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A Avaliação II de História Econômica, Social e Política Geral

Por:   •  27/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.801 Palavras (8 Páginas)  •  400 Visualizações

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Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Avaliação II de História Econômica, Social e Política Geral

Professor: Bruno Leal Pastor de Carvalho

Período: 2017.2 Data de entrega: 22 de novembro (somente impresso) Individual, em dupla ou trio

Nota: _____________________

Nome: Thiago Tigana da Silva Teixeira

Questão única: simulação de entrevista (10 pontos) Imagine que você é um (a) jornalista de um grande jornal brasileiro. Seu trabalho será entrevistar um (a) autor (a) presente no programa da disciplina. Orientações: 1. A entrevista deve ter entre 5 e 10 perguntas; 2. Antes da entrevista, crie um título, subtítulo, ambos informativos, e um pequeno texto de apresentação do entrevistado que informe quem ele é, quais são os seus trabalhos mais importantes e qual o foco da entrevista –como fazem os jornais; 3. O material deve ter entre 2 e 5 páginas de Word; 4. Usar Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5; 5. As suas perguntas devem abordar temas contidos no texto do (a) autor (a); 6. Cuidado: não faça simplesmente um “copia e cola” de trechos dos textos. Exercite a sua imaginação ao elaborar as perguntas e as respostas; 7. Pelo menos 2 perguntas devem cotejar assuntos do nosso tempo atual; 8. Pelo menos 1 resposta deve citar ideias/conceitos de outro (a) autor (a) também presente programa – a ideia, assim, é articular autores/textos; 9. Sinta-se livre (mas não obrigado) para criar: incluir imagens, lançar mão de humor e outros recursos estilísticos; 10. Evite respostas sensacionalistas – o exercício é uma simulação, mas deve ser levado seriamente. Ao terminar, faça uma revisão editorial rigorosa.

HANNAH ARENDT E O TOTALITARISMO: O PASSADO E O PRESENTE.

        A filósofa Hannah Arendt, alemã e judia, dedicou parte de sua vida e obra a compreender o fenômeno do totalitarismo: Eichmann em Jerusalém e As Origens do Totalitarismo, por exemplo, são incursões da autora no tema que possuem uma relevância fundamental para compreender a experiência do nazismo e do totalitarismo no século XX. Hoje em dia, a retomada de ideias, ainda que requentadas deste tenebroso período histórico, preocupa filósofos, historiadores, sociólogos, entre outros intelectuais. Compreender um pouco mais a obra de Arendt pode nos fornecer pistas precisas para entender o momento histórico atual. Na entrevista abaixo, Arendt fala um pouco sobre As Origens do Totalitarismo, sobre o Brasil e o momento em que vivemos com uma retomada sistemática de ideias que remontam aos regimes totalitaristas do século XX.

PERGUNTA: Hannah, a obra As origens do Totalitarismo, além de ser central em seu trabalho é também uma das mais importantes obras da filosofia política do século XX. O que há de especial nesta obra em sua visão?

RESPOSTA: é um trabalho histórico, além de filosófico. Buscar as raízes e as diferentes dimensões nas quais o totalitarismo se manifestou ao longo da história da humanidade permitiu com que eu pudesse ter uma visão mais ampla do tema e a partir daí, compreender melhor qual foi a especificidade do totalitarismo no século XX. Sem este percurso histórico, o recorte da obra seria somente a minha impressão sobre os eventos totalitários do século XX, esvaziado de seu significado mais amplo e das transformações pelas quais a ideia de totalitarismo passou ao longo dos anos.

P: Conhecendo a sua biografia conseguimos compreender qual foi a sua motivação para escrever esta obra, e também outras. Contudo, pensando no leitor que ainda tem pouco contato com as suas obras, qual foi a motivação para pesquisar sobre as origens do totalitarismo?

R: o contexto das guerras. O totalitarismo experienciado neste período foi gestado nos anos anteriores a guerra. A ascensão de Hitler e Mussolini, ainda na década de 1930, baseados em seus discursos nacionalistas já apontava para algo maior, que ocorreria em um futuro breve. Entretanto, todas as formas de subjugo aos não arianos (principalmente na experiência alemã) já estavam em andamento mesmo antes da guerra. As politicas segregacionistas, os campos de concentração, os discursos de ódio, em fim, uma série de eventos já vinham apontando para a ocorrência do holocausto, por exemplo. Entender quais as bases históricas que fundamentaram a experiência totalitária na Europa foi fundamental para compreender a história do presente, a história que ainda vivenciamos de forma tão dura e cruel mesmo no período imediatamente após o fim da guerra.

P: Esta é outra característica do seu trabalho: ele fala sobre um momento muito recente da história, principalmente no ano em que foi lançada a primeira edição, (1951) no imediato pós-guerra...

R: há uma ideia corrente em ciências humanas de sempre enfrentaremos uma dificuldade maior ao analisar períodos históricos recentes, pois em tese, não há muitos elementos teóricos que fundamentem o seu pensamento. Eu penso o contrário, e provavelmente outros filósofos também. E foi exatamente o que Karl Marx fez em o 18 Brumário de Luiz Bonapart, sociologia do tempo presente, recorrendo a fontes históricas para analisar o agora. Existem fatos históricos que não permitem uma análise real time, enquanto outras rugem por uma explicação imediata, mesmo que esta se transforme ao longo dos anos. Havia naquela época uma urgência de compreensão da ascensão do totalitarismo. O mundo assistia atônito as barbáries da guerra. Se furtar de uma análise dos fatos, mesmo que recentes, esperando que eles fiquem mais maduros, seria como ter uma atitude complacente com o que ocorreu. Eu como uma filosofa e judia, exilada do meu país por conta dos horrores da guerra não poderia me furtar desta análise.

P: conte-nos um pouco mais sobre as diferenças que você aponta entre as ditaduras e tiranias e o totalitarismo do século XX.

R: de forma mais geral posso dizer que as ditaduras e tiranias têm um aspecto mais legalista. Elas se fundamentam na supressão e alteração de leis que visam legitimar o sistema político vigente. O totalitarismo é algo mais interior, mais presente no comportamento e não somente na letra da lei. Violência, tortura, caçada aos opositores do regime, valorização do exército, entre outras características são comuns entre as três formas – ditadura, tirania e totalitarismo – porém, no totalitarismo há característica que o diferencia das demais experiências não democráticas: a supressão da individualidade que não permite que o individuo enxergue as particularidades da sua realidade. Neste sistema, as leis a serem seguidas são as leis naturais ou históricas, o que justifica, no discurso totalitário, por exemplo, a eliminação imediata de qualquer um que não siga tais leis históricas ou naturais, que no final do dia assumem um caráter ideológico. Além do mais, o combate contra quem não segue as leis históricas/naturais e a ideologia advinda desta, não ocorre somente no front, este combate é diário e presente em todos os níveis: na politica, na propaganda ideológica, na ação das polícias secretas que caçam e eliminam os seus opositores. Nada e nem ninguém passa incólume ao totalitarismo.

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