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Filosofos Gregos

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Por:   •  9/6/2014  •  3.445 Palavras (14 Páginas)  •  363 Visualizações

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Você fez uma incrível viagem! Voltou aproximadamente 2500 anos no tempo e conheceu os gregos, seus costumes e crenças religiosas. Você acha que o que aprendeu já é suficiente? Se você fosse um filósofo grego, certamente a sua resposta seria não. Os filósofos sempre diziam saber ainda muito pouco sobre o mundo a sua volta. Por isso, eles se dedicavam à análise detalhada da natureza e do ser humano.

Pense no seu melhor amigo. Agora, tente descrevê-lo: se ele é alto ou baixo, gordo ou magro, qual a cor dos seus olhos, qual sua brincadeira preferida, se é corajoso, inteligente e engraçado. Parece fácil? Pois saiba que para Sócrates, todo o seu conhecimento sobre seu amigo é imperfeito. Por quê? Porque você usa seus sentidos (visão e audição, por exemplo) para conhecê-lo e, para Sócrates, os sentidos do homem são imperfeitos. Sócrates dizia que só há perfeição quando o homem consegue conhecer a si mesmo. Complicado, né? Você deve estar achando que não sabe de nada. Pois saiba que Sócrates ficaria orgulhoso de você! O filósofo acreditava que só aqueles que admitem não saber nada são capazes de aprender de verdade.

Foi na Grécia, no século VI a.C, que nasceu a Filosofia. Ali, em apenas três séculos, foram propostos os grandes temas de que se ocupou o pensamento filosófico ao longo da história. A figura de Sócrates, cujos ensinamentos só são conhecidos por meio da obra de seus discípulos, Platão e Xenofonte, tem servido tradicionalmente de linha divisória para estabelecer as duas grandes etapas da filosofia grega: o período pré-socrático e o da maturidade, representado este, fundamentalmente, pelas obras de Platão e Aristóteles.

Sócrates (sentado à direita) conversa com seus discípulos

OS FILÓSOFOS GREGOS

Sócrates foi o primeiro filósofo grego a estabelecer, na antiguidade clássica, os fundamentos filosóficos da cultura ocidental. "Só sei que nada sei". Com essas palavras Sócrates reagiu ao pronunciamento do oráculo de Delfos, que o apontara como o mais sábio de todos os homens. O pensador foi o primeiro do grande trio de antigos filósofos gregos, que incluía ainda Platão e Aristóteles, a estabelecer, na Grécia antiga, os fundamentos filosóficos da cultura ocidental.

Sócrates nasceu em Atenas por volta do ano 470 a.C. Como não deixou obras escritas, tudo o que se sabe de sua vida e de suas ideias é o que relatam principalmente autores como Platão e Xenofonte.

Sócrates era o oposto do ideal clássico de beleza: tinha o nariz achatado, os olhos esbugalhados e a barriga saliente. Sempre cercado de jovens discípulos, gozava de muita popularidade em Atenas, embora seus ensinamentos também lhe valessem grande número de inimigos. Passava a maior parte do tempo ensinando em lugares públicos, como praças, mercados e ginásios, mas ao contrário dos filósofos profissionais -- os sofistas, que combatia com vigor -- não cobrava por suas lições. Evitava intervir diretamente em assuntos políticos. No entanto, entre 406 e 405 a.C., integrou o conselho legislativo de Atenas. Em 404 a.C., arriscou a vida por recusar-se a colaborar em manobras políticas arquitetadas pela dinastia dos Trinta Tiranos que governava a cidade.

Segundo palavras de Cícero, "Sócrates fez a filosofia descer dos céus à terra". Antes, os filósofos buscavam obsessivamente uma explicação para o mundo natural, a physis. Para Sócrates, no entanto, a especulação filosófica devia se voltar para outro assunto, mais urgente: o homem e tudo o que fosse humano, como a ética e a política.

Sócrates dizia que a filosofia não era possível enquanto o indivíduo não se voltasse para si próprio e reconhecesse suas limitações. "Conhece-te a ti mesmo" era seu lema. Para ele, a melhor maneira de abordar um tema era o diálogo: por meio do método indutivo que denominou "maiêutica", numa alusão ao ofício de sua mãe, era possível trazer a verdade à luz. Assim, ele se voltava para os outros -- quer fossem um adolescente como Lísias, um militar como Laques ou sofistas consagrados como Protágoras e Górgias -- e os interrogava a respeito de assuntos que eles julgavam saber. Seu senso de humor confundia os interlocutores, que acabavam confessando sua ignorância, da qual Sócrates extraía sabedoria.

O exemplo clássico da aplicação da maiêutica é o diálogo platônico intitulado Mênon, no qual Sócrates leva um escravo ignorante a descobrir e formular vários teoremas de geometria. A indução, finalmente, consiste na apreensão da essência (do universal que se acha contido no particular), na determinação conceitual e na definição. Não se trata, para Sócrates, de definir a beleza do cavalo, dos objetos inanimados, do escudo, da espada ou da lança, por exemplo, mas a beleza em si mesma, em sua essência ou determinação universal. Segundo Aristóteles, a indução e a definição podem ser atribuídas a Sócrates, cujo pensamento, a rigor, não se confunde com o de Platão. A teoria socrática das essências, no entanto, preparou a teoria platônica das ideias.

Desinteressado da física e preocupado apenas com as coisas morais, a antropologia socrática é a essência capaz de regular a conduta humana e orientá-la no sentido do bem. A virtude supõe o conhecimento racional do bem, razão pela qual se pode ensinar. O que há de comum entre todas as virtudes é a sabedoria, que, segundo Sócrates, é o poder da alma sobre o corpo, a temperança ou o domínio de si mesmo. Possibilitando o domínio do corpo, a temperança permite que a alma realize as atividades que lhe são próprias, chegando à ciência do bem. Para fazer o bem basta, portanto, conhecê-lo. Todos os homens procuram a felicidade, isto é, o bem. Assim, o vício não passa de ignorância, pois ninguém pode fazer o mal voluntariamente.

Sócrates lançou as bases do racionalismo idealista, que seu discípulo Platão desenvolveu mais tarde em sua teoria das ideias. O método e as intenções de Sócrates constituíram o início da reação helênica contra o relativismo defendido pelos sofistas, que tinha levado o pensamento filosófico à ruína. Diante do crescente individualismo e da crise de valores que ameaçavam a democracia ateniense, depois do declínio do culto às divindades gregas, questões sobre a melhor forma de governo e a moral individual tornaram-se prementes. Entretanto, a resposta de Sócrates, que pregava um sistema moral absolutamente alheio às doutrinas religiosas e admitia a aristocracia -- governo dos melhores

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