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O REFLEXO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA NA MODERNIDADE À LUZ DE GADAMER

Por:   •  4/1/2018  •  Ensaio  •  1.708 Palavras (7 Páginas)  •  183 Visualizações

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O REFLEXO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA NA MODERNIDADE À LUZ  DE GADAMER

O presente ensaio intenta fomentar a discussão a respeito da tomada de consciência histórica crítica que remete a uma reação humana intelectual capaz de fazer emergir a interpretação do passado histórico na atualidade com lucidez, de acordo e segundo o pensamento de Hans-Georg Gadamer, face ao entendimento e pesquisa dasapaixonada e reflexiva dos eventos históricos, numa perspectiva de reconstrução da época pretérita como premissa de compreensão para a atual e nova era com metodologia científica e rigor técnico que garantam o amadurecimento suficiente a que o período em questão seja desvelado de forma evidente, respeitadas as suas conexões de tempo, espaço e o sincronizam ao presente causando recusa a continuar seguindo um conjunto de tradições e crenças apuradas de forma ingênua, a prejudicar a fidelidade histórica necessária para o esclarecimento das verdades históricas.

CONSCIÊNCIA HISTÓRICA – INTERPRETAÇÃO – PASSADO – MODERNIDADE

NOVEMBRO/2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - CCHL

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

PROF. DR. GUSTAVO SILVANO BATISTA

HISTÓRIA DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA II

GRADUANDO: LEVI GOMES DE SOUSA

O REFLEXO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA NA MODERNIDADE À LUZ  DE GADAMER

NOVEMBRO/2017

O REFLEXO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA NA MODERNIDADE À LUZ  DE GADAMER

        Ao problematizar a questão da Consciência Histórica, Hans-Georg Gadamer, procurou não situar o embate em períodos históricos referenciais, porém, aberto o entendimento de que qualquer extensão pretérita deva ser o objeto de apreciação para embasar a modernidade de então. Nesse padrão, todos os que se ativeram ao tema, considerando o seu tempo “o presente”, e a linha cronológica da ciência, agregaram conhecimento.

        No cerne da questão está a afirmação da verdade hermenêutica, como o objeto a ser apresentado e apreciado, com metodologia para o desvendamento e ligação histórica com a modernidade, por conseguinte, da questão temporal já mencionada, desnudado de compreensões estéreis que privam a realidade da clareza e aptidão ao esclarecimento.

        Um pouco engessado, o autor em questão, então com uma obra de alta relevância à época, recém-publicada, Verdade e Método, que versava o tema sob perspectivas de Husserl e Heidegger, se viu diante da camaleônica adaptação aos ensinamentos do filósofo historicista Whilhelm Dilthey, alemão, em cujo país, melhor efervesceu a temática da consciência histórica na filosofia de vida, como assim a denominou. Porém, necessitado de uma visão e estudos macros de toda Europa, porque esse era fenômeno comum a todos os países, Gadamer procedeu um estudo hermenêutico que cujo alcance foi o mundo de então.

        Na sua obra já aventada, Gadamer defendeu uma hermenêutica que chamava de reprodutiva proveniente das artes, consistindo na interpretação que era feita dos textos com uma certa propriedade dos intérpretes que chegava, segundo ele, a comprometer a objetividade, não sendo arbitrária, porém, com uma certa independência de reprodução dos papéis.

        A válvula de escape se dá com a liberdade de propor a hermenêutica como método global das ciências interpretativas com o uso dos instrumentos de   expressões linguísticas e dos conceitos, a contemplar e reconhecer a realidade histórica, tornando acessível os fatos sem o preconceito embutido pela compreensão particular de algum agente de interpretação, que não atentou para se despir de toda carta particular de pré-compreensão.

        Não é pretenso abrir perpendicularidade nestes termos, porém, pretende-se afirmar que a sua definição de consciência histórica, segundo a qual, “...entende por consciência histórica o privilégio do homem moderno de ter plena consciência da historicidade de todo presente e da relatividade de toda opinião” (p.17), não contempla o passado como fator de balizamento precedente, capaz de reproduzir algum evento ou fato e com isto aproximar-se, mais da ciência natural e calcanhar de aquiles quanto a comparação de métodos, científico e hermenêutico, das ciências humanas. De fato abre-se divergência, em razão dessa repetição de eventos, tão exigido pela metodologia científica e praticamente escasso ou impossível ao método das ciências humanas.

        A relevância que há em trazer informações do passado para somar conhecimento, não deveria ter sido diminuída à “tradição” porque há uma conexão evolutiva, capaz de uma vez sincronizadas, estabelecer diálogo com a modernidade e a atualidade fazendo crescer o grau de confiança no comparativo dos eventos e fatos estabelecidos garantindo mais segurança e pureza às compreensões e interpretações empreendidas, já que a regularidade de eventos experimentais não é qualidade no método das ciências humanas.

        Atinente ao que Nietzche evocava ao dizer que os enunciados da razão sempre se apresentam, em linguajar moderno, compactados, necessitando serem decodificados, aparecendo o importante papel da linguagem e da palavra, unidade mínima simbólica, utilizada para expressar e sequenciar os raciocínios, ser a expressão do pensamento e o veículo de gravação da história, mais eficaz que todos os meios informáticos da presente época. Ferramenta essencial e indispensável da interpretação que faz chegar todos, os textos, inclusive ao nível de reflexão. Funciona como um instrumento periférico de entrada e guarda de informações, imbatível quanto a sua capacidade de armazenamento.

        A exaltação à linguagem e ao vocábulo serve para que se diga que a própria reprodução do conhecimento e a disponibilização aos “outros” de quem se imagina venha a recepção, ainda depende do que estará escrito, sem concessões aos outros meios de guarda e transmissão. Pretender alcançar a modernidade sem o pleno domínio dessa ferramenta é utópico.

        Em época de reflexões sobre o conhecimento acumulado e mesmo da ação intelectual resultante deste exercício, as interpretações e ponderações invadem a filosofia, para reconstruir as bases mais profundas que correspondem a natureza e aos fundamentos que darão suporte a novações críticas que orientarão a decisões seguras em relação concretização de consciência histórica coletiva e também particular, cujo bem  maior terá sido não julgar eventos , fatos e atos pretéritos descontextualizados da sua época. Considerando-se um upgrade da modernidade, resultante de avanços no social e na história, muito em função carga de informações, novas descobertas, processos advindos do trabalho reflexivo do homem moderno e atual. Essas reflexões criam novas possibilidades e campos de pesquisas em todas as áreas do conhecimento humano. Gadamer hoje veria a expansão do universo, dito de forma conotativa, da humanidade enquanto a reunião das culturas pelo mundo, com a mesma responsabilidade de quando escreveu o texto-piloto deste trabalho, multiplicada pelo avanço tecnológico e digital que, permite o contato à distância, a tomada imediata de decisões, reflexões, opiniões e a disseminação da cultura e dos feitos que, em fração de segundos, a respeito do quê, grande parcela pensante dos povos podem, tomam e formam conhecimento a respeito de qualquer assunto.

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