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Filosofia Moderna

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Por:   •  3/12/2014  •  2.604 Palavras (11 Páginas)  •  412 Visualizações

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Por: Sérgio Pedro Duarte-

Prof. De Filosofia do Unileste

A MODERNIDADE

A história da ética a partir do renascimento. Fortes correntes neo-estóicas

foram divulgadas durante os séculos XV, XVI e XVII, alcançando filósofos como

Descartes e Spinoza. Também apareceram concepções éticas fundadas no

princípio do egoísmo, ( Hobbes) , no realismo político ( Maquiavel), no sentimento

moral (Hutcheson e outros autores).

O que se deve destacar para nossa reflexão no período renascentista foi o

conceito de sabedoria. A preocupação de tal conceito pressupunha as verdades

da ciência. Heller comenta que a concepção de sabedoria como conhecimento e a

sabedoria como práxis distanciou-se no período renascentista. “De um modo

geral, os florentinos trataram a sabedoria como simples práxis, mas essa atitude

enraizou-se também noutros lados atingindo o seu ponto culminante nas idéias de

Charron (...) que separou o conhecimento científico da ética”1.

Charron compreendia, segundo Heller, que a sabedoria era a soma de

todas as virtudes. Isso significa dizer que a sabedoria não é uma virtude, mas sim

um nome para o agregado de virtudes, uma espécie de terreno coletivo. “Com o

resultado, portanto, da ruptura da unidade relativa entre a teoria e a prática, a

sabedoria deixa igualmente de ter qualquer significado em relação com a prática”2.

A autora explica que “os pensadores do Renascimento (...) se agarraram a

uma categoria de ‘sabedoria’ como virtude independente, mas sem de fato a

considerarem como uma virtude separada, absoluta, relativamente às outras.”3

Entretanto, no auge da modernidade o foco no equilíbrio e na sabedoria

reaparece com Descartes. Na sua maturidade, o pensador dá um grande

destaque para o assunto. Com ele a cultura ocidental foca suas bases na

1 Cf. HELLER, Agnes. O homem do Renascimento. Lisboa: Presença 1982, p. 236.

2 Op. cit. p. 239.

3 Heller comenta que a partir do Renascimento verificou-se a necessidade de uma ética divorciada

de qualquer sistema de valores fixos, na tentativa de alcançar o possível, resolvento na prática a

contradição entre a moralidade e a legalidade. Cf. Op. cit. p. 250.

subjetividade. Embora muito se fala do cartesianismo, pouco se fala de seu

conceito de sabedoria que influencia em grande parte a modernidade tanto na

ciências como na visão ética.

Em Descartes a busca da sabedoria se faz a partir de conhecimentos

verdadeiros. Assim nos ensina o pensador: “o homem que possui a vontade firme

e confiante de usar sempre a razão o melhor que lhe é possível, praticar nas suas

ações o que julga ser o melhor, é verdadeiramente sábio, tanto quanto a sua

natureza o permite que seja”4.

Na sua compreensão o homem que busca o conhecimento verdadeiro é um

virtuoso. Sua explicação é que as virtudes que nascem do conhecimento do bem

são puras e perfeitas, têm todas a mesma natureza e podem “ser compreendidas,

unicamente, sob o nome de sabedoria”5.

A visão cartesiana de pensar a sabedoria a partir de princípios de

conhecimento contrasta com a concepção de sabedoria no período que antecede

a Descartes. O filósofo explica que a ciência até a sua época teria chegado a

quatro graus de sabedoria, a saber: o primeiro, a sabedoria pode ser alcançada

sem meditação; o segundo, a sabedoria compreende tudo que a experiência dos

sentidos nos permite conhecer; terceiro, a sabedoria pode ser atingida através do

ensinamento de outras pessoas e, o quarto, a sabedoria pode ser alcançada

através da leitura de bons livros. O filósofo ressalva: “Não considero aqui a

revelação divina, visto que ela não nos conduz por graus, mas nos leva de súbito

a uma crença infalível”, conclui o pensador6 .

Descartes comenta que ao longo do pensamento ocidental houve

homens que procuraram um quinto grau de sabedoria, esses homens devem ser

chamados de filósofos. Esse último grau “consiste em procurar as primeiras

causas e os verdadeiros princípios donde se podem deduzir as razões e tudo o

4 Cf. DESCARTES, R. Os Princípios da Filosofia: Carta Prefácio. Trad. Alberto Ferreira. Lisboa;

Guimarães Editores, 1998, p. 19.

5 Cf. DESCARTES, R.Op. cit, p. 19. O pensador admite que existem virtudes que podem surgir da

imperfeição e do erro. Como exemplo: “Com freqüência , a simplicidade é causa da bondade, o

medo leva à devoção e o desespero à coragem. Ora as virtudes, assim acompanhadas de alguma

imperfeição, são diferentes entre si, e têm-se-lhes dado também diversos nomes”. Idem.

6 DESCARTES, R. Os Princípios da Filosofia. p. 29

que

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