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Merleua-Ponty

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Por:   •  9/7/2014  •  Tese  •  444 Palavras (2 Páginas)  •  242 Visualizações

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3Merleau-Ponty dá como exemplo o momento em que renunciamos a um projeto;enquanto não tomamos a decisão de renunciar a ele, os motivos para mantê-lo são fortes, mas,a partir do momento que desistimos, eles perdem sua força para dar lugar a outros motivos. Sequiséssemos mudar o valor que damos a certos motivos em detrimentos de outros, deveríamosnos posicionar no tempo no instante anterior ao qual a decisão ainda não estava tomada,mantê-lo em suspenso; nesse momento, todas as justificativas, todos os motivos teriam igualpeso. Porém, no momento em que deliberamos, não efetuamos essa suspensão do tempo, naqual todos os motivos flutuariam ali em aberto, como um mar de possibilidades; no momentoem que surge a decisão, ela se apresenta fechada e é a partir daí que construímos o que teriasido a nossa deliberação, dando maior força a certos motivos, dando-lhes significaçõescoerentes que justifiquem a nossa decisão.A decisão normalmente é entendida como um ato voluntário, onde pesaríamos os próse os contras para depois escolhermos livremente entre as alternativas; porém, o ato voluntário,na verdade, no entendimento de Merleau-Ponty, não é uma livre escolha entre motivos maisfortes e mais fracos; nós o realizamos quando vamos contra uma tendência que se impõe: eis anossa verdadeira decisão.A liberdade, portanto, não seria, como comumente se pensa, um ato voluntário? Nacompreensão de Merleau-Ponty, se a liberdade fosse um ato voluntário, poderíamos“escolher”, por exemplo, o que gostaríamos de ser, como ele exemplifica: posso ser guerreiroou sedutor. (MERLEAU-PONTY

,

2006, p. 584) Porém, para poder efetuar essa escolha, euteria que poder ser genuinamente ambas as coisas, quando, na realidade, somos o que somos(o que fomos fazendo de nós mesmos vivendo em relação com o mundo) e o ato voluntário sóse vislumbra na medida em que tentamos ir contra a decisão que já está tomada, ou seja, o quesomos. Ora, se somos a decisão, não fazemos escolhas; apenas justificamos como escolhasaquilo que somos (e o que somos naquele momento, uma vez que estamos sempre abertos aoporvir). Entendida desse ponto de vista, seria a liberdade que imporia seus próprios limites eesse seria o sentido de ser livre: ter estabelecido seus próprios limites. Estabeleço meuspróprios limites, quando me coloco com um sentido no mundo e, nesse movimento, apontoaquilo que quero superar, quais são os limites a serem transpostos. O sentido das coisas, domundo, só existiria por meio de um sujeito que se faz presente nele. Como diz Merleau-Ponty: “Como é ele que, surgindo, faz aparecer sentido e valor nas coisas, e como nenhumacoisa pode atingi-lo senão fazendo-se, por ele, sentido e valor, não existe ação das coisassobre o sujeito, só existe uma significação (no sentido ativo), uma

Sinngebung

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centrífuga.”(MERLEAU-PONTY

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2006, p. 584) Sendo somente a partir do sujeito que se atribui sentido

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