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A apologia de Sócrates, no primeiro instante traz diversas questões sobre a antiga Atenas

Por:   •  1/10/2015  •  Resenha  •  7.098 Palavras (29 Páginas)  •  365 Visualizações

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A apologia de Sócrates, no primeiro instante traz diversas questões sobre a antiga Atenas, de sua situação política e social.

Logo de inicio, minha intenção aqui colocar de maneira clara o contexto histórico, político e social que tratamos: a polis ateniense. E vale uma compreensão da figura de Sócrates, as principais idéias de seus opositores; Feito isso, a analise da “apologia”, refletindo sobre pontos filosóficos e da políticos no discurso, que vao muito além da defesa e acusações ditas.

Então, seguindo o objetivo.

As pessoas das cidades que se situavam na Grécia antiga, não mantinham suas estruturavam no sistema político, econômico ou territorial unificados, como era o “Estado Grego”, muito pelo contrario, o território grego entendia que diversas polis (Cidades estado) que na teoria era independentes entre elas. A independência deixou transparecer a grande diversidade de pensamento de formas política e econômica entre as polis gregas.

Dentro d tudo isso está Atenas, a mais conhecidas polis da Grécia antiga, que acompanhava entre Esparta, Tebas, Creta e outras. A polis se interessava por diversos pontos diferentes uma das outras. Mas no entanto Esparta, por exemplo, tinha um grande apreço pelos valores da disciplina e da formação militar, já Atenas em sua grande vocação democrática, ficou muito conhecida pela formação política, comercial e social de seus cidadãos, e também de rica produção intelectual que acabou por influenciar a formação do mundo ocidental.

E de grande importancia apresentar algumas bases da democracia e seus antecedentes, para melhor entendimento da sua própria

ideologia e forma política. Atenas sustentou por um longo tempo, a forma de governo monárca que ficou ligado à tradição aristocrática (na Atenas chamada de Eupátridas) dos basileus e seus próximos. E tinha uma vasta distinção “atenienses puros”, dominante econômica e politicamente vivia uma vida contemplativa e nobre, que condenava o trabalho. Então estes falavam do futuro da cidade da vida e as propriedades do cosmos, exiatia umas camadas que realizavam o trabalho e a produção da polis.

Que conservava os direitos políticos, mas não o “poder de fato”, tinha os comerciantes e artesões atenienses (Demiurgos) em pleno crescimento devido ao desenvolvimento do comercio na polis. Eles não tinham direitos políticos e/ou marginalizados, e que também estavam os estrangeiros, escravos e desempregados.

A divisão e restrição política econômica entre as “classes” culminaram em insatisfações e conflitos civis, em primeiro plano entre demiurgos e eupátridas,"Os então cidadãos atenienses". Enquanto estes mesmos conservavam o ideal aristocrático na polis, onde apenas os melhores governavam e legislavam, os demiurgos passam a pressioná-los por maiores direitos políticos (poder de legislação) e reformas econômicas. Mas de certa forma no segundo plano, os referidos marginalizados passam a também pressionar a aristocracia em busca de umas reformas.

A elite ateniense, através dos conhecidos legisladores Dracon e Solon, fizeram a proposta de reformas políticas e econômicas que nao alteraria demais a situação dos mais pobres, ainda não agradavam totalmente os demiurgos em suas demandas. E nesse contexto que podemos inserir o surgimento da democracia ateniense, que teve como idealizador um sujeito chamado Clístenes. A proposta dele da democracia ateniense estabilizou a polis e, em seu esplendor durante um período clássico que viveu seu apogeu econômico, político e cultural (principalmente no governo de Péricles), tornando-se polis hegemônica em relação a outras. Assim, a gente passar a conceituar as noções de cidadania e igualdade intrínsecas ao ideal democrático restrito a tais critérios. Pergunta-se então: Mas e o povo em geral, os estrangeiros e escravos? Então, estes não tinham os direitos políticos, ou quando tinha, não tinha o tempo para exercê-los, porque estavam ocupados com a produção e com os afazeres manuais, tão desprezados pela aristocracia. Na alta econômica podemos dizer que o período clássico da democracia ateniense teve grande prosperidade comercial para a polis, dado o poder político dos demiurgos que poderiam agora diretamente legislar a seu favor; Possibilitou também novas oportunidades de atuação profissional, como as aulas de oratória e retórica ministradas por estrangeiros, o teatro, dentre outros.

Observa-se então com esse alargamento do poder político, e sua forma de legislação e discussão diretas, trava-se certo embate ideológico entre os aristocratas com pensamento conservador ligado a nobreza, e os demiurgos, “classe” rica não nobre, mas agora com poderes políticos, defensoras do ideal democrático então posto.

Assim, quando reunidos na ágora para discutir o futuro da polis e realizar as atividades legislativas, ou mesmo nos escritos políticos e manifestações culturais de então, travava-se um embate entre tais ideologias (Aristocrática e democrática), que também é ponto importante no texto e suas figuras que aqui iremos tratar.

Feita essa breve e simples introdução, podemos começar a tratar das figuras principais de nosso texto, sendo eles Sócrates (sob a ótica e escopo de Platão) e os sofistas, marcantes no período de maior esplendor cultural, político e econômico da democracia ateniense. Devemos ter em vista que estas figuras geraram grandes embates acerca de questões filosóficas, que por sua vez figuram até hoje. Temos ainda de considerá-las a partir da já referida divergência ideológica acerca do modelo político (Aristocrático e Democrático). Gostaria antes, de deixar bem que não tomo partido ou valoro determinado modelo ou figura; apenas proponho uma reflexão um pouco mais questionadora (que, como veremos, o próprio Sócrates o fazia) e especulatória, fugindo do que foi posto pelos que detém o “poder de contar a historia”.

Pois bem, comecemos pela figura dos sofistas, que vejo ser de mais simples assimilação por não possibilitar tantas especulações quanto a figura de Sócrates. De maneira breve, podemos dizer que estes eram professores itinerantes (portanto estrangeiros) que em troca de bom pagamento lecionavam retórica e oratória (pratica que bem dominavam) para os que queriam destaque na vida publica a partir de um bom discurso e argumentação na ágora, na defesa de seus interesses. Vemos aqui que o modelo democrático ateniense propiciou uma “fama de sabedoria” a estes professores, abrindo um lucrativo “nicho de mercado” na época. Como dito, a democracia ateniense era restrita aos cidadãos e era exercida de forma direta por estes; assim, havia a necessidade

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