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SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO E A VIDA COTIDIANA

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Por:   •  20/11/2014  •  2.370 Palavras (10 Páginas)  •  228 Visualizações

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O presente ensaio é o trabalho final da disciplina de Sociologia do Cotidiano

ministrado pela professora doutora Fátima Cabral, aos estudantes de Ciências Sociais da

Universidade Estadual Paulista (Unesp) Julho de Mesquita Filho, campus de Marília no

segundo semestre de 2012. O objetivo principal se constitui em relacionar os

conhecimentos socializados na disciplina com assuntos por mim estudado, quer dizer,

relacionar as contribuições assinaladas, em especial, por Lukács com a de autores da

Teoria Histórico-Cultural (THC) e da Pedagogia Histórico-Crítica. Devido a complexidade

do assunto proposto, o presente autor possui a intenção de problematizar as questões,

sistematizar as dúvidas surgidas e não o de esgotar a temática apresentada.

Pode-se dizer que ao longo da trajetória a humanidade, os seres humanos,

desenvolveram um espaço privilegiado de socialização e criação de conhecimentos

denominado de escola. Ao longo desse processo sócio histórico, esta instância social

passou por muitas transformações e cumpriu e cumpre diferentes papeis sociais. Contudo

a função central da escola, em seus diferentes momentos, é o de produzir em cada

indivíduo singular aquilo que foi histórico e socialmente produzido pelo conjunto da

humanidade (SAVIANI, 2008), é o de socializar os conhecimentos que a humanidade, ao

longo de sua trajetória, acumulou enquanto conhecimento social. Esse conhecimento

produzido por intermédio do trabalho, ao ser apropriado por cada indivíduo singular será

ressignificado e operacionalizado em seu meio social, fornecendo-o representações de

sua realidade o que produzirá modos de vida e de relações sócias, cultura. Assim, “[...] a

passagem do homem a uma vida em que a sua cultura é cada vez mais elevada não

exige mudanças biológicas hereditárias.” (LEONTIEV, 1973), mas, cabe notar, que “O

homem não está evidentemente subtraído ao campo de ação das leis biológicas.” (LEONTIEV, 1973)

Esta forma particular de fixação e de transmissão [cultural] às gerações seguintes das aquisições

da evolução deve o seu aparecimento ao fato, diferentemente dos outros animais, de os homens

terem a atividade criadora e produtiva. É antes de mais nada o caso da atividade humana

fundamental: o trabalho. (LEONTIEV, 1973 )

“Podemos dizer que cada indivíduo aprende a ser homem o que a natureza lhe dá quando nasce não

lhe basta para viver em sociedade.” (LEONTIEV, 1973 ) e que “ A principal característica do processo

de apropriação ou de ́aquisição` [...] cria no homem aptidões novas, funções psíquicas novas.”

(LEONTIEV,1973 ). Dito isto, aCultura é tudo aquilo que foi criado, construído, aprendido, conquistado pelo homem no curso de

toda a sua História, em contraposição ao que a natureza lhe deu, compreendida aí a história

natural do homem como espécie animal. [...] no momento em que o homem se separou do reino

animal – e isto aconteceu quando segurou pela primeira vez os instrumentos primitivos de pedra e

de madeira – naquele momento começou a criação e a acumulação de cultura, isto é, do

conhecimento e da capacidade de todos os tipos para enfrentar e subjugar a natureza. (Trotsky,

1971)

Cabe dizer, ainda, que de maneira alguma esse processo é passivo pois

As aquisições do desenvolvimento histórico das aptidões humanas não são simplesmente dadas

aos homens nos fenômenos objetivos da cultura material e espiritual que os

encarnam, mas são aí apenas postas. Para se apropriar destes

resultados, para fazer deles as suas aptidões, “os órgãos da sua

individualidade”, a criança, o ser humano, deve entrar em relação com os

fenômenos do mundo circundante através doutros homens, isto é, num

processo de comunicação com eles. Assim, a criança aprende a atividade

adequada. Pela sua função, este processo é, portanto, um processo de

educação. (LEONTIEV, 1973 )

O que leva cada indivíduo se apropriar ativamente daquilo que lhe é necessário, útil, em sua existência,

ou seja, que faz sentido ao indivíduo enquanto ser social e ser singular. Em outras palavras, a categoria

singularidade é uma categoria relacional, singular em relação a alguma coisa, assim, ser singular está

diretamente relacionada com o ser social, pois a singularidade só ser só existe em sua interação e

relação com outros seres humanos, enquanto ser social. E mais, esse processo de apropriação ativa,

realizada pelos seres humanos, acontece de diferentes formas em em diferentes espaços sociais, seja

na família, na igreja, na escola entre outros lugares, quer dizer, acontece no conjunto da vida cotidiana

dos seres humanos.

Como bem aponta Geertz (1997), os seres humanos formam em seu cotidiano um senso

comum que lhes serve de sistema filosófico e como sistema de conhecimentos que os indivíduos

operacionam

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