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A Questão Meridional

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Por:   •  1/9/2014  •  836 Palavras (4 Páginas)  •  337 Visualizações

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A QUESTÃO MERIDIONAL

GRAMSCI, ANTÔNIO, 1937; A questão meridional; seleção e introdução Franco de Felice, Valentino Parlato; tradução Carlos Nelson Coutinho, Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

Gramsci, através de uma visão aguçada e única, examina a situação italiana no que se refere ao confronto entre os operários setentrionais e trabalhadores rurais meridionais.

Em um período em que a Itália passa por diversas crises econômicas e está à mercê do fascismo, dois setores da sociedade entram em cena e passam a travar um embate em torno de interesses antagônicos. De um lado a burguesia meridional a qual Gramsci define como os médios e grandes agricultores, assim como seus intelectuais que emergem nesse ambiente e atuam como mediadores entre os interesses do “bloco agrário” e as necessidades dos camponeses. Vale observar que esses intelectuais, em sua maioria, são clericais. Tendo em vista esse fato, Gramsci utiliza-o como argumento para questionar, junto aos camponeses, a validade das afirmações e escrúpulo desses clérigos, uma vez que a maioria, ao contrario do que a respectiva doutrina, o cristianismo, pregava , vivia com mulher e filhos. Do outro lado estavam os operários setentrionais que em grande parte são comunistas, mas nem por isso escapam à influência do Estado e dos veículos de comunicação bem como dos “intelectuais” de prontidão, que, diante da situação iminente de uma revolução proletária, tentam de todas as formas minar os planos comunistas. Diante desse cenário, Gramsci acaba por direcionar o problema a um ponto essencial: “Qual o motivo do confronto entre os operários do norte e os camponeses do sul?”.

Partindo dessa indagação, ele verifica certa desconfiança de ambas as partes. Levando em conta que a burguesia setentrional subjugará a Itália meridional e suas ilhas transformando as em colônias de exploração, Gramsci percebe o motivo de tal receio dos camponeses em relação aos operários. Em contrapartida, os operários temem uma possível tomada de poder por parte dos camponeses e, possível submissão a eles. Quem atua fortemente para esse impasse entre campo e cidade são os jornais que circulam. Muitos deles têm seus editores ligados à burguesia setentrional, inclusive um deles, o Avanti! , fora dirigido por Mussolini.

Verificada a problemática e sua origem, Gramsci passa a apontar a solução para o entrave campo-cidade. Propõe uma ajuda mutua, uma vez que ambas as partes dependem, mesmo que inconscientemente, uma da outra, como ele próprio cita:

“O proletário orientará a indústria para a produção de máquinas agrícolas, de tecidos e calçados e de energia elétrica para os camponeses; impedirá que as indústrias e os bancos explorem os camponeses e os subjuguem como escravos a seus cofres. Quebrando a autocracia na fábrica, quebrando o aparelho opressivo do Estado capitalista, instaurando o Estado operário que submeta os capitalistas à lei do trabalho útil, os operários quebrarão todas as cadeias que prendem o camponês à sua miséria, ao seu desespero; instaurando a ditadura operária, tendo em mão as indústrias e os bancos, o proletário dirigirá o enorme poder da organização estatal para apoiar os camponeses(...) Fará tudo isso porque é de seu interesse aumentar a produção agrícola, porque é de

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