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O Conflito entre Doxa e Episteme na Atualidade e Sua Influência na Sociedade Contemporâneas

Por:   •  22/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.192 Palavras (9 Páginas)  •  277 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA  

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

Filosofia Geral e do Direito  

Professor Dr. Eduardo Rabenhorst

Aluno: Tiago De Medeiros Marinho N. Cesarino

 

 

 

 

O conflito entre Doxa e Episteme na atualidade e sua influência na sociedade contemporânea

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

João Pessoa, 24 de julho de 2020

SUMÁRIO

 

1        Introdução        3

2        Análise sobre a Doxa e a Episteme        3

3        O paradoxo da Era das informações        6

4        Conclusão        7

Referências        8

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. Introdução

Na sociedade contemporânea a verdade e o saber cientifico perde gradativamente seu valor, uma vez que a antiga, porem cada vez mais atual, pratica sofista do convencimento por pura eloquência, guia o pensamento popular. Por outro lado, deve-se questionar até onde essa pratica irá nos conduzir? É preciso entender que a base de tudo o que conhecemos e aprendemos foi fruto do exercício da dúvida. Tendo como impulso inicial a relação e diferenciação entre os conceitos de Doxa e Episteme o presente trabalho tem por objetivo apresentar de forma crítica o conflito atual destes conceitos filosóficos. Toma-se por base a distinção que diversos filósofos gregos, entre eles Platão, faziam entre o conhecimento verdadeiro (episteme) e a mera opinião (doxa) para relacionar esses conceitos aos imbróglios atuais que permeiam a sociedade e a própria Democracia contemporânea. Desta forma pretende-se apresentar de qual forma a persuasão influencia nos rumos do “saber” popular e acaba por fragilizar tudo aquilo que se entende por “verdade”. Num primeiro instante trataremos de analisar o que de fato significa o conceito de Doxa e de Episteme, como esses se relacionam aos conflitos atuais e de que modo a persuasão está cada vez mais superando a prática Dialética. Na segunda parte, apresentaremos que tipo de problemas surgem devido a este fato e quais medidas adotar para estar minimamente imune as armadilhas persuasivas.

  1. Análise sobre a Doxa e a Episteme

Platão expõe que a alma traz consigo desde o seu nascimento um conhecimento prévio, a priori, que lhe permite a identificação do objeto – o chamado conhecimento inato. Tais conhecimentos são as ideias, que residem no mundo inteligível, fora do tempo e do espaço. Os objetos do mundo comum organizam suas estruturas conforme essas ideias ou formas primordiais, mas não são capazes de revelá-las em sua plenitude, sendo apenas imitações imperfeitas.

Por outro lado, o mundo sensível trata-se de um mundo acessível pelos sentidos ou material. É o mundo que conhecemos pelos nossos próprios sentidos. A opinião (doxa), fundamentada nas sensações, tem uma “falsa consciência” de si mesma, julgando-se correta. Esse mundo, em Platão, é um engano, um falseamento.

Segundo Platão, atingir o conhecimento implica converter o sensível ao inteligível, ou seja, despertar esse conhecimento esquecido. Dessa forma, a alma se liberta das aparências para se abrir ao conhecimento das ideias verdadeiras. Para isso, Platão recorre à dialética, essencialmente dialógica. Platão acredita que o diálogo é a melhor maneira de buscar a verdade e o único meio de chegarmos ao consenso.

Para o próprio Platão, Episteme significa um conhecimento justificado como verdade, ao passo que a Doxa se refere à crença comum ou mera opinião. Platão formula uma diferença muito importante entre os dois termos, analisando que a Episteme é o conhecimento autêntico, ou seja, o conhecimento científico, enquanto a Doxa representaria a crença ou a opinião. Platão expõe que a Episteme é objetivo, universal, necessário e bem fundamentado; portanto, esse conhecimento é suportado por evidências cientificamente comprováveis. Já a Doxa representa subjetividade, o que não está provado; nesse sentido, é o conhecimento vulgar que a maioria das pessoas possui, empiricamente, espontaneamente, através da experiência cotidiana e da interação social.

O método proposto por Platão para conduzir-nos ao conhecimento seguro é a Dialética, tendo em vista que ela combate a persuasão que, invariavelmente, é utilizada pelos sofistas para convencer aquele com quem se trava uma discussão. O Sofista não trabalha com a inteligência em suas discussões, mas sim com as emoções do seu oponente, então desta forma Platão propõe que a dialética sirva como um antidoto as práticas sofistas, uma vez que através dela o diálogo liberta o indivíduo de sua própria compreensão do mundo, o liberta da sua “bolha”.

Para demonstrar esse pensamento, Platão expõe o mito da caverna.  A alegoria começa com algumas pessoas no interior de uma caverna, acorrentadas desde a infância. Elas não conseguem ver a saída da caverna, apenas sombras de figuras humanas que estão do lado de fora, projetadas por uma fogueira de maneira que ficam gigantes e estranhas. Como essas pessoas vivem na caverna desde que nasceram, acham que as sombras são a única coisa que existe. Nada sabem sobre a luz, sobre a fogueira ou sobre o que há fora da caverna.

Porém, em determinado momento, um habitante da caverna se livra das correntes. Nesse instante, começa a indagar de onde vêm as sombras e sai da caverna. A luz do sol ofusca seus olhos e o assusta. Mas em seguida, seus olhos se adequam à luz do sol, e ele vê o mundo, colorido e bonito, e percebe que as sombras da caverna são apenas uma imitação do verdadeiro mundo. O homem volta à caverna e conta o que viu. Os habitantes da caverna não acreditam nele, dizem que tudo o que existe são as sombras e o matam.

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