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HEGEL: O HOMEM COMO SER HISTÓRICO

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Por:   •  1/11/2013  •  1.341 Palavras (6 Páginas)  •  2.226 Visualizações

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A partir de Descartes, prevaleceu no Ocidente o método de pensar analítico, segundo a clássica definição de Aristóteles, aquelas cuja verdade pode ser alternativamente recusada ou aceita, dependia da prévia decomposição do objeto pensado em todas as suas partes. Para Descartes, todo o mundo exterior ao sujeito pensante devia ser considerado, metodicamente como um problema.

Esse método se revelou como o mais adequado no campo das ciências físicas, porém não era apto para à compreensão dos seres vivos, sobretudo o ser humano. Pois os seres vivos não são coisas estáticas, cuja as partes podem ser separadas e analisadas para o estudo do objeto. Já que o ser vivo é um todo indecomponível e em constante evolução.

O elemento temporal faz parte da essência do ser humano, é uma transformação substancial dos entes, do nascimento até a morte, e na sucessão das gerações, ou seja, o velho não é igual ao jovem que não é igual a criança. A humanidade atual é muito distinta da que existiu em épocas anteriores. Assim retomando a visão de Heráclito: o sol é novo a cada dia, e se renova perpetuamente, sem descontinuar; ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio. A essência do ser humano é histórica.

1. A DIALÉTICA DE OPOSIÇÃO E SUPERAÇÃO DOS CONTRÁRIOS

A filosofia hegeliana evoluiu para uma visão diferente, na qual se nota a indisfarçável influência da imagem trinitária da divindade, própria da teologia cristã.

A finalidade da dialética, segundo Hegel, é a apreensão do que é concreto e universal, em oposição ao individual e abstrato. A visão concreta da realidade é o exato oposto do pensamento analítico. Hegel parte da ideia que o ser e o pensamento tendem sempre à unidade.

A dialética hegeliana é dinâmica, reduzida à sua essência, ela consiste no movimento de algo que, existindo inicialmente por si mesmo, contrapõe-se em seguida à sua expressão exterior, para retornar finalmente em si, em estágio mais desenvolvido do próprio ser.

Toda filosofia de Hegel se apresenta nos moldes rígidos de uma trade dialética. Divide-se em três momentos do processo racional: os momentos do Ser, da Natureza e do Espírito.

2. A FILOSOFIA DO ESPÍRITO, OU A REFLEXÃO SOBRE A VIDA ÉTICA.

Em ensaio sobre o direito natural, escrito quando era Privatdozent na Universidade de Iena, Hegel já havia tomado posição contrária ao formalismo abstrato de Kant em matéria ética.

A grande deficiência da ética kantiana, diz Hegel, é de duas ordens. Primeiramente, ela isola, como fazem os empiristas, um fato do seu contexto humano, deixando-o assim sem sentido. Em seguida, ela aplica a esse fato uma fórmula universal, que serve para justificar situações contraditórias.

A proposta ética de Hegel toma o contrapé do abstracionismo kantiano. A vida humana é essencialmente histórica, ou seja, ela se transforma no curso de um processo evolutivo constante. A função da ética consiste na superação de todos os dualismos em uma unidade englobante, que representa, para Hegel, o espírito encarnado ou, como ela denominou o espírito objetivo.

O espírito objetivo comporta três esferas, com graus crescentes de universalidade e concreção, tais são o direito, a moral e a eticidade.

O DIREITO

Na concepção hegeliana da juridicidade, há uma nítida separação entre esfera privada e a pública. É somente na primeira delas que se forma, propriamente, do direito. A segunda esfera constitui um aspecto da vida ética superior.

A MORAL

A segunda esfera do chamado espírito objetivo é a moral. É ao que aparece a liberdade subjetiva ou livre-arbítrio.

Hegel observou que os seus contemporâneos atribuíam grande importância a essa dimensão subjetiva da liberdade, em detrimento da dimensão objetiva. Já os antigos chamavam os direitos consagrados nas leis de sua cidade, ou nação, "suas liberdades".

Para Hegel a liberdade, como todas as faculdades humanas, não é sempre a mesma, em valor e intensidade, através dos séculos. Ela progride e se fortalece na evolução histórica. De certa maneira, a história universal representa um progresso constante da vida humana, na consciência da liberdade.

A VIDA ÉTICA

A vida ética que é a esfera superior do espírito objetivo desdobra-se em três sub-esferas: a família, a sociedade civil e o Estado.

A família, a sociedade civil e o Estado só podem ser compreendidos de modo concreto no tempo e nos espaço, e não de forma abstrata, como nas concepções tradicionais de um direito natural, sempre igual a si mesmo. As instituições sociais, quaisquer que sejam, só existem quando positivadas historicamente em povos determinados. Fora disso, o que há são abstrações sem vida.

A RELIGIÃO

A religião autêntica, no dizer do filósofo, contém a verdade absoluta e , por isso mesmo, é a forma mais elevada do espírito, pois tem por objeto o próprio Deus, princípio e causa infinita, doo qual tudo provém.

Hegel conclui que a separação entre a Igreja e o Estado é um imperativo da razão. A religião, como elemento do que é espiritual no sentido mais elevado, elemento do verdadeiro em si e para si, enquanto religiosidade subjetiva ou ciência teórica, situa-se além do Estado.

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