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A Fortuna E As Virtudes De Maquiavel

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Por:   •  15/10/2013  •  1.429 Palavras (6 Páginas)  •  539 Visualizações

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Sobre Maquiavel

Florentino nascido no dia 3 de maio de 1469, Nicolau Maquiavel se transformaria, de maneira póstuma, num dos maiores de filósofos da era renascentista. Sua contribuição seriam algumas obras que o tornariam em uma das mais infames criaturas da história por anos, sendo que a mais célebre, sua obra prima, chegaria ao ápice de ser proibida pelo cristianismo.

Observador arguto da sociedade e grande estudioso de história e ciência política, aristocracia e suas voláteis variações, Nicolau Maquiavel decidiu escrever, dentre outros livros, aquele que viria a ser a bíblia de vários políticos notáveis e notórios de nosso tempo. Curiosamente, não se conhece nenhum exemplo célebre de administrador que conseguiu implantar o que é proposto nesse livro em sua plenitude.

Essa obra viria a ser “O Príncipe”. Pequeno livro, ou como seu autor gostava de se referir, opúsculo contendo comentários políticos e conselhos para a conquista e manutenção de um principado com sucesso, com extenso estudo de métodos utilizados tanto na antiguidade, principalmente a romana, da qual era profundo admirador, quanto de seus contemporâneos. Sucessos e fracassos eram alvos de estudo para comprovação de eficácia das soluções propostas.

Mas o que o tornaria tão odiado e odioso por décadas, talvez séculos, e até hoje alvo de acaloradas discussões? Estude-se em primeiro lugar a motivação da manufatura da obra.

Escrito em mil quinhentos e treze, o livro foi motivado na união de Giuliano de Médici ao Papa Leão X e com isso, Maquiavel teria vislumbrado a possibilidade da unificação da Itália. Mas foi dedicado a Lourenço de Médici II, mais jovem, como ferramenta para estimulá-lo a seguir na empreitada. O livro, embora entregue, só veio a ser publicado postumamente, em 1532, e seu autor, embora relativamente bem sucedido em sua vida profissional, não viu a riqueza financeira que sua obra geraria a várias editoras e a ele mesmo.

Maquiavel, filho de um conhecedor de leis que possuía biblioteca pessoal de respeitáveis proporções, cresceu sob a influência de pensadores e experiências romanas. Entre os principais poderíamos citar, por exemplo, Tito Lívio, Virgílio, Lucrécio, Ovídio, além de alguns contemporâneos que valem citação especial em sua obra, como Dante.

Sua carreira começou logo que um rascunho de ditadura teocrática proposta por Jerônimo Savonarola se encerrou com sua execução e foi executada a implantação da república florentina. Na oportunidade Maquiavel tinha 29 anos.

Durante os 14 anos seguintes, manteve intensa atividade política e diplomática, responsável por correspondências institucionais, minutas, formulação de acordos com outros Estados e registro de julgamentos.

No ato de suas funções fora enviado em 23 ocasiões a região da toscana e importante peça diplomática como legado de Florença.

Casou-se em 1501 e teve 7 filhos com Marietta de Corsini, mulher humilde. Sabe-se que embora tenha enviado cartas regulares a sua esposa, das quais 300 sobreviveram à história, não era homem fiel nem ao menos amoroso. Quando muito Cortez com sua consorte.

Foi eleito Gonfaloneiro, o guardião do Gonfalão, a bandeira, cargo análogo aos prefeitos italianos atuais, pelo principado de Piero de Soderini. Como Soderini não era governante astuto, dez anos mais tarde Florença veio a ser destruída pelos espanhóis e as tropas do papa.

Em 1512, mesmo tentando mediar a situação, Maquiavel foi censurado e proibido de exercer suas funções públicas pelo Cardeal João de Médici. Em 1515 Maquiavel entregou a seu amigo Francisco de Vettori o livro O Príncipe para que presenteasse o Cardeal Lourenço II de Médici na tentativa de conquistar seus beneplácitos. Coisa comum na época, valendo inclusive um estilo literário chamado Espelho Para Príncipes. O livro mal foi folheado.

Em 1519 Maquiavel escreve o Discurso sobre a reforma do Estado de Florença, em função da reforma da constituição florentina proposta por Júlio de Médici.

Em agosto de 1521 Maquiavel é completamente reabilitado ao serviço público, após escrever A Arte da Guerra e aconselhar o papa a construir uma milícia italiana.

Em 1526 foi eleito Magistrado dos Procuradores dos Muros, responsável pelas defesas de Florença. Em 1527 os opositores do governo restauram a república, sendo Maquiavel, obviamente, um dos prejudicados, por ter colaborado com Médici, e porque O Príncipe não foi interpretado de maneira positiva pelos republicanos. Nunca mais teve cargo no Governo, até onde se sabe.

Morreu em 27 de junho de 1527. Poucos amigos o velaram. Foi enterrado no dia seguinte no cemitério de Santa Croce.

Sobre O Príncipe

O livro O Príncipe teve muitos méritos, ou “méritos”, como preferir, o que valeu sua fama infame.

1. Aproximava, mesmo que involuntariamente a ciência política do cidadão comum. Coisa considerada digna apenas dos abastados e aristocratas.

2. Lidava com a política de maneira franca e pragmática, definindo em exemplos simples. Como um cidadão poderia exercitar coisas que atualmente seriam consideradas absolutamente imorais para conquistar e se manter no poder.

3. Talvez o principal motivo para que o livro tenha entrado inclusive para a lista dos proibidos pelo Vaticano. A obra propunha separação entre Estado e igreja levando-se em conta que a segunda era poderosa e influente em relações e decisões institucionais do Estado.

Sobre o discurso

Sobre como conquistar um principado

São desfiados exemplos de principados conquistados pela Virtude, Fortuna e Crime.

Virtude, na visão de Maquiavel tem um significado muito mais amplo. Pode significar nesse caso firmeza moral, uma forma pouco utilizada pelo autor na obra. Pode significar utilidade. Algo virtuoso é algo útil. Pode significar força de vontade, ou, como ele dizia “Vontade de potência”, mas principalmente astúcia.

Fortuna também possui um significado um tanto diferenciado. Enquanto entendemos fortuna coloquialmente em sua tradução financeira, no italiano fortuna é principalmente sorte.

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