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NOÇÕES PRELIMINARES Á MAIÊUTICA SOCRÁTICA

Por:   •  21/10/2017  •  Artigo  •  4.350 Palavras (18 Páginas)  •  318 Visualizações

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NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE A MAIÊUTICA SOCRÁTICA

Junio Ferreira de Jesus*

RESUMO

Sócrates, antigo filósofo grego, mesmo sem nada escrever, nos deixou um interessante legado filosófico. Mediante a pesquisa bibliográfica e leitura de textos da obra platônica procuramos estabelecer o que Sócrates chamou de maiêutica. Podemos datar a vida de Sócrates de 470 a.C. á 399 a.C., período no qual se deram diversas mudanças no seu modo de pensar e a construção de sua filosofia. Visto sem novas perspectivas de pensamento afirmativo, Sócrates mostra sua nova fase que tem como finalidade o “parir do saber”, a maiêutica ou a arte da velha parteira. Antes de chegar a sua grande obra, que é o método maiêutico, Sócrates também desenvolveu a dialética socrática e a ironia que mais tarde será usada no método maiêutico. Sócrates se considera um parteiro de alma, e passa seus ensinamentos de uma forma que ele busca retirar da própria pessoa que esta aprendendo a resposta para seus questionamentos. Antes ele mesmo não transmite conhecimento, e sim gera o mesmo, Sócrates não posiciona diante dos seus discípulos como detentor do conhecimento mas como facilitador que proporcionava a eles alcançar o conhecimento que, segundo ele já estava no seu interior, e que será através da maiêutica que este conhecimento vira a tona  e Sócrates nomeou como o parir do saber.

Palavras- chave: Maiêutica. Sócrates. Conhecimento. Interrogar.

1 INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa é entender um pouco sobre a vida de Sócrates, filosofo ateniense, e estudar também como se deu sua obra e como ela era aplicada pelo mesmo a seus interlocutores. Sócrates já no final de sua vida chega à conclusão que ele não deve ser mais que um facilitador, ou seja, um intermediário, que ajuda com que as idéias que diz respeito aos seus interlocutores venham à tona. Ele valoriza seu interlocutor e sua capacidade, no entanto não o faz por conhecer o potencial de seus seguidores, antes por respeitar a dignidade e capacidade do ser humano. Entretanto há muito para entender nesse processo, que não é de modo algum simples, e que será melhor detalhado posteriormente.                                            Para entendermos a maiêutica socrática, ou seja, o método de ensino que Sócrates utilizava, é estritamente necessário saber um pouco de sua historia, para que não façamos de modo precipitado a leitura incorreta do mesmo. Além disso, a teoria maiêutica de Sócrates é como que um resultado das diversas experiências que ele viveu, e, por isso, se torna essencial conhecermos sua vida.                                                                                                                Sócrates passou por diversas mudanças em sua vida, desde sua juventude ate sua morte, e o desenvolvimento de suas idéias acontece de um modo contínuo, e ligado com fatos da sua vida, como encontros e desencontros, que geram o desenvolvimento de diferentes teorias que o tornam respeitado. Começaremos então vendo quem foi Sócrates e em que contexto ele viveu.

2 VIDA E CONTEXTO HISTÓRICO

Sócrates nasceu em Atenas por volta de 470/469 a.C. Esta data foi determinada pela idade que ele tinha quando ele foi processado e condenado, por não acreditar nos deuses da cidade e também porque as autoridades acreditavam que Sócrates corrompiam os jovens, mas por trás de toda condenação de Sócrates estavam questões políticas. Sócrates era filho de um escultor, o Sr.Sofronisco e de uma parteira a Sra.Fenarete, onde mais tarde ele vai comparar a arte de sua mãe a sua. Sócrates completou sua educação juvenil em Atenas onde também estudou geometria e astronomia. Ao longo de sua vida ocupou alguns cargos públicos, mas seu comportamento sempre foi modelo de integridade e ética. Sua educação se deu principalmente através da meditação, moldada na elevada cultura ateniense deste período. Ele acreditava não ser possível filosofar enquanto as pessoas não alcançassem o autoconhecimento, percebendo assim claramente seus limites e imperfeições. Assim, considerava que deveria agir conforme suas crenças, com justiça, retidão, edificando homens sábios e honestos. Sócrates atuou como soldado nas batalhas de Potideia, Deliose e Anfipolis. Sócrates não se interessou pela política por isso se manteve afastado da vida política, sua vocação sempre foi a filosofia, embora não ter fundado nenhuma escola e nem ter escrito nada, pois dependemos de outros filósofos para ter acesso as idéias socráticas. Ele passava seus questionamentos em locais públicos, nas praças e nas ruas de Atenas.

“Todavia, este homem que dedicou a filosofia, a existência inteira e morreu por ela, nada escreveu. È sem duvida o maior paradoxo da filosofia grega. Porém não pode tratar de um fato casual. Se Sócrates nada escreveu, foi porque defendia que a pesquisa filosófica, tal como ele entendia e praticava, não podia ser levada por diante ou continuada depois dele por escrito”. (ABBAGNANO Nicola.1991.p98.)

Ele era um pregador leigo e discutia as posições relativistas e cépticas dos sofistas, que acabou sendo influenciado a colocar o homem e seus problemas no centro da reflexão filosófica. Por exercer um imenso fascínio sobre os jovens Sócrates passou a ser odiado e conquistou alguns inimigos em Atenas, embora Sócrates fosse um homem simples conversava com pessoas de qualquer classe sócias econômicas, mas não conversava sobre qualquer coisa, só conversava sobre um assunto a qual quisesse demonstrar a ignorância do interlocutor a respeito do mesmo. Sua “filosofia” de vida é o que estava escrito no Oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. A partir daí, ele sempre confessava a própria ignorância “Só sei que nada sei”. Assim, confessando-se ignorante a respeito dos outros assuntos que os outros se julgavam sábios, era ele mesmo, Sócrates o mais sábio, pois os outros julgando saber da verdade não sabiam; ele ao contrario sabia isso.

Nos diálogos de Sócrates, o reconhecimento da própria ignorância era parte essencial para se chegar à apreensão da Idéia e á construção de conceitos. Era necessário mostrar seus interlocutores o quanto estavam errados em seus “pré-conceitos” e “pré-juízos”. Num primeiro momento, Sócrates fazia a sondagem daquilo que se pretendia saber em relação ao assunto em questão. Através de perguntas Sócrates conduzia o diálogo ate o ponto em que o outro ficava embaraçado por ver seus conceitos derrubados um a um.                                               Sócrates dizia que, a filosofia é mais que uma doutrina, é uma forma certa de caminhar em direção a saída do erro e da ignorância. É a luz para clarear as coisas obscuras, a filosofia é o que vai fazer o homem ter noção do bem e do mal na busca da verdade. Considerando a ignorância como um vício e o conhecimento como virtude. Deve-se ter em mente o amor que Sócrates tinha a sua cidade e ele desejava preparar seus discípulos para a vida política da cidade onde vivia, ele não queria formar sábios queria formar homens capazes de interrogar e questionar, para que assim pudesse levantar os problemas da cidade.                                            Pouco se escreveu sobre Sócrates e o que se escreveu sobre ele às vezes se confunde com idéias platônicas, e esse problema deve-se ao fato de ele não ter deixado nada escrito, dos filósofos que escreveram sobre Sócrates cada um escreve de acordo com seu modo de pensar e suas idéias, cada um descreve Sócrates de um ponto de vista diferente e da ênfase ao que eles acham importantes, alguns nem tiveram um contato com Sócrates, escreveram em cima de algo já registrado, porem, a melhor forma de entender as idéias de Sócrates é através dos relatos de Platão que foi quem mais escreveu sobre ele pelo fato de conhecê-lo bem, tornando assim mais verídicos seus escritos, embora as vezes se confunde as idéias platônicas e as idéias socráticas.

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