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A Cidade

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Por:   •  7/10/2014  •  Trabalho acadêmico  •  964 Palavras (4 Páginas)  •  570 Visualizações

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exto analisado:

ROLNIK, Raquel. O que é a Cidade. São Paulo: BRASILIENSE S. A., 1994. Pg. 7-29

Palavras-chave: Civitas, escrita, ímã, mercado, política

Perfil biográfico da autora:

Raquel Rolnik se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo em 1978, possui mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo e doutorado em Graduate School Of Arts And Science History Department - New York University. Em 1979 se tornou professora universitária na área de arquitetura e urbanismo na USP. É relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia Adequada. Foi diretora de Planejamento da Cidade de São Paulo, coordenadora de Urbanismo do Instituto Pólis e secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, entre outras atividades profissionais e didáticas relacionadas à política urbana e habitacional. É também autora dos livros “A Cidade e a Lei”, “O que é Cidade” e “Folha Explica: São Paulo” e escreve no Yahoo! Colunistas.

Resumo:

A autora Raquel Rolnik trás uma reflexão a respeito do que é cidade, de sua natureza, origem e transformação. Fazendo uma abrangência de todos os seus aspectos e características, e não só uma definição sintética para tal obra fabricada pelo homem e suas idéias. Em seu relato, a autora escreve que cidade significa uma maneira de organizar o território e uma relação política. Sendo assim, ser habitante de cidade, quer disser participar da vida política, nem que sua participação seja apenas a submissão a regras e regulamentos.

Classifica a cidade como um ímã, que atrai, reúne e concentra pessoas. Assim como os zigurates, que foram os primeiros embriões de cidade, que garantiram o domínio sobre este espaço na forma de apropriação material e ritual do território. Essa apropriação feita de milhares de tijolos, marca a constituição de uma nova relação homem/natureza, implicando na existência de um trabalho organizado produzindo uma hierarquia, sendo assim, ao mesmo tempo que fabricavam um hábitat sobre a natureza, se organizavam politicamente. Desse modo, construir cidade significa também uma forma de escrita, que registra a acumulação de riquezas e conhecimentos que se fixam em uma memória e não somente na lembrança que um dia se apagará. É por isso que formas e tipologias arquitetônicas podem ser lidas e decifradas, assim como se lê e decifra um texto, levando nos dias de hoje, a preservação da memória coletiva através da conservação de bens arquitetônicos.

Morar na cidade implica em viver de forma coletiva, com uma regulação de fluxos estabelecendo certa ordem: o semáforo e a faixa de pedestre, as filas de ônibus, os impostos urbanos etc. E desta necessidade de organização da vida pública emerge a autoridade político-administrativa. A autora usa a polis como exemplo, pois na polis e na civitas a definição de cidade não se referia à dimensão espacial e sim à sua dimensão política, um conceito aonde todos os cidadãos poderiam participar da política. A ágora ou a cidadela, de várias maneiras, marcam a centralidade do poder na cidade, e diante deste fato Rolnik se depara a um paradoxo, pois a cidade contemporânea mesmo em um ponto de vista espacial seja acentrada, no ponto de vista do poder urbano, nunca esteve tão centralizada, pelo fato da instantaneidade do computador e da imagem do vídeo permitirem a existência de sistemas de controles organizados em estruturas fortemente centralizadas e hierarquizadas.

A cidade como mercado, fala novamente de um tipo de organização, mas desta vez de uma que expande e que tem como conceito abrir as portas para comunicação com outras cidades. Por consequência, surge da divisão do trabalho, isto é, cada indivíduo isolado deve produzir o necessário para sua sobrevivência. Este fato não estabelece apenas essa divisão, como também a especialização do trabalho no interior da cidade. A imagem de cidade como mercado ou centro de produção e consumo domina completamente a cena urbana, sendo esta configuração própria das cidades capitalistas.

Interlocução:

ROLNIK não recorre de auxílio de outros textos e também não faz citações de outros autores. Porém ________________________

Contextualização:

O texto foi produzido em 1993 quando a autora estava fazendo o seu doutorado em New York University. Explicando então sua citação de São Paulo, pois foi lá que morou, cursou faculdade e mestrado tornando ainda mais verídica as suas comparações. Quando Rolnik menciona Wall Street em seu texto, fica claro que é um lugar relacionado aonde escrevia o livro. Este livro assume grande importância, pois expõe o verdadeiro significado de cidade, fazendo seus leitores refletirem e entenderem melhor o ambiente em que vivem.

Trechos especialmente significativos:

“... desde sua origem cidade significa, ao mesmo tempo, uma maneira de organizar o território e uma relação política.” (pg.21- 3ºparágrafo)

“... construir e morar em cidades implica necessariamente viver de forma coletiva. Na cidade nunca se está só, mesmo que o próximo ser humano esteja para além da

parede do apartamento vizinho ou num veículo no trânsito.” (pg.19, 1°paragrafo)

Questões:

Ao meu ver, foram muito precisas e contingentes as definições feitas pela autora, até mesmo o paralelo traçado entre cidade e imã, onde a cidade seria um grade campo magnético que atrai, reúne e concentra os homens. A forma leve e sagaz de escrever da autora, torna a reflexão de cidade mais fácil e agradável, passando quase que despercebida a aquisição de tanta informação, como na comparação feita entre as cidades antigas e as cidades contemporâneas.

Achei muito significativa a comparação entre a centralização da ágora da cidade grega, com a descentralização espacial da cidade contemporânea porém com uma forte centralização dos avanços tecnológicos em que nós, usuários julgamos tal tecnologia a melhor para nós e para o mundo. Paradoxo que nos faz refletir até que ponto vai nosso real entendimento sobre nossas próprias vidas.

Bibliografia consultada:

ROLNIK, Raquel. “pagina social da Raquel Rolnik” in: http://www.facebook.com/pages/Raquel-Rolnik/184986291546484?v=info

ROLNIK, Raquel. “blog da Raquel Rolnik” in: http://raquelrolnik.wordpress.com/category/livros/ Acesso em 22 de setembro de 2011

ROLNIK, Raquel. A Cidade e a Lei. São Paulo: Livros Studio Nobel Ltda.., 1997.

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