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Fichamento Transcrito "Mito E Filosofia"

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Por:   •  10/9/2013  •  2.055 Palavras (9 Páginas)  •  1.498 Visualizações

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: ADEMIR SILVA

BIBLIOGRAFIA: CHAUÍ, MARILENA. FILOSOFIA. EDITORA ÁTICA, 1ª EDIÇÃO, 2002.Págs.23—27.

“O que é um mito?”

(pág. 23)

“Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, dos animais, da Terra, dos homens, das plantas, do foda água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder etc.).” (pág. 23)

“A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). Para os gregos, mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra; é uma narrativa fita em público, baseada, portanto, na autoridade confiabilidade da pessoa do narrador. E essa autoridade vem do fato de que ele ou testemunhou diretamente o que está narrando ou recebeu a narrativa de quem testemunhou os acontecimentos narrados.” (pág. 23)

“Quem narra o mito? O poeta-rapsodo. Quem é ele? Por que tem autoridade? Acredita-se que o poeta é um escolhido dos deuses, que lhes mostram os acontecimentos passados e permitem que ele veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa transmiti-la aos ouvintes. Sua palavra - o mito – é sagrada porque vem de uma revelação divina. O mito é, pois, incontestável e inquestionável.” (pág. 23)

“Como o mito narra a origem do mundo e de tudo o que nele existe?” (pág. 23)

“1. Encontrando o pai e a mãe das coisas e dos seres, isto é, tudo o que existe decorre de relações sexuais entre forças divinas pessoais. Essas relações geram os demais deuses: os titãs (seres semi-humanos e semidivinos), os heróis (filhos de um deus com uma humana ou de uma deusa com um humano)[...].” (pág. 23)

“A narração de origem é, assim, uma genealogia, isto é, narrativa da geração [...].” (pág. 23)

“2. Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre os deuses que faz surgir alguma coisa no mundo. Nesse caso, o mito narra uma guerra entre as forças divinas ou uma aliança entre elas para provocar alguma coisa no mundo dos homens.” (pág. 23)

“3. Encontrando as recompensas ou castigos que os deuses dão a quem lhes obedece ou a quem lhes desobedece, respectivamente.” (pág. 24)

“Como os mitos sobre a origem do mundo são genealogias, diz-se que são cosmogonias e teogonias.” (pág. 24)

“A palavra gonia vem de duas palavras gregas: do verbo gennao (engendrar, gerar, fazer nascer e crescer) e do substantivo genos (nascimento, gênese, descendência, gênero, espécie). Gonia, portanto, quer dizer: geração, nascimento, a partir da concepção sexual e do parto. Cosmos, como já vimos, quer dizer mundo ordenado e organizado. Assim, a cosmogonia é a narrativa sobre o nascimento a e organização do mundo, a partir de forças geradoras(pai e mãe) divinas.” (pág. 24)

“Teogonia é uma palavra composta de gonia e theos, que, em grego, significa: as coisas divinas, os seres divinos, os deuses. A teogonia é, portanto, a narrativa da origem dos deuses, a partir de seus pais e antepassados.” (pág. 24)

“Quais são as diferenças entre filosofia e mito?” (pág. 25)

“1. O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existi hoje no presente. A filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e porque no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são.” (pág. 25)

“2. O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas, enquanto a filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais.” (pág. 25)

“3. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos.” (pág. 25)

“Resolvido esse problema, temos ainda um último a solucionar: O que tornou possível o surgimento da filosofia na Grécia no final do século VII e no início do século VI antes de Cristo? Quais as condições materiais, isto é, econômicas, sociais, políticas e históricas que permitiram o surgimento da filosofia?”. (pág. 25)

“as viagens marítimas, que permitiram aos gregos descobrir locais que os mitos diziam habitados por deuses, titãs e heróis eram, na verdade, habitados por outros seres humanos; e que aas regiões dos mares que os mitos diziam habitadas por monstros e seres fabulosos não possuíam nem monstros nem seres fabulosos. As viagens produziram o desencantamento ou desmitificação do mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação que o mito já não podia oferecer;” (pág. 25)

“a invenção do calendário, que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de abstração nova, ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível;” (pág. 26)

“a invenção da moeda, que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhança, mas uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas diferentes.”

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