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O MUNDO SURREAL DE LYNCH

Por:   •  9/6/2015  •  Seminário  •  1.987 Palavras (8 Páginas)  •  150 Visualizações

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FACULDADES INTEGRADAS ALCANTARA MACHADO

FIAMFAAM

O MUNDO SURREAL DE LYNCH

SÃO PAULO

2015


FACULDADES INTEGRADAS ALCANTARA MACHADO

FIAMFAAM

DENIS ROBERTO LIRA COSTA

SÃO PAULO

2015


QUEM É DAVID LYNCH?

David Lynch nasceu em 20 de Janeiro de 1946, na cidade de Missoula, Montana, Estados Unidos.

Cresceu sob os valores tradicionais americanos, com uma ambiente familiar bastante estruturado, entretanto, sem criar raízes muito fortes, pois mudava-se frequentemente devido ao emprego do pai. Sua formação, de classe média, nos anos dourados do “american way” exerce marcante influência em seus filmes, porém, nunca de maneira direta, Lynch busca sempre ir além do que já está obvio, mostrar a sordidez e o lado obscuro do dito “sonho americano”, sempre com personagens inocentes e extraordinários, que tomados por fraquezas acabam acessíveis e abertos a tudo.

Seus filmes, em geral passam-se em períodos não especificados, sua narrativa é bastante fragmentada, o que nos absorve e causa estranhamento na mesma proporção, repleta de metáforas para a realidade cotidiana e que tiram-nos da zona de conforto mostrando-nos que a banalidade de vida pode ser extraordinária e assustadora. Suas obras sempre são quase que inteiramente focadas nos personagens, muito mais do que nas situações em que os mesmos se encontram - e, em geral, encontram-se nessa situação devido à seus próprios atos.

Lynch, sendo formado em Artes Plásticas, também desenvolve interessantes diálogos com movimentos artísticos como: Surrealismo, Expressionismo e Hiper-Realismo, sendo que a predominância vem mesmo a ser do Surreal dentro da obra. Podemos notar também uma influência das obras de Salvador Dali, que trata-se de uma referência para ele.

É interessante como Lynch brinca com os sentidos e provoca as mais diversas reações ao desconstruir uma narrativa, pegando-nos de surpresa ao, por exemplo, colocar um braço não identificado para atender um telefone que não para de tocar e nos deixar na ânsia de maiores informações, estas, que o diretor não nos fornece e momento algum.

Abaixo, nos focaremos nas obras ditas como mais relevantes na carreira do Cineasta, sendo elas o filme Cidade dos Sonhos (Mulholland Dr., 2001), O Homem Elefante (The Elephant Man, 1980) e a série de TV Twin Peaks (1990-1991).


PAÍS E CONTEXTO HISTÓRICO DAS PRODUÇÕES

É impossível falar sobre todas as obras de Lynch, sendo ele um dos mais prolíferos diretores de sua época, o mesmo tem uma extensa lista de trabalhos realizados, não apenas no cinema, como também curtas e campanhas publicitárias. Falemos então sobre as obras.

O HOMEM ELEFANTE (The Elephant Man).

Filmado em 1980, O Homem Elefante foi o segundo filme da carreira e Lynch e produzido por Mel Brooks, que, após ver Eraserhead (1977) fez a proposta ao diretor de que, se ele aceitasse dirigir o filme, financiaria a próxima película e garantiu que Lynch teria o controle criativo total da obra, algo bastante notável, levando-se em consideração que esse seria, de fato, seu primeiro filme no meio profissional – Eraserhead foi financiado pelo próprio Lynch ao longo de anos, onde o diretor executou os mais diversos trabalhos.

A História de “O Homem Elefante” gira em torno de John Merrick (John Hurt), um desafortunado cidadão da Inglaterra Vitoriana portador do caso mais grave de neurofibromatose múltipla registrado até então, tendo 90% do corpo deformado. Exibido como monstro em circos e considerado débil mental pela sua dificuldade de falar, é salvo por um médico, Frederick Treves (Anthony Hopkins). No hospital Merrick se libera emocionalmente e intelectualmente, além de mostrar ser uma pessoa sensível ao extremo. Sra. Kendal (Anne Bancroft), uma grande atriz, torna-se sua amiga e até a coroa britânica sensibiliza-se com o caso.

TWIN PEAKS

Twin Peaks foi considerado o evento divisor de águas para a televisão norte-americana, como um todo. Criada junto com seu parceiro de roteiro Mark Frost, a trama é mais uma das realizações de Lynch que o tornam único.

O ponto de partida da trama é um corpo achado na praia, trata-se de Laura Palmer, recém-formada e rainha do baile. Boa aluna e garota mais bonita da cidade de Twin Peaks, no noroeste de seu país de origem (trazendo daí um paralelo em referência à própria adolescência), praticava caridade e era destinada a ter sucesso na vida, mais um dos típicos mocinhos do cineasta, porém, com o decorrer dos episódios, começa a ser revelada a outra face da protagonista: obscura, perturbada, perigosa e assustadora. Tipicamente ao modo de Lynch de contar histórias, totalmente entrecortada, com cenas tecnicamente perfeitas e de uma fotografia impecável, a trama vai nos levando em uma vertente e subvertendo todas as concepções que havíamos tomado de Laura Palmer antes do ocorrido.

Como em todos os projetos do diretor, a série nos mostra vários eventos extraordinários ocorrendo nos ambientes mais comuns; típicos de lugarejos como aquele em que Lynch viveu até seus quinze anos. Daí, a cidade de Twin Peaks se situar nas imediações de uma floresta, e dela a trama extrair boa parte de seus mistérios. Desse contato com as árvores, surgiu uma personagem popular da série, The Log Lady (ela carregava um tronco que é a ligação com o marido morto num incêndio na floresta)

A série também é conhecida por, após 2 temporadas, ter deixado o final em aberto, para que o espectador tirasse suas próprias conclusões, e essa é uma das características mais marcantes do cineasta.

Após todo o sucesso na TV, Lynch fez um prólogo de seu história no longa metragem Twin Peaks – Os Últimos Dias de Laura Palmer (Twin Peaks- Fire Walk with Me), porém a recepção foi morna, tanto pelo público, quanto pela crítica, devido a necessidade de ter acompanhado a série para entender o filme.

CIDADE DOS SONHOS (MULHOLLAND DR.).

Chegamos então à Cidade dos Sonhos, conhecida como a obra de maior visibilidade e força da carreira de Lynch, inicialmente foi concebida como uma série de TV e apresentada aos executivos da ABC, que o recusaram por considerar a história complexa demais para o público americano. Pouco tempo depois, sabendo do ocorrido, a produtora francesa Studio Canal ofereceu-se para bancar a produção, desde que Lynch aceita-se formatar a história para um longa-metragem. O desafio foi aceito e o longa produzido, tornando-se então um marco devido à sua complexidade narrativa.

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