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Alguns Conceitos de Arendt Relacionados a Banalidade do Mal

Por:   •  16/12/2019  •  Resenha  •  1.043 Palavras (5 Páginas)  •  220 Visualizações

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Banalidade do Mal; Totalitarismo; Ideologia e Terror; Linguagem e Pensamento; Consciência de si como agente. 

 Em relação aos conceitos mencionados para esse exercício, faz necessário situar Hanna Arendt em relação ao sec. XX quando inicia sua vida no campo da filosofia, está dívida entre a filosofia dos continentais e analíticos, que tem por principais representantes Wittgenstein como filosofo analítico e Heidegger como continental.  Desta forma localizamos Arendt no sentido de romper a tradição analítica fortemente representado por Wittgenstein, quando a autora irá propor que a linguagem de forma alguma pode conter neutralidade, alegando que quando há neutralidade abrem-se brechas para que a barbárie seja instaurada, portando postula sobre a reconstrução do sentido das palavras, por sua vez perdidos pós (Shoah) segunda guerra. Neste sentido Arendt se distancia da filosofia analítica referente as questões da linguagem.

É dentro deste contexto que estão inseridos os conceitos supracitados desenvolvidos por Arendt, que se deram a partir da proposta de preenchimento das palavras, que haviam se tornado como “cascas vazias”, devolvendo –lhes o significado, palavras como: liberdade, direito, politica, direitos, cidadania, necessariamente precisariam ser dotadas de sentido novamente para ser possível a compreensão sobre o que verdadeiramente teria acontecido com o mundo pós segunda guerra. Portanto pensa Arendt: não cabe apenas fazer uma análise lógica da linguagem, pois a linguagem neutra burocratiza, e nesse aspecto destitui a humanidade do humano, destitui os conteúdos fundamentais que dão sentido ao mundo, contudo é possível perceber a relação de necessidade estabelecida por Arendt no âmbito da política da linguagem e da moral, ou seja, ao longo de suas obras Arendt apresenta as problemáticas relacionadas a política, e após o episódio de Eichmann as questões relacionadas a moral, demonstrando  preocupação de unificar estes conceitos a partir da linguagem pensada por ela como fundamento essencial na reabilitação da filosofia moral e política, para que em seus conceitos principais sejam agregados o sentido outrora perdido.

Portanto a partir dessas configurações é possível compreender como os conceitos estabelecidos pela autora estão interligados em sua obra. Todavia é pensando a noção de inimigo externo herdado das tradições politicas antigas, que posteriormente no sec. XVII a noção de inimigo interno é introduzida nas concepções políticas, porém, é definida apenas no sec XX por Carl Schmitt, teórico do totalitarismo. Contudo é destas concepções que Arendt objetiva compreender e ressignificar as noções perdidas de política e moral, e criar alguns conceitos necessários para essa compreensão.

O totalitarismo não é destituído de sentido, por isso, deve se ter o cuidado de não o associar a qualquer regime despótico ou ditatorial conhecidos da história, pois estes apenas limitam se a agressão de direitos políticos do cidadão. No entanto, o regime totalitário, além dos direitos atacados, destrói todo tipo de vínculo e trama social (família trabalho política etc.) já estabelecidas. Arendt postula sobre essa situação como causadora de um estranhamento no individuo de forma que arranca todas as suas referências construídas em conjunto com humanidade pela linguagem e pelo pensamento. A ferramenta usada pelo regime totalitário para o desempenho desta função é a “ideologia do terror” Para a autora a ideologia é a lógica de um discurso ou ideia, que é exatamente a ideologia do regime nazista cujo qual tinha como objetivo o de naturalizar a raça ariana por meio deste discurso, em outas palavras tinha como pretensão instituir um tipo de destino para a raça ariana, tomada como raça superior, neste sentido Arendt tece também uma crítica as filosofias da história que intencionam a naturalização da história do homem, através da noção de progresso como guia para este tipo de história. Nesse sentido a autora elucida sobre quando se pensa a naturalização da história, se extermina com todas as noções politicas das sociedades. É ai que ela infere a substituição para o termo de naturalização para condição, pois, enquanto seres humanos é que construímos o mundo, por meio das relações de significações, pois nada é dado a-priori neste sentido tudo é constituído pela linguagem e pensamentos em comum, quando se naturalizam os discursos se cria a possibilidade de impedir a mudança do estado das coisas. A ideologia do terror associada as dimensões do totalitarismo refere se sobre quando o regime identifica alguém que não aceita as condições da ideologia, e imediatamente o configura como inimigo interno a ser combatido, o terror se instaura no aspecto da ideologia do regime quando ao abarcar todas as dimensões da vida humana não o permite pensar ou agir em contrariedade. Outro termo importante para o entendimento destas relações é o imperialismo, pois na disseminação da ideologia e do terror a proposta é a de dominação global, extinguindo aqueles que não se adequam.

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