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A PSICOLOGIA RELIGIOSA NA VISÃO DE CARL JUNG

Por:   •  1/2/2023  •  Resenha  •  1.106 Palavras (5 Páginas)  •  66 Visualizações

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[pic 1]-  Curso – Bacharel em Teologia

A Psicologia da Religião na Visão de Carl Jung

Quero iniciar dizendo acerca dos motivos pelos quais Jung é rotulado como esotérico. Entretanto, não podemos negar que a importância dos estudos de Jung acerca da religião. O interesse de Jung pela religião pode-se dizer vinha de berço. Apesar de ser de origem protestante, Jung não se restringia nem ao protestantismo nem ao cristianismo para falar de religião.
Para Jung, a verificação se o conteúdo da religião ou sua teologia era correta ou não, caberia aos teólogos, não ao psicólogo, pois, Quando a Psicologia se refere, p. Jung compreendia o fenômeno religioso como um fenômeno natural, inerente a natureza humana, desde modo, ao falar da religião Jung não propõe nada de metafisico, pois, seu foco recai sempre sobre o individuo, sobre a cultura e o inconsciente coletivo. Um dado que não podemos perder de vista é que Jung era sobretudo um clínico.
Jung utilizava o termo «confissão religiosa» compreendendo que: A confissão admite uma certa convicção coletiva, ao passo que a religião exprime uma relação subjetiva com fatores metafísicos, ou seja, extramundanos. A confissão compreende, sobretudo, um credo voltado para o mundo em geral, constituindo, assim, uma questão intramundana. A confissão coincide com a Igreja oficial ou, pelo menos, se constitui como uma instituição pública, à qual pertencem não apenas os fiéis mas também um grande número de pessoas indiferentes à religião, que se integram por simples hábito. Aqui torna-se visível a diferença entre confissão e religião.
Pertencer a uma confissão, portanto, nem sempre implica uma questão de religiosidade mas, sobretudo, uma questão social que nada pode acrescentar à estruturação do indivíduo. Todos os aspectos sociais que envolviam a religião/religiosidade Jung compreendia como «confissão religiosa». A compreensão de Religião como relacionada ao verbo Religare surgiu posteriormente, no século IV, com Lactâncio, grande erudito que era chamado de o «Cicero cristão», que adequou o uso do termo já era utilizado no mundo latino à teologia cristã. Nesta citação de Jung, devemos observar que essas «potencias» são expressões da dinâmica psíquica que se fazem perceber através do sistemas simbólicos oferecidos pela cultura.
Jung indicava a função religiosa como um dos pontos de divergência da psicanálise, segundo ele, Este ponto de vista é a terceira característica que diferencia minhas concepções das de Freud. A definição de função religiosa não é clara, talvez, podemos dizer que Jung aponta a existência da função religiosa mas não a definiu formalmente. Numinoso foi o termo utilizado por Rudolf Otto para se referir ao elemento fundamental e irracional da experiência religiosa que poderia ser percebido como «divino» – esse divino se apresentaria ao individuo como algo misterioso , poderoso ou tremendo e Fascinante . Jung compreendeu a importância do estudo de Otto e transportou esse termo para a psicologia, adequando-o ao contexto da psique, retirando seu aspecto sobrenatural ou metafísico.
Como exemplo, podemos vislumbrar a função religiosa, como atribuição de sentido luminoso, como o temor  irracional que algumas pessoas tem do som do trovão. Jung diria que o «homem de um milhão de anos» de mexeu dentro dela. Pois, o trovão em todos os temos foi uma expressão da presença ou vontade divina, mesmo que racionalmente não reconheçamos como tal, o inconsciente reconhece e o significa como tal. Como dissemos a função religiosa atribuirá um significado simbólico que indicará algo maior ou superior ao individuo .
Dada a importância da função religiosa, como elemento de significação e transformação do individuo, não podemos ignorar sua intima relação com o Self, que impele o individuo ao desenvolvimento ou amadurecimento psíquico. Neumann, nos chama atenção para o fato de que o

Self sempre se «disfarça» ou se «veste» como o arquétipo da fase para qual o progresso deve avançar. Por isso, Jung compreende que os sistemas religiosos podem ser benéficos aos indivíduos. Um exemplo dessa relação da religião com os processos psíquicos são os sonhos.

Tentamos curar o sofrimento da mente humana, do espírito humano, da psique, assim como as religiões se ocupam dos mesmos problemas. Não estou fazendo jogo de palavras ao chamar a religião de sistema psicoterapêutico.

Acredito que deveríamos julgar a teoria junguiana em seu próprio contexto, isto é, como uma teoria psicológica. Eu já conheci pessoas que inicialmente se interessaram pela psicologia analítica, por Jung respeitar a religião, mas depois  ao compreender que o pensamento junguiano não era religioso, o rejeitaram. É importante compreendermos a seriedade com que Jung pesquisava e trabalhava. Ele tinha como foco a compreensão dos processos psíquicos, para assim, poder contribuir com seus pacientes.  Sua teoria expressa justamente essa preocupação.

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