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CRÍTICA - HEREDITÁRIO

Por:   •  15/9/2018  •  Resenha  •  455 Palavras (2 Páginas)  •  209 Visualizações

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Bizarro e sufocante, ‘Hereditário’ assina a sentença e dita mudanças no gênero do terror

Longa de estreia do nova-iorquino Ari Aster, ‘Hereditário’ traz frescor e se junta a nova leva de filmes independentes de sucesso

Pedro Moraes

Quando a matriarca da família Graham falece após ceder a agressividade de de suas condições mentais, sua filha Annie (Toni Collette), seu marido cético Steve (Gabriel Byrne) e seus dois filhos adolescentes Charlie (Milly Shapiro) e Peter (Alex Wolff), começam a experimentar estranhos eventos paranormais dentro de sua casa. Para o público em geral, essa seria a premissa de mais um filme aterrorizante no estilo ‘Invocação do Mal’ (2013), porém ‘Hereditário’ (2018), vai muito além do clássico confronto bem versus o mal.

Produzido por Lars Knudsen (The Witch, 2016), que cria em ‘Hereditário’ o ambiente do medo ameaçador, o longa estreou primeiramente no Sundance Film Festival, voltado para produções independentes, e não demorou muito para que  alguns críticos clamassem ‘Hereditário’ como o mais insano filme de terror em décadas, sendo colocado ao lado do atemporal ‘O Exorcista’ (1973). A trilha sonora composta pelo saxofonista Colin Stetson alimenta a atmosfera sombria do longa, amplificando e espelhando o trauma e o medo na tela. A fotografia ocasiona em Hereditário um mundo de penumbra e desconforto no telespectador.

Ari Aster assina o roteiro e a direção do longa. Até então uma figura conhecida por realizar curtas-metragens, ‘Hereditário’ não faz feio para um estreante. A narrativa se divide em três grandes atos mutáveis. Se no primeiro a carga dramática é exaustiva demais, nos próximos é o terror que  começa a ser trabalhado, a partir do segundo com a introdução da premiada Ann Dowd (Handmaid’s Tale) como a estranha Joan, que se aproxima de uma fragilizada Annie (Toni Collette) com segundas intenções, apresentando-a ao mundo do ocultismo.

Ari Aster bebe das águas de ‘O Bebê de Rosemary’ (1967) para encontrar bizarrice ao trazer a tona a temática do culto satânico e a busca pela concepção do anticristo, ideia que embora tenha sido trabalhada diversas vezes, provou ser conveniente e durável quando o roteiro é bem trabalhado como é o caso de ‘Hereditário’. A ingenuidade e a descoberta feita por Annie de que sua família está em perigo é comparável a Rosemary, papel de Mia Farrow no longa de Roman Polanski.

Fugindo dos já cansativos jumpscares, ‘Hereditário’ acerta em cheio em mirar na construção de uma narrativa similar à dos clássicos em decidir não revelar tão facialmente as respostas e se junta a outras obras atuais do terror conceitual como ‘It Follows’ (2015) e ‘The Babadook’ (2014) em elaborar uma história assustadora sem recursos exagerados para causar susto. Atordoante, ‘Hereditário’ certamente não o fará morrer de medo mas cumpre o seu objetivo de entretenimento com qualidade.

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