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Memorias De Um Sargento De Milicias

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Por:   •  28/3/2013  •  2.438 Palavras (10 Páginas)  •  1.277 Visualizações

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Memórias de um sargento de milícia

Manuel Antônio de Almeida

SÃO PAULO

2012

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alunos

Memórias de um sargento de milícia

Manuel Antônio de Almeida

Trabalho de Língua portuguesa realizado para o 3º bim. De 2013 da escola.

Profª

São Paulo

2012

Resumo

"Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel Antônio de Almeida, foi lançado originalmente sob a forma de folhetim, em "A Pacotilha" - o suplemento literário do jornal "Correio Mercantil", do Rio de Janeiro, entre 27 de junho de 1852 e 31 de julho de 1853. Só nos dois anos seguintes se transformaria num livro, publicado em dois volumes. Divertido, o romance mostra a vida da "baixa sociedade" no Rio antigo.

Esse romance merece destaque e ocupa um lugar ímpar na história da literatura brasileira, na medida em que se distancia muito dos modelos românticos que prevaleciam na época de sua publicação: a visão de mundo que ele expressa não é marcada por traços idealizados e sentimentalistas. Ao contrário, o autor se vale de um estilo objetivo e realista, semelhante ao das crônicas históricas e de costumes.

Introdução

O único romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias, publicado em 1852-53 sob a forma de folhetins, difere em muitos aspectos dos romances comumente publicados em folhetins do século XIX, o que explica sua fraca popularidade na época, e sua melhor aceitação na posteridade. O romance tem esse título por narrar a história de Leonardo Pataca, um vadio que acaba se transformando num sargento de milícias no tempo de D. João VI. Memórias de Um Sargento de Milícias é uma obra que contrasta com os romances românticos de sua época e possui traços que anunciam a literatura modernista do século XX, por várias razões. Primeiro, por ter como protagonista um herói malandro (Leonardo é o primeiro malandro da literatura brasileira), ou um “anti-herói”, na opinião de alguns críticos. Segundo, pelo tipo especial de nacionalismo que a caracteriza ao documentar traços específicos da sociedade brasileira do tempo do rei D. João VI, com seus costumes, os comportamentos e os tipos sociais de um estrato médio da sociedade, até então ignorado pela literatura. Terceiro, pelo tom de crônica que dá leveza e aproxima da fala sua linguagem direta, coloquial, irônica e próxima do estilo jornalístico.

O autor

Manuel Antônio de Almeida, jornalista, cronista, romancista, crítico literário, graduado em Medicina , nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17 de novembro de 1830, e faleceu em Macaé, aos 31 anos, em 28 de novembro de 1861 no RJ, vítima do naufrágio do vapor "Hermes".

Perdeu-se nesse moço um escritor que se acomodaria entre os primeiros de sua época, a avaliar pelo seu único romance, produzido antes dos vinte e cinco anos.

Observador meticuloso, deixou páginas que pintam com justeza e em boa linguagem os costumes da classe média do Rio de Janeiro na metado do século passado.

Após Macedo e Alencar, é a M. A. de Almeida que se devem, no período incial do nosso romance, os melhores trechos descritivos.

Filho do tenente Antônio de Almeida e de Josefina Maria de Almeida. Seu pai morreu quando Manuel Antônio tinha dez anos de idade.

Pouco se sabe dos seus estudos elementares e preparatórios; aprovado em 1848 nas matérias necessárias ao ingresso na Faculdade de Medicina, cursou o 1º ano em 1849 e só concluiu o curso em 1855 mas nunca exerceu a profissão. As dificuldades financeiras o levaram ao jornalismo e às letras.

Foi redator do jornal Correio Mercantil, para o qual escrevia um suplemento, A Pacotilha. De junho de 1852 a julho de 1853, publicou neste suplemento, anonimamente e aos poucos nas paginas dos folhetins sua única obra em prosa de fôlego, a novela Memórias de um Sargento de Milícias, em capítulos.

Pertenceu à primeira sociedade carnavalesca do Rio de Janeiro, o Congresso das Sumidades Carnavalescas, fundado em 1855.

Foi professor do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.

Em 1858 foi nomeado Administrador da Tipografia Nacional, quando encontrou Machado de Assis, que lá trabalhava como aprendiz de tipógrafo. Em 59, foi nomeado 2º oficial da Secretaria da Fazenda e, em 1861, procurou iniciar a carreira na política. Desejou candidatar-se à Assembleia Provincial do Rio de Janeiro. Dirigia-se a Campos, para iniciar as consultas eleitorais. Quando em 1861, morreu no naufrágio do navio Hermes, na costa fluminense.

Obras

Memórias de um sargento de Milícias, de 1852, foi seu único livro. Retrata as classes média e baixa, algo muito incomum para a época, na qual os romances retratavam os ambientes aristocráticos. A experiência de ter tido uma infância pobre influenciou Manuel Antônio de Almeida no desenvolvimento de sua obra.

Além do romance, publicou a tese de doutoramento em Medicina e um libreto de ópera.

Escreveu também a peça de teatro Dois Amores em 1861, que foi apresentada após a sua morte, com música da Condessa Rosawadowska, sem alcançar sucesso.

Também escreveu crônicas, críticas, artigos, etc., publicadas em jornais da época e que foram reunidas em livro, em 1991, por Bernardo de Mendonça a partir da pesquisa de fontes primárias, a começar pelo jornal Correio Mercantil, do Rio de Janeiro. A Obra Dispersa de Manuel Antônio de Almeida reúne não só a colaboração dispersa em jornais e a opereta Dois Amores, mas três antologias complementares: a correspondência ativa, descoberta entre os recentes anos 50 e 60, dirigida a Quintino Bocaiuva, Francisco Ramos da Paz e José de Alencar; os depoimentos de contemporâneos, como Francisco Otaviano, Machado de Assis, Augusto Emilio Zaluar, Felix Ferreira, Joaquim Manuel de Macedo; e, por fim, uma mostra das hesitações críticas nas leituras pré-modernistas das Memórias de Um Sargento de Milícias.

Escola Literária:

O presente artigo está dividido em três seções: a primeira intitulada, Do Romantismo ao Realismo, que apresenta características da escola romântica, e da escola que surgiu tempos depois, a contrapondo, a segunda seção, Memórias de um sargento de milícias e a Critica, trata de algumas considerações da critica sobre as Memórias a terceira seção é intitulada Memórias de um sargento de milícias: nem romântico nem realista, onde partindo de fragmentos do livro, levantar-se-á a hipótese que a obra de Almeida não é romântica ou realista, mas sim que está em um plano de transição entre essas duas escolas literárias.

I Do Romantismo ao Realismo

O Romantismo é um movimento estético que surgiu na segunda metade do século XVIII e durou até a primeira metade do século seguinte, estilo que segundo Proença Filho "configura um estilo de vida e de arte" (2007 p. 211). O Romantismo não participava da tradição cultural brasileira. Seu surgimento no Brasil ocorre por volta de 1836, sucedendo a Inconfidência Mineira, a vinda da Família Real e a independência brasileira, graças à formação de um publico leitor que almejava ver-se retratado. Mesmo norteado pelo Romantismo europeu, teve características peculiares, já que o período da independência despertou na população o desejo de criar uma literatura nacional. O Brasil pós-independência utilizou o romance como instrumento de construção cultural, voltando-se para o espaço nacional, o que justifica diversos tipos de romances românticos que vieram a surgir.

O Realismo reflete profundas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais, aproximando-se das idéias européias ligadas ao Positivismo, ao Evolucionismo e, principalmente, a Filosofia alemã, idéias que encontraram ressonância no conturbado momento histórico que o Brasil vivia, com a intensificação das campanhas abolicionistas, a Guerra do Paraguai entres outros acontecimentos. O Realismo caracteriza-se por apresentar a verdade, buscando essa verdade através de retratos fieis dos personagens, os motivos humanos, dominam as ações numa relação com o Determinismo, o Realismo encara a vida (contemporânea) como ela é, caracteriza-se ainda com uma narrativa lenta, fruto de uma detalhada caracterização de cada ação, fazendo uso de uma linguagem próxima da realidade simples e natural, preocupando-se com analises psicológicas.

Movimento Literário:

Embora escrito em pleno Romantismo, é um volume de difícil classificação. Já foi considerado precursor do Realismo, remanescente do romance picaresco. Atualmente, é mais aceita a classificação como romance romântico, mas excêntrico.

Contexto histórico

A narrativa se passa no início do séc. XIX e mostra traços específicos de um estrato médio da sociedade brasileira no tempo de D. João VI. 

Esse segmento médio tinha costumes e comportamentos próprios que, até então, eram ignorados pela literatura.

O livro de Manuel Antônio de Almeida mostra esse estrato social, através de uma fala direta, coloquial. 

Nessa porção média da sociedade da época encontram-se todos aqueles que não são nem senhores nem escravos - pessoas livres, pessoas comuns, que tentam sobreviver com o jeitinho brasileiro, com a transgressão da ordem, com "uma mão lava a outra"... - personagens "amorais", sem escrúpulos.

Tempo espaço

Espaço:

O espaço físico apresentado na obra é o meio urbano brasileiro do século XIX. A história se passa no Rio de Janeiro, e descreve seus principais pontos, como igrejas, principais ruas, mas descreve também pontos bem à margem da sociedade, como acampamentos de ciganos e bares. Neste trecho, o autor descreve um acampamento cigano:

Moravam ordinariamente um pouco arredados das ruas populares, e viviam em plena liberdade. As mulheres trajavam com certo luxo relativo aos seus haveres: usavam muito de rendas e fitas; davam preferência a tudo quanto era encarnado, e nenhuma delas dispensava pelo menos um cordão de ouro ao pescoço; os homens não tinham outra distinção mais do que alguns traços fisionômicos particulares que os faziam conhecidos.

Tempo:

Psicológico – Flash Back. A história se passa no começo do século XIX, ocasião em que a família real portuguesa se refugiou no Brasil. Por isso, o romance tem início com a expressão “Era no tempo do rei”, referindo-se ao rei português Dom João VI. Toda a ação do romance se desenvolve no Rio de Janeiro, 'no tempo do rei', isto é, entre 1808 e 1821.

Características dos personagens

LEONARDO – protagonista que garante unidade à narrativa. O sargento de milícias a que se refere o título da obra é Leonardo, embora o personagem obtenha esse cargo somente nas últimas páginas do livro.

LEONARDO-PATACA – pai de Leonardo, um meirinho (oficial de Justiça) que fora vendedor de roupas em Lisboa e, durante sua viagem ao Brasil, conhece Maria das Hortaliças, o que resultará no nascimento de Leonardo.

  MARIA DAS HORTALIÇAS – mãe de Leonardo, uma saloia (camponesa) muito namoradeira, que abandona o filho para ficar com outro homem.

  O COMPADRE (OU PADRINHO) – é dono de uma barbearia e toma a guarda de Leonardo após os pais abandonarem a criança. Torna-se um segundo pai para ele.

  A COMADRE (OU MADRINHA) – mulher gorda e bonachona, apresentada como ingênua, freqüentadora assídua de missas e festas religiosas.

MAJOR VIDIGAL – homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão. Apesar do aspecto pachorrento, era quem impunha a lei de modo enérgico e centralizado.

DONA MARIA – mulher idosa e muito gorda, não era bonita, mas tinha aspecto bem-cuidado. Era rica e devotada aos pobres. Tinha, contudo, o vício das demandas (disputas judiciais).

LUISINHA – sobrinha de dona Maria. Seu aspecto, inicialmente sem graça, se transforma gradualmente, até se tornar uma rapariga encantadora.

VIDINHA – mulata de 18 a 20 anos, muito bonita, que atrai as atenções de Leonardo.

Enredo

Introdução

Leonardo, o futuro sargento de milícias, filho de Leonardo-Pataca e de Maria Hortaliça é o resultado das pisadelas, beliscões e outros atos similares praticados pelo casal de imigrantes portugueses durante a travessia do Atlântico rumo ao Rio de Janeiro. A parteira - a comadre - e o barbeiro - 'de defronte' foram os padrinhos do herói, que passa junto aos pais os primeiros anos da infância. Leonardo-Pataca, que se tornara meirinho, confirma certo dia as suspeitas de que sua mulher não mantinha a mesma fidelidade que durante a viagem. Em consequência, briga com ela, expulsa de casa o garoto com um enérgico pontapé e sai em busca de consolo. Maria-da-Hortaliça, tinha fugido e embarcado novamente, rumo a Portugal, a convite do capitão de um navio que partira pouco antes. Logo a seguir, Leonardo-Pataca vai viver com uma cigana, que, por sua vez, também o abandona.

Desenvolvimento

Enquanto isso, Leonardo, o filho, adotado pelo padrinho, que muito se afeiçoara a ele, vai crescendo e a cada dia se revela mais briguento e travesso, prenunciando futuros envolvimentos com o famoso major Vidigal, que era o terror de todos os malandros e baderneiros da época. O padrinho, com infinita paciência, tenta encaminhar o menino na prática da religião para qual este não revela grandes pendores. Coloca-o na escola e o ensina a ajudar a missa.

Um padre de meia idade, virtuoso por fora, mas bastante diferente por dentro, envolve-se com uma cigana, a mesma, aliás, com quem Leonardo-Pataca vivera. O sacristão se vinga das reprimendas que sofre por suas constantes travessuras levando os fiéis a tomarem conhecimento dos fatos, o que faz com que seja expulso e deixe a igreja da Sé.

Para desgosto do padrinho e da madrinha, que queriam encaminhá-lo em uma profissão, Leonardo não demonstra qualquer interesse. Prefere a vida livre das brincanagens. Certo dia, em casa de Dona Maria, uma mulher das vizinhanças, conhece a sobrinha desta, Luisinha, sua futura mulher. Até que o casamento se realizasse, porém, muita coisa, iria acontecer. Leonardo-Pataca, depois de vencer o mestre-de-cerimônias na disputa pela cigana, é abandonado novamente por esta e passa a viver com a filha da parteira, Chiquinha. Daí nasce uma filha e grandes confusões, pois Chiquinha e Leonardo se detestavam e a parteira é chamada continuamente para serenar os ânimos.

Clímax

Por esta época aparece em cena José Manuel, um rival do futuro sargento de milícias em seu amor por Luisinha. Apesar dos esforços da comadre para afastá-lo do caminho, ela não tem sucesso. Além disso, a morte do padrinho e as contínuas brigas com Chiquinha fazem com que Leonardo saia de casa e passe a vagabundear pelos subúrbios da cidade, quando conhece Vidinha, uma mulata sensual, de olhos pretos e lábios úmidos, pela qual se apaixona imediatamente. Como Vidinha tinha outros pretendentes, cria-se grande confusão, o onipresente major Vidigal intervém e Leonardo consegue fugir, deixando-o furioso. Sempre com a proteção da comadre, que recorre à ajuda de Maria Regalada, um antigo amor de Vidigal, Leonardo supera todas as adversidades, chegando ao posto de sargento de milícias.

Desfecho

Assim, o final feliz se aproximava. José Manuel, o rival de Leonardo no amor por Luisinha, revela-se péssimo marido e, além do mais, morre providencialmente, deixando-a viúva e livre para casar com o sargento de milícias. Leonardo, em uniforme da tropa, recebe Luisinha como mulher. Depois segue a morte de D. Maria, a do Leonardo-Pataca.

Conclusão

Memórias de um sargento de milícias tem se mostrado uma grande obra literária brasileira. Uma obra deslocada de seu tempo que não se encaixa em nenhuma escola literária, é publicada em forma de folhetins, é um grande tesouro para a língua portuguesa;

Fugindo do romantismo com seu personagem anti-herói estando cada vez mais próxima do realismo praticado na metade do sec XVIII.

Essas suas transições na literatura o torna singular e interessante, uma obra pitoresca com um grande valor literário.

Referencias bibliográficas

http://vestibular.uol.com.br/ultnot/livrosresumos/ult2755u116.jhtm

http://licrisdevaneiosliterarios.blogspot.com.br/2010/04/manuel-antonio-de-almeida.html

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/m/memorias_de_um_sargento_de_milicias

Novas Palavras – Literatura;Emília Amaral et al.

http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_413967.shtml

http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/3603600

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: http://www.webartigos.com/artigos/memorias-de-um-sargento-de-milicias-nem-romantico-nem-realista/21808/#ixzz26NQGWXJW

http://www.consciencia.org/manuel-antonio-de-almeida

Gentileza Academia Brasileira de Letras www.academia.org.br

http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/ManuelAntoniodeAlmeida/ManuelAntoniodeAlmeida.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Ant%C3%B4nio_de_Almeida

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