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BACHARELADO EM CIÊNCIAS E HUMANIDADES CAMPUS SÃO BERNARDO DO CAMPO

Por:   •  3/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.894 Palavras (16 Páginas)  •  215 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

BACHARELADO EM CIÊNCIAS E HUMANIDADES

CAMPUS SÃO BERNARDO DO CAMPO

Elton Sudatti

Júlio César Brito da Silva

Larissa Ribeira Fernandes

Larissa Santos Barbosa

Marcella Garcia Paula

Milena Sedrim Adriano

O PRINCÍPIO DA MÁXIMA FELICIDADE/O UTILITARISMO

São Bernardo do Campo

2019

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO        4

2. Michael Sandel e o utilitarismo        5

3. Jeremy Bentham        7

4. Críticas ao utilitarismo        9

5. John Stuart Mill        11

6. Auxílio ou exílio?        14

7. CONCLUSÃO        16


1. INTRODUÇÃO

O trabalho a seguir tem como objetivo analisar, explicar e contextualizar os argumentos do capítulo “O princípio máximo da felicidade/O Utilitarismo”, retirado do livro “Justiça: o que é fazer a coisa certa?”, de Michael Sandel. O Utilitarismo é uma ética que analisa cada caso concreto e suas possíveis consequências à luz do critério de utilidade. Nesse sentido, tal teoria analisa os efeitos das ações humanas, levando em consideração a capacidade de prazer e dor que as ações produzem aos indivíduos, buscando sempre promover a maior quantidade de prazer ao maior número de pessoas possíveis, mesmo que isso represente a dor de alguma minoria. Baseado nisso, o presente trabalho se aprofunda em relação a essa teoria a luz de seus principais autores.


2. Michael Sandel e o utilitarismo

Intitulado “O princípio da máxima felicidade/O Utilitarismo”, o segundo capítulo da obra “Justiça: O que é fazer a coisa certa?”, de autoria do filósofo estadunidense Michael Sandel, aborda de maneira interessante a teoria utilitarista proposta por Jeremy Bentham e John Stuart Mill. Através de uma série de exemplos, Sandel esclarece o propósito da ideia que ambos os autores elaboraram, cada qual ao seu modo, e defenderam ao longo de suas carreiras.

Apesar das dissemelhanças, a formulação empreendida por ambos os teóricos sobreditos baseia-se, em suma, na ideia de que a moral possui como função primordial garantir a máxima felicidade ao maior número possível de pessoas envolvidas na situação analisada, assegurando que o prazer se sobreponha a dor. Nessa continuidade, ainda, os sentimentos mencionados, de acordo com Bentham, regeriam a maneira como os indivíduos se comportam e as ações que os mesmos tomam na vida em sociedade. Assim sendo, a moral utilitarista “[...] consiste em pesar custos e benefícios, e apenas espera uma avaliação mais ampla das consequências sociais” (SANDEL, 2012, p. 47).

Através dos exemplos que Sandel apresenta fica claro compreender como o utilitarismo se comporta de maneira racional e direta, sendo fácil a compreensão de suas bases. Contudo, igualmente a partir destes, é notório que, por sua simplicidade, a teoria falha em prover análises humanas sobre algumas situações. Para demonstrar tal postulação, o primeiro caso apresentado no capítulo relaciona-se a um grupo de quatro marinheiros que estavam à deriva em um pequeno bote salva-vidas. Neste pedaço, o autor provoca sentimentos adversos no leitor para, então, definir, explicar e, mesmo, criticar o utilitarismo.

O principal fator determinante na situação era a quantidade de alimento restante, insuficiente para sobrevivência geral do grupo. Diante disso, Thomas Dudley, o capitão, após notar o esgotamento de todo o estoque de nabo que possuíam e até da carne de uma tartaruga que haviam matado recentemente, sugeriu um sorteio entre todos os integrantes para determinar qual deles morreria para que os outros pudessem  se alimentar de seu corpo e, consequentemente, sobreviver. Naquele dia, no entanto, um dos marinheiros, Edmund Brooks, foi contra esta ideia e o sorteio não ocorreu.

No dia seguinte, sem previsão de resgate ou qualquer navio por perto, o capitão pediu para Stephens matar Richard Parker, taifeiro e mais novo entre eles, para que os demais fossem saciados. Tal decisão, tomada pelo primeiro, foi baseada no ideal de maior felicidade para a maioria, evidenciando, justamente, o princípio utilitarista. Durante a deliberação, levou-se em consideração que Parker já estava doente devido ao fato de ter ingerido água do mar e, além disso, ele era também órfão, ou seja, sua morte acabaria por afetar menos pessoas se comparada com a morte de qualquer um dos outros integrantes do grupo.

Dias passados, após serem resgatados e voltarem à Inglaterra, Dudley e Stephens foram presos e julgados pelo que fizeram. Ambos confessaram ter matado o jovem Parker, alegando sempre que fora necessário sacrificar um indivíduo para salvar três. Nesse momento, Sandel instiga seus leitores a pensarem no que fariam se fossem os juízes nessa situação, estimulando o pensamento utilitarista sobre tal conjuntura.

        Neste momento, o autor lança um desafio que, apresentado pelo a seguir, de certo modo, gera impacto e desconforto nos leitores:

“Suponhamos que você fosse o juiz. Como os julgaria? Para simplificar as coisas, deixe de lado as questões legais e suponha que você tivesse de decidir se matar o taifeiro seria moralmente admissível” (SANDEL, p. 46, 2012).

Após o acirramento descrito, o autor trata sobre o impacto da atitude dos marinheiros na sociedade e, ainda, o que ela acabaria por representar em cada um deles posteriormente. Além disso, ao concluir a exemplificação, o também professor universitário consolida no leitor as bases necessárias para a compreensão da doutrina a ser aprofundada ao longo de todo o capítulo, afirmando como objetivo último do se pretende explicar a garantia de maior felicidade para a maioria.

Posto isso, Michael Sandel avançará para elucidar a teoria utilitarista a partir da apresentação dos pensamentos de seus dois principais representantes, os ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill. A vista disso, é de suma importância pormenorizar aqui o contexto e as motivações que levaram ambos a, respectivamente, fundar e se envolver com tal teoria.


3. Jeremy Bentham

 

Nascido em fevereiro de 1748, um período de grandes mudanças sociais, políticas e econômicas, o inglês Jeremy Bentham foi um filósofo e radical político, lembrado majoritariamente por sua teoria ética consequencialista, o princípio do “utilitarismo”. Seu trabalho mais importante foi “Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação”, em que apresenta a doutrina mencionada. Enquanto vivo, sua influência fora pouca. Contudo, especialmente nos anos subsequentes ao seu falecimento, suas ideias foram reavivadas e revigoradas por discípulos, tais como John Stuart Mill.

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