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DESCRIÇÃO DA MEMORIA

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Por:   •  20/10/2014  •  Relatório de pesquisa  •  1.130 Palavras (5 Páginas)  •  147 Visualizações

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MEMORIAL DESCRITIVO

A caçula e única menina de três irmãos, nascida na década de 70 na cidade de Palotina interior do Paraná. Filha de um militar e uma dona de casa, aos 5 anos assisti a separação dos meus pais, - acontecimento que redesenhou toda minha história - minha mãe passou a trabalhar fora, meus irmãos ficaram com ela e eu fui morar com meus avos maternos no sitio, a rigidez com que eles me educaram e os valores que me passaram, foi algo muito positivo para minha constituição humana, eram valores pautados na valorização dos estudos, respeito, dedicação, responsabilidade e independência.

Aos sete anos comecei a estudar na escola do campo que atendia todas as crianças daquela comunidade. Minha professora da primeira série, Helena me colocava de castigo, na frente do quadro negro todas as vezes que eu não conseguia fazer as tarefas ( a questão é que eu nunca conseguia fazer as tarefas). Ao falar com meus avós sobre o ocorrido, eles, desprovidos de toda e qualquer informação, não desaprovavam a conduta da professora. Foi assim com a professora Helena, Judite, Neusa, e por ai vai... Era uma tortura psicológica terrível que se sucedia a cada ano letivo. Com imensa dificuldade consegui concluir o ensino básico.

Em 1996 Mudei-me, para Primavera do Leste- Mato Grosso. ( a convite de parentes) Naquele mesmo ano prestei vestibular para Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso - Campus Primavera do Leste – fui aprovada, ( não sei como) em seguida iniciei os estudos.

Na Disciplina de psicologia, a professora Dra. Eugenia - o anjo da minha vida - pediu a todos para se apresentar e falar daquilo que esperava do curso. Falei que ali estava para compreender o motivo que me levava a ter tanta dificuldade em aprender as coisas que a escola ensinava; Contei das dificuldades em prestar atenção, em conseguir alinhar um raciocínio, da maneira como fui incompreendida pelos professores e da aversão que passei a ter pela escola.

Certo dia, a professora Eugenia me convidou para fazer alguns exames, aceitei, semanas depois recebi o diagnostico que era portadora de dislexia e TDAH. Comecei imediatamente o tratamento.

Foi o inicio de uma nova fase na minha vida, fazendo tratamento medicamentoso eu conseguia me concentrar nas leituras, nas aulas expositivas, e com isso, ver o mundo de outra maneira.

Fiz estagio em escolas de periferia com alunos carentes e em turmas com alunos com problemas de aprendizagem. Nas minhas observações, me identificava com o comportamento, e com a falta de preparo do professor em lidar com criança nesta condição.

Crianças com transtornos de aprendizagem dificilmente se adaptam as convenções da classe tradicional, normalmente não aprendem da maneira como a escola espera. Castigos e suspensões por problemas disciplinares são recorrentes e o fracasso escolar, a consequência mais desastrosa.

Nesse sentido, cabem as palavras de Freire (1996) “ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo, onde pensar certo é fazer certo. Como posso ensinar ética, solidariedade e democracia se não os vivo no cotidiano das minhas relações”?

Em 2000 assumi o concurso publico do Estado de Mato grosso, fui para a sala de aula e meses depois passei a atender alunos com transtornos de aprendizagem. Minha amiga e companheira de faculdade Joice dizia que eu era “irritantemente” defensora destas crianças que os outros professores chamavam de “capetinhas” ou para aqueles com deficiência intelectual, “incapazes de aprender alguma coisa”, que estavam ali na sala para “atrapalhar”

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