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Franklin Serrano

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Por:   •  7/10/2013  •  Resenha  •  351 Palavras (2 Páginas)  •  463 Visualizações

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TAXA DE JUROS, TAXA DE CÂMBIO E METAS DE INFLAÇÃO

Franklin Serrano

Para os defensores e muitos de seus críticos, a política macroeconômica implementada no

Brasil nos últimos anos contém dois elementos centrais: o regime de câmbio flexível e o

sistema de metas inflacionárias no qual a taxa de juros é fixada com o intuito de controlar a

demanda agregada e, através dela, a inflação. Os defensores argumentam que esta é “a melhor

combinação de políticas macroeconômicas que o país já teve”. Para os críticos, é esta política

que está condenando o país a um crescimento medíocre.

O problema com estas duas visões é que o Brasil não tem propriamente um regime de câmbio

flexível; e os juros não são realmente fixados com o objetivo central de conter a demanda

agregada.

Comecemos pelo suposto regime de câmbio com livre flutuação. Em tal regime o governo não

compra nem vende divisas – as flutuações das reservas são mínimas. A taxa de juros nominal

fixada pelo Banco Central é menos instável e não tem qualquer relação mais sistemática com

a taxa de câmbio já que é fixada para controlar a demanda agregada e não o preço do dólar.

Nada disso se observa no Brasil de meados de 1999 até o início de 2006. Houve grandes

flutuações e substancial acúmulo de reservas internacionais (de cerca US$ 41 bilhões a algo

em torno de US$ 56 bilhões). A taxa de juros tem flutuado bem mais que a média mensal do

câmbio e há forte relação do diferencial entre a taxa de juros nominal interna e a taxa de juros

externa (juros americanos mais risco país do Brasil) e o nível da taxa de câmbio. A mudança

deste diferencial de juros interno e externo com freqüência precede as movidas do câmbio.

O regime cambial que existe mesmo no Brasil é de flutuações administradas (especialmente

via juros) se encaixa bem na categoria mais administrada e menos flexível (ou mais “suja”) da

bem-humorada taxonomia de Carmen Reinhart (“The Mirage of Floating Exchange Rates,”

American Economic Review, May, 2000) chamada de “quase-paridade mal disfarçada sem

credibilidade”.

Vejamos agora como funciona realmente o sistema brasileiro de metas de inflação e por que a

taxa de juros não é fixada com o objetivo de controlar a demanda agregada.

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