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A Arthur Schoupenhauer

Por:   •  14/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  849 Palavras (4 Páginas)  •  124 Visualizações

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Arthur Schoupenhauer foi um filósofo alemão do século XIX (1788 — 1860), sendo mais reconhecido pelo seu pessimismo filosófico em relação a vida. Foi um grande contribuinte para a filosofia, além de ter contribuído na metafísica alemã, trabalhou no tema “amor” que, até então, não era muito visado pelos filósofos.  

Schoupenhauer tinha um grande embasamento no budismo e na filosofia oriental, conhecimento que fora explorado para discutir o amor, além de também se referir constantemente ao cristianismo genuíno. Para outros temas, o ponto de partida de seu pensamento encontrava-se na filosofia kantiana, estabelecido por Immanuel Kant. *

Para Schoupenhauer, o amor pode ser subdividido em dois tipos: amor puro e impuro, respectivamente, duas dimensões; superior e inferior. Ele utiliza o mesmo parâmetro de amor que Platão, o Eros *, e dessa primeira intitulação, provém as demais conclusões.

Para ele (SCHOUPENHAUER, 2004, p.9), todas as disputas amorosas dizem respeito a composição da geração futura. Por isso o amor é uma realidade muito importante. Então a composição da geração vindoura repousa na procriação que traz ao mundo um indivíduo determinado (SCHOUPENHAUER, 2004, p.11). É nesse ponto que Schoupenhauer defende sua teoria de que o amor é apenas um impulso sexual baseado na vontade de vida da espécie (2014, p. 48), ou seja, os indivíduos se relacionam amorosamente apenas para se reproduzirem e manterem a continuidade da espécie, onde o amor seria uma “estratégia” da natureza para que aja a aproximação entre os humanos, e os mesmos são naturalmente imersos nesse sentimento. E quando nós pensamos no amor voltado exclusivamente para a procriação, entra em ação fins egoísticos, o que caracteriza uma manifestação inferior do amor. Esse amor voltado para a satisfação egoísta está preso ao princípio individuationis[1], e quando sujeitado a isso, “O indivíduo torna-se um escravo da natureza no momento em que julga obedecer apenas aos seus desejos” (2014, p. 50).

Então a famosa busca pela “pessoa ideal”, em outras palavras, seria a pessoa mais apta para a reprodução, sendo almejado no pretendente as características de força, saúde e beleza, que se encontram em abundância na fase da juventude. Esse princípio caracteriza a dimensão fenomênica (dimensão da aparência) na qual está presente a diferença entre o eu e os outros, que é um obstáculo que deve ser ultrapassado por uma forma superior de amor, e este amor superior é, de acordo com Schoupenhauer, a compaixão (2005, p.476).

A compaixão pode ser descrita como um sentimento caracterizado pela piedade e empatia em relação a uma dor que não é do próprio individuo, mas sim de outro próximo, ao ponto de levar uma pessoa a se compadecer de outra e reagir com uma ação de ajuda, mesmo que as vezes tendo que abrir mão de si mesmo. Ela vai além do princípio de individuação, e consequentemente nos liberta do egoísmo, além de elevar o indivíduo a uma compassividade; “O homem, então, atinge o estado de voluntária renúncia, resignação, verdadeira serenidade e completa destituição de vontade” (SCHOUPENHAUER, 2005, p.482). Logo, a compaixão exige uma verdadeira ascese[2].

Para Schoupenhauer (2005, p.490) o que mais se aproxima dessa forma superior de amor é o cristianismo, que é a compaixão, entendida como renúncia de si, que já encontramos nos escritos dos apóstolos. De acordo com Schoupenhauer:

Pelos apóstolos, encontramos prescrito o amor ao próximo como se fosse a nós mesmos, as boas obras, o pagamento do ódio como amor e boa ação, paciência, candura; por suportar todas as possíveis afrontas e injúrias sem resistência, a frugalidade na alimentação para sofrear o prazer, a resistência ao impulso sensual (...). Vemos aqui já os primeiros graus da ascese ou negação propriamente dita da vontade: expressão esta justamente a dizer aquilo que nos evangelhos é denominado abnegação de si e carregar a própria cruz (2005, p.490).

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