A Teoria Das Quatro Causas De Aristóteles
Por: Luiz N. • 2/9/2025 • Trabalho acadêmico • 1.187 Palavras (5 Páginas) • 429 Visualizações
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A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS DE ARISTÓTELES:
O ENTENDIMENTO DA SUBJETIVIDADE NA ARTE
DAMIÃO LUIZ DA SILVA NETO
Discente do Curso de Bacharelado em Filosofia do Centro Universitário Católica de Quixadá (UniCatólica).
E-mail: dluizneto16@gmail.com
Professor Orientador: DR. REGINALDO GURGEL MOREIRA
Docente do Curso de Bacharelado em Filosofia do Centro Universitário Católica de Quixadá (UniCatólica).
E-mail: reginaldomoreira@unicatolicaquixada.edu.br
INTRODUÇÃO
Compreender a teoria das quatro causas de Aristóteles, isto é, a Aitiologia, é de fundamental importância para a assimilação dos conceitos de metafísica por ele propostos. Partindo dessa premissa, entender como a doutrina aitiológica pode ser aplicada de forma prática no entendimento da arte e da criação humana, em uma perspectiva de subjetividade e interpretação pessoal, pode ser de grande valia para o domínio mais apurado desta ciência.
Antes de tudo, a análise das definições de metafísica propostas pelo filósofo é de grande importância para as discussões presentes neste trabalho. A metafísica, enquanto ciência dos primeiros princípios constitutivos da realidade, é a primeira definição aristotélica da "metafísica"; ou seja, trata-se da busca pelo saber verdadeiro, orientada pelos dois campos do conhecimento: o intelecto e a percepção dos sentidos. A segunda definição é a de metafísica como estudo do ser enquanto ser, enquanto outras ciências analisam partes de um todo, extraindo daí suas propriedades e características, a metafísica se ocupa da realidade como um todo. A terceira definição de metafísica é a de teoria da substância, ancorada na ideia de que, entre os múltiplos significados do ser, o de substância é o mais fundamental. Por fim, a quarta definição considera a metafísica como teologia, relacionada às coisas divinas e ao sentido último da filosofia primeira.
Este trabalho tem como objetivos: compreender as bases da Aitiologia de Aristóteles como fundamento para a compreensão da metafísica; analisar e descrever sistematicamente as características da Teoria das Quatro Causas de Aristóteles nas obras de arte; e apresentar uma análise sobre como a percepção individual de cada pessoa atua na interpretação de obras de arte à luz da causalidade aristotélica.
OBJETIVOS
- Compreender as bases da Aitiologia de Aristóteles como fundamento para a compreensão da metafísica;
- Analisar e descrever sistematicamente as características da Teoria das Quatro Causas de Aristóteles nas obras de arte;
- Apresentar uma análise sobre como a percepção individual de cada pessoa atua na interpretação de obras de arte à luz da causalidade aristotélica.
METODOLOGIA
A metodologia do presente resumo baseia-se em pesquisa bibliográfica, leitura de livros relacionados ao tema e ao autor. A abordagem de pesquisa é qualitativa, pois se trata de um estudo teórico-reflexivo com base em percepções oriundas das leituras. O corpus da pesquisa consolida-se na análise, principalmente, a obra “Impressão, Nascer do Sol” de Claude Monet, na justificativa de uma arte com fim, não em si, mas na subjetividade do outro na comunicação interpessoal, de forma particular e individual, sustentado pelo pensamento de Liev Tolstói e na análise e descrição das características da causalidade aristotélica nas obras de arte e como a individualidade e percepção particular dos indivíduos tem grande influência na interpretação das mesmas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na arte, a causa formal pode estar presente de diferentes modos, na pintura, como uma forma retangular (no caso das telas, ou papéis, por exemplo), mas a forma última por trás desse aspecto físico envolve os jogos de proximidade, perspectiva, cores, ilusões e etc., o que faz a subjetividade de um indivíduo obter papel de notória relevância, logo, cada pessoa percebe o mundo de maneira única e parcial, interpretando a realidade a partir de sua perspectiva pessoal. Isso sugere que a realidade não é totalmente objetiva, mas construída de forma individual, perceber algo não é simplesmente "ver" uma verdade objetiva ou uma essência imutável (como seria na causa formal de Aristóteles); mas destaca a subjetividade e a individualidade na experiência humana.
Um exemplo disso é a obra “Impressão, Nascer do Sol” (1872) de Claude Monet. Em vez de capturar a forma de uma paisagem, Monet utiliza pinceladas de cores vibrantes para evocar um sentimento, uma sensação, ainda que semelhante, diferente para casa indivíduo. O resultado é uma interpretação subjetiva e emocional, esse tipo de representação visual remete à ideia de que a realidade é moldada por cada observador, em um contraste claro com a concepção aristotélica de uma forma definida para os objetos.
Ainda em uma pintura, por exemplo, a causa material (tela, papel, tintas, vernizes etc.) dão corpo e liberdade mais uma vez à subjetividade humana para interpretar os lances de cor e efeitos de forma a fim de transmitir, de modo particular, algo, um sentimento, uma lembrança ou mesmo uma percepção de mundo. A causa material relaciona-se, inevitavelmente, com a forma, e com ela possui um vínculo de maior percepção sensitiva, levada pelos sentidos (visão, tato, paladar e audição).
O artista, como causa eficiente, desempenha um papel central no processo criativo, sendo responsável pela concepção e execução de uma obra de arte. O artista possui a liberdade e atua também como uma espécie de mediador/instrumento entre sua subjetividade e a forma artística, utilizando símbolos e sinais visíveis que comunicam conceitos e concepções mais profundas. O artista não é apenas um criador, mas um provocador de diálogo e reflexão, tornando a arte um meio poderoso de comunicação que conecta experiências humanas de maneira significativa, desse modo, dentro da perspectiva aristotélica, encorpa a doutrina da causalidade das coisas.
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