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Discurso Blablabla

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Por:   •  1/10/2013  •  490 Palavras (2 Páginas)  •  386 Visualizações

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Introdução

Apresentamos aqui algumas questões acerca das relações de poder que produzem um discurso de verdade [aqui entendida como “conjunto de regras segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso e se atribui ao verdadeiro efeito específico de poder” (2004:13)] e as relações entre verdade e poder no discurso da ciência, a partir de um texto de

Foucault intitulado “Verdade e Poder”, de 1979 – em edição de 2004, e alguns diálogos com a Análise do Discurso Francesa. Em especial as autoras Jaqueline Authier-Revuz e Eni Orlandi.

Ciência metalinguagem científica

O discurso científico é essencial para a ciência; romper com as opiniões, com o imediatismo, com a ordem do real e buscar a objetividade e universalidade faz parte da constituição da ciência e sua diferenciação em relação aos demais saberes, ao cotidiano e ao senso comum: “Para se constituir, a ciência tem que romper com as evidências e ‘códigos de leitura’ do real que elas constituem, inventando um novo código... constituindo um novo ‘universo conceitual’, um novo sistema de novos conceitos e de relações entre conceitos” (Santos 1989: 32). Esse processo, fundamental para a identificação do saber científico e para a formação do cientista, resulta numa linguagem diferenciada, uma metalinguagem científica que permite o controle e estabelecimento de um conjunto de regras segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso e se atribui ao verdadeiro efeito específico de poder (Foucault, 2004: 13). Essa metalinguagem científica constitui-se de códigos de circulação restrita à comunidade científica, dominados apenas por seus membros, através de extenso treinamento – em si, um processo de assujeitamento a uma formação discursiva específica, própria para o exercício da ciência, através de mecanismos de controle dos sentidos permitidos e não permitidos, de verdade e não-verdade. Os códigos que constituem essa metalinguagem se apresentam ilusoriamente neutros, objetivos, lineares e a - históricos. O cientista se submete à memória do seu saber e se sujeita, se relacionando com essa memória, assimilando o que pode e deve ser dito e o que não pode, ocorrendo aí a inscrição do sentido na história (Orlandi, 1997:30). O discurso científico é, portanto, um discurso próprio a ser interpretado dentro de uma formação discursiva específica.

Formação discursiva e assujeitamento do cientista

A formação discursiva é o lócus onde arbitrariamente são determinados os sentidos de um discurso, o dizível e o não-dizível, é onde ocorre a produção do sentido de verdade em contraposição aos sentidos não verdadeiros. Hetegonênea por natureza, trabalha com sentidos historicamente dados, mas ao mesmo tempo busca apagar essa historicidade ao estabelecer o um - sentido em contraposição ao não sentido, o sentido verdadeiro excluindo o não-verdadeiro, através de

mecanismos de poder. Foucault aponta que o estabelecimento do

sentido de verdade é fruto de um processo coercitivo e produtor de

efeitos regulamentados de poder (2004: 12). O sujeito se expressa na

ilusão de controlar a origem

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