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Sociologia de Max Weber

Por:   •  28/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.860 Palavras (8 Páginas)  •  159 Visualizações

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Sociologia de Weber- Trabalho de Curso- n°. 1

Max Weber foi um grande contribuidor para diversas disciplinas, tais como a sociologia, ciência política, economia entre outras. No campo da sociologia o autor enfatizou o estudo de fatos humanos particulares, ressaltando como objeto de estudo da sociologia a "captação da relação de sentido" da ação humana.

        O autor viveu durante um período a qual existia um assíduo debate entre a corrente positivista e seus eventuais críticos, na época em que estava ocorrendo a marcha da racionalidade e a ideia de formular leis gerais permeavam o vasto campo científico. A discussão sobre o papel dos valores no "fazer ciência" ganhava força e indagava a necessidade do cientista se distanciar das crenças e valores pessoais em sua pesquisa.  

        Durante a sua obra sobre a "objetividade" nas ciências sociais, Weber afirma que não é possível um cientista ser inteiramente objetivo durante a sua pesquisa, entretanto este tem o dever de reconhecer os seus juízos de valor e fazer o possível para que eles não interfiram no valor científico da pesquisa. Tendo em vista que cada indivíduo adquire através da cultura e das suas experiências pessoais diferentes visões do mundo e consequentemente diferentes juízos de valor sobre os fatos ao seu redor.

        Para Weber não existe uma determinante para as análises sociais, diferentemente de Marx que acreditava que o fator econômico cumpria esse papel. O autor acredita que as ciências naturais e humanas traçam metodologias diferentes para compreensão do mundo a sua volta. Enquanto as ciências naturais buscam a explicação de fatos através de relações causais e de consequência, a ciência humana desempenha o rigoroso papel de analisar o contingente de sentido do comportamento humano e as relações as quais essa ação desempenha no seu interior e exterior, em outras palavras entender essa ação carregada de sentidos.

        Assim como é citada na seleção dos Pensadores sobre Max Weber: “Essa captação de sentido não se refere a estabelecer uma relação de causalidade ou o efeito de uma ação humana, mas sim a ' compreendê-lo como fato carregado de sentido, isto é, como algo que aponta para outros fatos e somente em função dos quais poderia ser conhecido em toda sua amplitude'“ (TRAGTENBERG, 1980, p.8).

        Weber entende que todo ato humano que contém um significado subjetivo é considerado como uma ação. Quando uma ação é direcionada para outro indivíduo ou grupo ela passa a ser entendida como uma ação social, assim o sociólogo visa relacionar e entender o sentido desta ação social. Tendo em vista que os comportamentos individuais e em grupo variam infinitamente sob as mais diversas influências culturais e históricas, o pesquisador deve selecionar a conduta e característica específica que pretende analisar dentre esse infinito de possibilidades.

                Para a análise da ação humana, o autor propõe a utilização dos tipos ideias para sua metodologia compreensiva. O tipo ideal é um agrupamento que seleciona condutas de indivíduos de um grupo específico, na qual essas condutas estão ligadas a realidade concreta particular.

        Por exemplo,em seu texto sobre a questão agrária, Weber separa dois grupos ideais de trabalhadores entre os que residem na propriedade e os que a integram temporariamente, através desses tipos ideias Weber cita as características e condutas em que as pessoas de cada grupo apresentam, a partir de agrupamentos. Através dessa ferramenta científica, é possível em partes, estabelecer a realidade social concreta na qual esse grupo esta inserido. Tentando assim entender o pensamento e a ação social desses grupos de trabalhadores rurais.

        Assim como cita Alfred Schultz, o tipo ideal nada mais é do que o entendimento da realidade através de tipificações, uma experiência categorizada construída de forma lógica. Dessa maneira, o tipo ideal se torna um importante instrumento para abstrair a realidade. De tal modo que se abstrai dos fenômenos concretos o que há de particular.

        A partir da escolha de um objeto de estudo particular, o pesquisador deve utilizar os tipos ideais como ferramenta científica e inter-relacioná-los, compreendê-los em sua amplitude e de forma racional tentar estabelecer fórmulas interpretativas sobre o fenômeno estudado.

        Em sua obra, Weber cita as diferentes operações  após o estabelecimento dessas fórmulas interpretativas que são ilustradas nessa citação: “a análise e a exposição ordenada do agrupamento individual desses ' fatores' historicamente dados e da sua combinação concreta significativa, dele resultante; mas acima de tudo, consistiria em tornar inteligível a causa e a natureza dessa significação. A terceira operação seria remontar o mais possível no passado, e observar como se desenvolveram as diferentes características individuais dos agrupamentos de importância para o presente” (WEBER, 1924, p.91). Para o autor, essas fórmulas interpretativas seriam utilizadas a fim de tentar compreender a realidade de forma mais concreta, uma ferramenta para o fazer científico.

                O fazer científico tem como fundamento a busca incessante pela verdade e têm como pressuposto que toda lei geral cientificamente comprovada tem o potencial de ser refutada. A ciência só deve buscar apoio em dados da realidade. Weber ressalta a importância de existir um distanciamento dos valores do cientista, porém estes serão fundamentais para dar uma forma singular a sua pesquisa. O cientista deve ser seletivo e os seus valores pessoais é que o auxiliarão a encontrar um objeto de estudo.

        Weber cita em sua obra Ciência como vocação que “O conteúdo das ''leis'' que somos capazes de reconhecer na inesgotável diversidade do curso dos fenômenos deverá ser o único fator considerado cientificamente essencial. Tão logo tenhamos demonstrado a regularidade de uma conexão causal, seja mediante uma ampla indução histórica ou pelo estabelecimento para a experiência íntima de sua evidência imediatamente intuitiva, admite-se que todos os casos semelhantes- por muito numerosos que sejam- ficam subordinados a mesma fórmula assim encontrada''.(WEBER, 2002 , p.88).

        Portanto, além de propor esse distanciamento com as pré-noções, o autor também enfatiza o caráter essencial que a ciência detém ao reconhecer os mais diversos conteúdos de leis gerais científicas, tendo como pressuposto que o fazer científico deva estar livre de valores pessoais e que essas leis gerais estejam subordinadas a estarem ultrapassadas com o surgimento de novos conhecimentos científicos.

        Max Weber cita a importância da utilização de novas metodologias para encontrar diferentes resultados científicos, tendo em vista que não se deve utilizar de meios mecânicos repetitivos durante o trabalho do pesquisador. Inevitavelmente, a inovação e refutação são princípios que a ciência está sujeita, pois a ciência está vinculada necessariamente a ideia de progresso, e sem inovação e refutação não há espaço para o progresso científico.

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