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João Batista Durães

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Por:   •  4/6/2014  •  1.959 Palavras (8 Páginas)  •  316 Visualizações

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Introdução

Neste trabalho será retratado o processo na qual se da à humilhação social, aonde o direito do cidadão é excluído e acaba se tornando invisível pela sociedade aonde a desigualdade toma conta do país, e são os pobres que sofrem o choque da humilhação, especialmente os trabalhadores que não são reconhecidos perante a sociedade e muito menos valorizados pelo estado.

Humilhação social

Para que possamos entender um pouco sobre Humilhação Social é importante observarmos as visões de Marx que tem um olhar para a questão política social e Freud que observa a questão psicológica do individuo, esses dois olhares se fundem na tentativa de explicar este fenômeno.

O processo na qual se da à Humilhação Social envolve questões mais complexas do que apenas uma determinada condição que o sujeito vive. Já trazemos uma bagagem de cultura nesses padrões, onde um manda e o outro acata desigualdade de classes que atravessa gerações ficando cada vez mais enraizada no homem.

O enraizamento é talvez a necessidade mais importante e mais desconhecida da alma humana. E uma das mais difíceis de definir. Um ser humano possui uma raiz por sua participação real, ativa e natural na existência de uma coletividade que conserva vivos certos tesouros do passado e certos pressentimentos do futuro. (Weil, 1979, p.347)

Esse fator de anos de humilhação invade no âmago, no intimo, essa condição o leva a manifestar atitudes em sua vida de varias maneiras; no seu comportamento, em seu corpo, nas suas relações, sua fala e no seu pensamento.

O homem pobre faz parte de um mundo onde ele é privado e impedido de usufruir o que lhe é de direito, é excluído e se torna invisível perante a sociedade da qual ele vive, onde o mesmo não se reconhece como integrante que participa, mas sim como mais uma “peça”, o que potencializa a condição de humilhado.

Percepções do grupo

A cada percepção se observa que o individuo cria um mundo particular, deixando para trás o convívio com a sociedade em um todo, para ele o trabalho é visto como forma apenas de se manter ou sustentar a família, o lugar onde mora acaba sendo na maioria das vezes onde ele se relaciona com as pessoas que ali vivem e que dessa maneira é o suficiente para sobreviver.

Invisibilidade social

Executar ou exercer uma função ou determinada profissão que não tem nenhum estatus e nenhum tipo de glamour e muito menos uma remuneração adequada, mas que é de extrema importância para a sociedade, porém, é considerada inferior as demais categorias de profissão por varias razões, muitas vezes o uso de um uniforme acaba rotulando-o como se ele não fizesse parte de tal classe.

Assim o trabalhador que executa essas tarefas não é visto conseqüentemente o que não é visto não é reconhecido.

Inversão de valores

Todo o valor que o homem acredita que é o correto, a moral, a ética, se perde no homem humilhado onde a exclusão, a privação e o impedimento de seus direitos estão impregnados de uma forma tão profunda que ele passa acreditar que para fazer parte ou pertencer a determinado grupo ou classe o dinheiro tem que predominar. E que para ter acesso as serviços, cultura e lazer ele precisa ser uma pessoa de “bens”.

Essa condição não o deixa enxergar que pode ter um atendimento de qualidade em um hospital publico porque é seu direito e, que seu filho pode estudar em uma escola publica que consiga fazer dele um cidadão de direitos e deveres porque é um direito seu, que ele pode cobrar das autoridades melhorias no lugar onde mora porque é seu direito e que ele paga impostos, e que não são poucos, para ter direito de viver em condições dignas e usufruir de tudo isso, pode também reivindicar condições e salários melhores porque existe uma constituição, uma lei que lhe da o devido respaldo.

Desigualdade

A humilhação é uma característica de angustia que se lança a partir do problema da desigualdade de classes. O sentimento de angustia que os pobres conhecem bem e que, entre eles, fica gravada no centro da sua submissão. Os pobres sofrem constantemente o choque dos maus tratos. Psicologicamente sofrem sem interrupções o impacto de que algo não os deixa esquecer que são subalternos subordinados. E o que é extremamente serio é que a mensagem passa a ser esperada, mesmo nas situações em que, para nós outros, que assistimos de fora, não pareceria razoável esperá-la. Para os pobres, a humilhação ou é uma realidade em ato ou é assiduamente sentida como uma realidade eminente, sempre a observa-lhes, onde quer que estejam com quer que estejam. A sensação de não possuírem direitos, de parecerem desagradáveis e de provocarem repulsa, os leva a agir como seres que ninguém vê.

Relações sociais

Na maioria das vezes lugares públicos, como teatros, cinemas, parques etc., para as pessoas que se beneficiam dos privilégios oferecidos passa despercebido qualquer tipo de desigualdade, mas para o humilhado são lugares e situações que deixam em evidencia toda exclusão e impedimento que atinge os seus sentimentos mais profundos de uma forma que o oprime e reforça os efeitos da desigualdade de classes.

Na convivência coletiva, as barreiras aparecem a qualquer hora. Quem vive a situação comunitária, testemunha também o seu impedimento, em si mesmo e nos outros. Mas este fato, ao invés de fazer aplicar à situação comunitária as medidas do imaginário, do que não é comum confirma sua realidade: devemos considerar como interior a vivencia de igualdade aquilo que dela nos afasta. A situação comunitária também se faz disso, do contrario do que ela apresenta. Justamente assim, a vivencia profunda da igualdade, sem evitá-lo, permite não estagnar aquilo que a desfaz. E pode desfazer. A vontade férrea de evitar o risco vem sempre refazer a violência que se pretendia superar por meio da vida comunitária.

É quando a vida comunitária, ao invés de mover-se, endurece, adquire um caráter voluntarioso e artificial. O risco do que divide os homens esta para ser atravessado, mais do que evitado. Não apenas atravessado, mas encarado. Não apenas enfrentado, mas assimilado. Há que assimilá-lo: a igualdade não possui garantias fora de seu exercício continuado. Um exercício em que todos temos a nossa

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