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Troca de Mulheres e a Teoria da Aliança de Parentesco

Por:   •  10/4/2022  •  Ensaio  •  917 Palavras (4 Páginas)  •  147 Visualizações

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Universidade Federal de Goiás

Ciências Sociais – Noturno

Antropologia 2

Professor: Matheus França

Aluno Pedro Caixeta Frota

Atividade assíncrona 2: Troca de mulheres e a teoria da aliança de parentesco

A natureza e a cultura do ser humano são fatores de discussão fundamental desde o início da constituição do pensamento antropológico. Claude Lévi-Strauss em seu livro “Estruturas elementares do parentesco”, volta para essa questão com o intuito de investigá-la especificamente dentro das relações de parentesco e saber como essas relações definem determinadas sociedades em um sistema político, social e de reprodução.

Aonde as respostas dos indivíduos a determinados estímulos são naturais e onde elas são sociais e culturais? Há realmente essa distinção? Para isso, Lévi-Strauss leva em conta a influência da linguagem como um fator fundamental para essa análise. Mostra-se como a construção dos símbolos para o ser humano é importante para o entendimento dessas especificidades e regras do comportamento humano de acordo com a sua própria cultura. Quando os animais pelo seu caráter instintivo, apresentam características gerais, universais.

Um aspecto interessante que Lévi-Strauss traz é de uma exceção no caso de macacos que apresentam um comportamento sexual variado de acordo com o grupo, semelhante ao que acontecem nas diversas culturas humanas. A ausência de regras apresenta-se assim com um critério para pensar a distinção entre um processo natural e de um processo cultural, que no caso dos macacos não se constitui como uma cultura, pois não há a presença da linguagem e assim dos elementos simbólicos e das normas.

O caráter ao mesmo tempo universal e particular da instituição da proibição do incesto é uma razão de polêmica que abrange questões primordiais na nossa sociedade.  Esse fato se mostra como uma transição da natureza para a cultura, já que a proibição do incesto é vista como algo natural em todas as culturas e que da mesma forma ele se dá de maneiras diferentes e específicos de acordo com cada cultura. Lévi-Strauss pensa dessa maneira, em uma estrutura geral de toda sociedade que traz sistemas de organizações e de poder semelhantes as diversas culturas.

No estudo para explicação da instituição da proibição do incesto analisam-se três abordagens: 1ª-biológica e genética; 2ª-psicológica e instintiva; 3ª histórica e sociológica.

 Na primeira trata-se do fato de que no cruzamento entre parentes próximos, ocorrem deformações genéticas e que em decorrência disso houve a proibição do incesto. Porém constata-se nesses grupos menores e “primitivos”, a impossibilidade de não haver o cruzamento consanguíneo, já que a população era pequena e dessa maneira sempre é constatado a união de parentes, como nas uniões entre primos cruzados. Na segunda explicação exalta-se a natureza instintiva e psíquica de se reprimir o desejo sexual pelos nossos familiares, pelo seu caráter proibitivo de um tabu, algo que é silenciado durante toda a vida na comunidade. Oque traz ainda outra concepção de se porque a proibição do incesto é tão natural, qual a necessidade de ser velada e proibida?

 A psicanálise vai de encontro a esse caráter duplo, que ao mesmo tempo que é reprimido socialmente, é um desejo constante no inconsciente. Essa ideia se dá principalmente pelo fato de a convivência entre os familiares serem as primeiras formas de se despertar o a atração sentimental e sexual em um indivíduo. Dessa maneira o indivíduo não é reprimido institivamente, mas sim pelas questões exteriores, sociais e culturais de sua sociedade.

No terceiro tipo de explicação é vista a partir da perspectiva sociológica e histórica. Vê o incesto de origem puramente social. “... o parentesco é entendido claramente como uma imposição da organização cultural sobre os fatos da procriação biológica.” (RUBIN, 1975, p.17). A proibição do incesto nessa explicação traz vestígios de uma opressão sistémica às mulheres por meio dessa instituição. Quando se faz a menção entre o sistema de trocas, especificamente nesse caso das mulheres entre os homens, dentro da organização de exogamia, se mostra nessa perspectiva, ir além do objetivo da proibição do incesto, ao passo que na sua prática instaura-se na teoria da aliança entre os grupos distintos e pela relação de dominação do homem sobre a mulher.

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