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A Revolução Burguesa No Brasil - Florestan Fernandes

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Por:   •  9/3/2015  •  403 Palavras (2 Páginas)  •  460 Visualizações

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Florestan Fernandes busca, em seu livro “A Revolução Burguesa no Brasil” fazer uma interpretação do capitalismo brasileiro aos moldes do materialismo histórico marxista. Para tanto, antes de detalhar o que seria o modelo autocrático burguês brasileiro (para o grupo, sua principal intenção intelectual com o estudo), nosso autor se esforça no sentido de apontar, no “recheio do livro”, os aspectos que, historicamente, desencadearam, formaram e concretizaram um espírito capitalista, por assim dizer, num Brasil recém saído da escravidão e das demais formas tradicionais que embasavam sua realidade senhorial. Sua leitura do caso brasileiro, como é de se esperar, é pontuada pela análise dos aspectos econômicos que trazem em si as contradições advindas da relação entre as forças produtivas e relações sociais de produção.

Por entender a transformação econômica ocorrida como parte de um fenômeno estrutural, a dimensão política está sempre ligada ao curso dos acontecimentos. A relação que ele faz entre autonomização política no momento posterior ao período colonial e uma “transformação econômica de natureza revolucionária” (p.96), é, na verdade, uma forma de explicar o descompasso entre os tipos de dependência aos quais se submeteram nosso país na situação transitória em particular observada. No trecho citado na questão, por exemplo, Fernandes chama sua própria conclusão de “aparentemente contraditória” pois, ao mesmo tempo em que se emancipa politicamente, a dependência na esfera econômica anda os primeiros passos rumo a outras dependências, ligadas agora à “concepção burguesa do mundo”, muito embora as mudanças econômicas surgidas da nova ordem, ao substituir os “nexos de dependência” no caso específico brasileiro, em alguma medida buscavam um crescimento aos moldes do capitalismo de mercado europeu e norte-americano.

Colocando de forma mais clara: o “espírito burguês” tão explorado no texto, é um aspecto preponderante para a formação de modelo econômico que avançou a vida cotidiana em forma de cultura, técnica e ação social. É como se o autor nos quisesse convencer de que, descolada do aspecto político - agora autônomo no âmbito institucional - a transformação econômica aqui ocorrida não foi por si só radical ou revolucionária como ele pontua, antes ela seguiu os rumos históricos a que estava fadada a seguir, dado o contexto capitalista que se fazia aperceber nos quatro cantos do mundo, desde os países cujo capitalismo já se consolidara plenamente até os rincões subdesenvolvidos outrora colônias dominadas.

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