 Visualizações

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O presente texto tenta mostrar os principais pontos do capítulo 1 (Questões preliminares de importância interpretativa) do livro A Revolução Burguesa no Brasil de Florestan Fernandes, um livro rico na discussão se existe ou não uma burguesia no Brasil e em capítulos subsequentes mostra a dialética do capitalismo dependente em países subdesenvolvidos, porém por agora vamos nos ater a uma discussão mais histórica apresentada no capítulo primeiro.

O autor começa colocando que é fundamental para se começar estudar a sociedade brasileira entender a noção de “burguês” e de “burguesia”. No texto fica claro que alguns estudiosos dizem que o burguês esta associado ao senhor de engenho e a grande lavoura exportadora, já outros falam que nem um dos dois pode ter existido, pois no Brasil não teve “nem o Castelo nem o Burgo”.

Florestan não concorda em associar o senhor de engenho ao burguês e muito menos a aristocracia agrária a burguesia, pois o senhor de engenho não controlava as articulações econômicas da colônia com a Coroa e para ele sobrava apenas à apropriação colonial complementado pelo trabalho escravo, com isso olhando um panorama geral este ocupava uma posição marginalizada no processo de mercantilizarão da produção agrária não podendo ser caracterizado como antecessor do empresário moderno, com isso o autor deixa claro que é um contrassenso associar surgimento da burguesia com a colonização assim como senhor de engenho ao burguês.

Ponderando sobre o que é ou não é histórico fica claro que esse nível de importância se dá de acordo com a relevância para uma coletividade e isso pode ser tanto de elementos novos como antigos que se repetem, depende apenas do poder de influenciar o comportamento de atores envolvidos direto ou indiretamente.

As mudanças históricas influíram no padrão de civilização no Brasil, com o a Independência em 1822 essa nova “sociedade” procurou incorporar o “mundo ocidental moderno” que inclui mudanças e aperfeiçoamento nas formas sociais, políticas e econômicas de organização de vida.

Fernandes pontua que é ilógico negar a existência do “burguês” e da “burguesia” no Brasil o que se pode dizer foi que estes apareceram tardiamente em comparação com a Europa, pois não tivemos um feudalismo e muito menos burgos, o burguês no Brasil já aparece como um ser já especializado sendo apresentado como uma agente artesanal inserido na rede de mercantilizarão de produção interna ou um negociante de vários gêneros de negócios, mas ambos estavam sufocados por causa do escravismo, da grande lavoura exportadora e do estatuto colonial.

A Independência de Portugal rompeu com o estatuto colonial e propiciou a expansão da “burguesia” com atenção especial para a valorização social crescente do “alto comercio”. Vale ressaltar que antes da extinção do regime imperial e da ordem escravista poderia se identificar um burguês através da origem do indivíduo, por exemplo, um comerciante rico mais de origem pobre não poderia gozar dos mesmos direitos de um chefe de repartição pobre mais de “família tradicional”.

Como forma de analisar melhor a formação burguesa no Brasil faz-se necessário pontuar as mudanças que estavam ocorrendo no mundo no mesmo período, onde já havia acontecido Revolução Francesa com queda da aristocracia e ascensão da burguesia e a Revolução Industrial na Inglaterra com abertura a livre concorrência (princípio do liberalismo) e nesse novo mundo não havia espaço para escravidão, pois não se conseguia lucrar tanto como modo de produção capitalista em consolidação exigia.

Sendo assim, se os burgueses brasileiros queriam “evoluir” precisavam acabar com a escravidão, então nas maiores cidades do país começou-se a falar contra essa “desumanidade” que os senhores de escravos cometiam, pois os negros eram seres humanos como os brancos e mereciam respeito e serem donos do próprio destino, porém olhando nas entrelinhas como Florestam aponta a luta contra a escravidão e, por conseguinte a conquista da abolição transformou-se numa revolução social não em favor dos negros mais numa revolução dos “brancos” para “brancos”. Eles combatiam não a própria escravidão mais o que ele representava dentro de uma sociedade que se tornou independente que havia deixado para trás o estatuto colonial e pretendia organiza-se como uma nação forte capaz de expandir-se economicamente.

No texto o autor diz existir dois tipos que podem ser considerados clássicos de burguês: o primeiro seria o que combina poupança e avidez de lucro e a utiliza como fonte de independência e de poder; e o segundo é que combina “capacidade de inovação”, o “talento organizador” e o “gênio empresarial” para dirigir grandes empreendimentos modernos. Esses dois tipos se sucedem em objetivos e tempos diferentes, em processos histórico-sociais distintos, essas qualidades ou atributos básicos do “espírito burguês ” se misturam crescentemente ao modo de vida imperante na cidade .

O texto coloca uma pergunta crucial: existe ou não uma “Revolução burguesa no Brasil”? Fernandes coloca que existe uma tendência muito forte em negá-la como se admiti-la seria colocar nossa história em repetição a outras já ocorridas, principalmente a da Europa moderna, porém o autor diz que é justamente o contrário trata-se na verdade de determinar a absorção de um padrão estrutural e dinâmico da organização no modo de vida geral da sociedade.

A ampliação do número de trabalhadores assalariados mais a expansão da livre concorrência ajudou a expandir o mercado e as bases monetárias capitalista. A nossa história não e igual à da Europa, mas nos utilizamos do seu passado recente para a implementação e desenvolvimento da sociedade ocidental morder na no Brasil que traz consigo uma divisão de classes.

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