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Globalização: As consequências humanas

Seminário: Globalização: As consequências humanas. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/7/2013  •  Seminário  •  3.492 Palavras (14 Páginas)  •  608 Visualizações

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No livro “Globalização: As consequências humanas”, escrito pelo professor de sociologia Zygmunt Bauman, o autor levanta questões e discute problemas relacionados à globalização, como os efeitos da economia, política, estruturas sociais e percepções do tempo e espaço.

Além de “Globalização: As consequências humanas”, o sociólogo polonês possui outras obras onde aborda as consequências sociais da modernização que privilegia uma minoria, como “O mal-estar da pós-modernidade”, “Amor líquido”, “Vidas desperdiçadas” e “Identidade”.

Na introdução do livro o autor comenta que a globalização é vista por uns como algo bom e por outros como algo ruim, mas para todos é um processo irreversível. Causa de felicidade e infelicidade alheia. Além de ser algo que afeta a todos na mesma medida e da mesma maneira. Bauman cita o processo paradoxal da globalização: “A globalização tanto divide como une; divide enquanto une” (BAUMAN, 1999, p. 8).

Bauman explica que num mundo cada vez mais globalizado a localização é vista como privação e degradação social, enquanto a globalização deve ser o modelo seguido por todos. Esta questão é facilmente observável no nosso dia-a-dia quando vemos a valorização daquilo que faz sucesso pelo mundo, como moda, música, gastronomia, entre outros produtos culturais, e acabamos desvalorizando aquilo que é da nossa região. Em tempos de globalização, por exemplo, quem não tem internet, e não está integrado nas redes sociais, está excluído em relação aos que possuem. As ferramentas se tornaram uma febre global.

Capítulo 1. Tempo e classe

As grandes corporações são tema do primeiro capítulo do livro de Bauman, onde ele explica o conflito existente entre funcionários e investidores. Os investidores são os donos das empresas e tomam as decisões importantes, mesmo não estando presos à localidade, enquanto os empregados que não têm voz estão presos ao espaço do trabalho. A preocupação desses investidores é com o lucro, e quem deve cumprir com as obrigações e tem a mão de obra explorada são os funcionários. O autor argumenta sobre o fim das distâncias e da fronteira geográfica. Com a mensagem eletrônica, por exemplo, o tempo de comunicação tornou-se instantâneo. Algumas palavras como “perto” e “longe”, “dentro” e “fora”, perderam o sentido que carregavam antigamente referentes à geografia, e ganharam outra dimensão: certeza e incerteza, autoconfiança e hesitação, situações problemáticas ou não. Ainda de acordo com o autor, o progresso dos meios de transporte marcou a história moderna, com o aumento dos transportes, viagens, invenção e produção em massa de meios de transporte novos, como trens, automóveis e aviões. A disponibilização desses novos meios de transporte possibilitou o contato com outros processos sociais e culturais antigamente locais. O transporte da informação foi um dos grandes marcos da história: “O tipo de comunicação que não envolve o movimento de corpos físicos... “(Bauman, 1999, p. 21). Segundo Bauman, a informação que antes precisava de um mensageiro, alguém que levasse fisicamente, passou por um processo de desenvolvimento de meios técnicos que permitiu que o conteúdo viajasse independente dos portadores físicos e do que se tratava. A rede de computadores (Internet), por exemplo, fez com que o aumento da velocidade de transmissão da informação aumentasse cada vez mais, podendo esta ser transmitida mais rápida do que a viagem dos corpos, perdendo a noção de viagem e distância a ser percorrida. A informação passa a ser instantaneamente disponível para o planeta. Os custos da comunicação tornaram-se cada vez mais baratos, deixando de existir ou diminuindo a diferença entre custo local e global, e esse processo relacionou-se ao excesso e à chegada veloz de informações. “... a comunicação barata inunda e sufoca a memória, em vez de alimentá-la e estabilizá-la.” (BAUMAN, 1999, p. 23). A elite que sempre conseguiu romper as barreiras de localização aproveita-se desta nova forma de transmissão de informações para se libertarem do espaço físico. De acordo com Bauman, a elite constrói casas e escritórios supervigiados, livres da intromissão de vizinhos importunos, isolados da comunidade local e inacessíveis a quem não esteja dentro deles confinados, uma combinação entre poder e onipotência. Como formas de evitar o contato com outras pessoas, a elite escolhe lugares de difícil acesso, espaços defendidos por barras e / ou espaço com monitoramento constante de tecnologias e seguranças, processos relacionados à extraterritorialidade e do isolamento corpóreo da nova elite em reação à localidade.

A globalização trouxe uma espécie de desestruturação das comunidades locais, como é possível conferir nesse trecho: “Longe de serem viveiros de comunidades, as populações locais são mais parecidas com feixes frouxos de extremidades soltas” (BAUMAN, 1999, p. 31).

Capítulo 2. Guerras espaciais: informe de carreira

Neste capítulo do livro Bauman fala sobre o espaço social e o espaço físico. As medidas do espaço físico e do espaço social antes bastante utilizadas, hoje já não têm mais o mesmo uso. Com a diversificação das medidas, um dos problemas encontrados pelos detentores de poder foi o de uniformizar o tratamento a todos pelos impostos. Bauman explica que para facilitar foram criadas medidas padrão, obrigatórias, de distância, superfície e volume, por exemplo, e a proibição de medidas locais. O sociólogo também cita os mapas como uma espécie de batalha para reorganizar o espaço e de controle do ofício do cartógrafo. Para Bauman, a guerra moderna pelo espaço fez com que o Estado buscasse um mapa oficialmente aprovado e a desqualificação de outros mapas e interpretações alternativas, bem como o desativamento de outras instituições cartográficas que não fossem estabelecidos, licenciados ou financiados pelo Estado. Bauman menciona e compara a criação dos mapas pelos poderes modernos ao modelo Panóptico concebido por Michel Foucalt, em que o filósofo fala sobre a criação de um espaço artificial com o objetivo de monitorar os indivíduos e manipular as relações sociais e a relação de poder. Os observadores viviam no mesmo espaço do que os supervisionados, porém em situações opostas. “A visão do primeiro grupo não é obstruída, enquanto o segundo precisa agir num território de névoa, opaco” (BAUMAN, 1999, p. 41). O autor prossegue explicando que para os poderes modernos não foi possível criar esse espaço artificial em uma ampla escala, portanto uma solução encontrada foi o mapeamento do espaço, uma estratégia da moderna guerra pelo espaço, que confundia os habitantes

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