TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Condições históricas para o surgimento da filosofia

Tese: Condições históricas para o surgimento da filosofia. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  6/10/2014  •  Tese  •  1.343 Palavras (6 Páginas)  •  407 Visualizações

Página 1 de 6

6

7

resumo Aula-tema 02:

Condições históricas para o surgimento da Filosofia

A Filosofia, como instituição e criação humana, também está inserida na história e tem

história.

Estar na história significa que faz parte da sociedade e da cultura específicas do seu tempo.

Procura se inserir revelando possibilidades, caminhos, respostas, mas, acima de tudo,

novas perguntas que, por vezes, são incômodas.

Ter uma história quer dizer que as soluções, as respostas dadas e as novas perguntas

feitas pela Filosofia numa certa época passam a ser incorporadas como saberes para

os próximos filósofos, tanto para serem admitidos como para serem refutados. Passam

a compor, então, os novos problemas que esses filósofos enfrentarão e deixarão como

legado para os que virão a seguir. É preciso considerar também que as mudanças, as

transformações do conhecimento podem estender o leque dos campos de investigação da

Filosofia. Surgem, a partir daí, novas disciplinas filosóficas e outras podem ser reduzidas

ao se desligarem e formarem disciplinas separadas. Como, por exemplo, ocorreu no século

XVIII, quando a física, a química e a biologia se apartaram da Filosofia e, no século XX,

com outras áreas também, como a história, psicologia e antropologia.

A Filosofia, por ter uma história, pode ser estudada em períodos que, por vezes, possuem

consonância na forma como os historiadores dividem a história ocidental.

Cada um dos períodos da Filosofia possui pensadores marcantes, temas e proposições,

ideias, questões, princípios e ideais filosóficos próprios. Não são separadas, apartadas,

mas se relacionam compondo um cenário de transições que, ora se complementam e

aprofundam, ora se distanciam negando ou questionando o que se postulava até então.

Temos então sete grandes períodos da Filosofia na história, que são: Filosofia Antiga (do

século VI a.C. ao século VI d.C), Filosofia Patrística (do século I ao século VII), Filosofia

Medieval (do século VIII ao século XIV), Filosofia da Renascença (do século XIV ao século

XVI), Filosofia Moderna (do século XVII ao início do século XVIII), Filosofia da Ilustração ou

Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século XIX) e Filosofia Contemporânea

(meados do século XIX até os nossos dias).

8

A Filosofia, abarcando as muitas disciplinas do conhecimento humano, surge na Grécia, no primeiro

período da história da Filosofia – Filosofia Antiga (do século VI a.C. ao século VI d.C) – numa época

e numa sociedade muito específicas. Esse período, por estar tão distante, deve nos provocar

importantes curiosidades: o que tornou possível o surgimento da Filosofia já no final do século

VII a.C.? Que cenário possibilitou que a Filosofia surgisse e carregasse um conjunto de dúvidas,

preocupações e interesses desde seu nascimento na Grécia e influenciasse até os nossos dias?

Vamos analisar alguns tópicos que, segundo Chauí (2012), propiciaram as condições históricas

para o surgimento da Filosofia:

1. As viagens marítimas

Foi através delas que os gregos desmitificaram o mundo. Ao chegarem aos locais que os

antigos mitos indicavam como habitados por seres fabulosos, como titãs, deuses e heróis,

descobriram que lá viviam outros homens. Esse “mundo real” trouxe a necessidade de

explicação sobre a origem e o funcionamento do mundo, já que a mitologia não oferecia

mais explicações aceitáveis.

2. A invenção do calendário

Ao adquirir a noção de tempo – que se repete incessantemente – os gregos atingiram

uma capacidade de abstração importante que incorpora essa realidade como algo

natural e não mais como uma força divina que não podia ser compreendida ou explicada.

3. A invenção da moeda

A substituição do escambo pela troca abstrata proporcionada pelas moedas, trouxe uma

capacidade de generalização e abstração que os gregos não possuíam até então.

resumo

9

4. A invenção da escrita alfabética

Tal como a invenção da moeda e do calendário, a invenção da escrita denota o crescimento

das capacidades de generalização e da abstração, mostra o amadurecimento de um

povo. A escrita alfabética, diferentemente das outras escritas da época, não representa

uma imagem da coisa dita, mas carrega símbolos, sinais abstratos – que é a palavra.

Para Chauí (2012, p. 46 - 47),

“[...] enquanto nas outras escritas, para cada sinal corresponde uma coisa ou uma

ideia, na escrita alfabética ou fonética as letras são independentes e podem ser

combinadas de formas variadas em palavras e estas podem ser distribuídas de

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9.6 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com