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PODEMOS RELACIONAR O CONCEITO DE LOUCURA EM ERASMO DE ROTTERDAM COM O FENÔNEMO DE CORRUPÇÃO?

Por:   •  15/4/2019  •  Ensaio  •  2.600 Palavras (11 Páginas)  •  206 Visualizações

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PODEMOS RELACIONAR O CONCEITO DE LOUCURA EM ERASMO DE ROTTERDAM COM O FENÔNEMO DE CORRUPÇÃO?

Willian da Silva Aragão[1]

No presente trabalho discorremos acerca do pensamento de Erasmo de Rotterdam no que se diz respeito ao entendimento de loucura, tecendo uma relação com o fenômeno da corrupção na política brasileira. Tendo como questionamento: como podemos relacionar o fenômeno da corrupção com o conceito de Loucura de Erasmo de Rotterdam?

Para compreender melhor o entendimento de loucura em Erasmo de Rotterdam, iremos discorrer sobre o contexto histórico do escritor, o mesmo que sendo um religioso, tece críticas inclusive a própria igreja ao qual pertence. A saber, refletiremos sobre os vários entendimentos sobre a loucura, procurando quebrar os paradigmas pré-estabelecidos que já possuímos no entendimento da loucura, tudo isto, pois, de acordo com a visão de Erasmo.

Então, será defendido que o produto final da ganância que perpassa pela ambição é a corrupção, isto pois, é a maior loucura que existe. Das diversas formas de corrupção todas são ruins, todavia a que se diz respeito ao estado, provoca um prejuízo maior, pois atinge a todos, sobretudo a ética.

O ensaio filosófico estará estruturado da seguinte forma: primeiro iremos buscar o contexto de Erasmo como já foi dito, após, em segundo momento analisar o livro Elogio da Loucura de Erasmo de Rotterdam, em seguida, apresentar outros conceitos de loucura (dicionário, medicina, psicologia e filosofia) e o conceito de Erasmo sobre o mesmo.  O ensaio nos conduz ao ápice dele, ao qual faremos a relação da loucura com o fenômeno da corrupção no brasil.

Sabe-se, pois, que o fenômeno da corrupção nos últimos anos ascendeu como nunca antes, é notório que a mesma sempre existiu, onde tem formas de poder sempre existirá o opressor e o oprimido, da mesma forma onde existem oportunidades de se lucrar com bens alheios sempre existirá corrupção. Visto, pois, a corrupção chegou a tal ponto que o cenário politico do nosso país é de extrema vergonha. A loucura, mesmo ela, se envergonha de quem rouba de seu povo.

  1. Contexto histórico de Erasmo de Rotterdam

Desidério Erasmo nasceu em Rotterdam no dia 28 de outubro de 1467 e faleceu na Basiléia em 11 de junho de 1536. É um pensador humanista de grande importância, ligado ainda à teologia. Filho de Gerardius de Prael, que morreu quando Erasmo tinha treze anos, em 1480. Era chamado de " filho de Geraldo", pois era comum naquela época os filhos serem conhecidos pelos nomes dos pais.

Erasmo de Rotterdam foi um humanista magnifico que teve a graça de nascer e adquirir notoriedade no Renascimento, período em que houve um extraordinário progresso da arte, o pensamento, da literatura e de toda a vida europeia no geral, foi também neste período que a Europa se recuperou da escuridão intelectual vivida na Idade Média.

Embora no Renascimento muitas pessoas tivessem dado mais importância a Antiguidade Clássica e reconsiderado o pensamento dessa época, o Renascimento procurava igualmente inovações. Fato ajudado através das universidades espalhadas pela Europa que originaram uma onda colossal de propagação de ideias.

Algo que marca a mentalidade de Erasmo é seu espírito crítico, bastante inovador, acompanhado pela sua discórdia relativamente ao domínio da Igreja sobre a educação, a cultura e a ciência, mesmo ele sendo um clérigo profundamente crente.

Erasmo era, como todos os humanistas da época, extremamente atento ao mundo que o rodeava, era igualmente da opinião que o homem tem livre escolha sobre tudo aquilo que faz e de que é também o homem que deve estar no centro das prioridades do mesmo.

  1. Elogio da Loucura

O Elogio da Loucura é considerado, por muitos, como sendo o expoente máximo das obras de Erasmo de Rotterdam e como uma das obras que mais influenciou a população deste época no que se diz respeito à Reforma Protestante, os dois lados, ora sendo a Igreja Católica, ora sendo Martinho Lutero com os protestantes disputavam o apoio de Erasmo, pois sua obra era usada para atacar os dois lados.

Esta obra foi escrita em 1509 na Inglaterra, quando Erasmo se encontrava hospedado na casa de seu amigo Thomas More, a quem Erasmo dedicou o mesmo, e fora publicado em 1511, em latim e em grego, a princípio a obra era apenas um presente a seu amigo, mas com a repercussão de suas ideias contidas na mesma, ela foi publicada e até hoje faz grande sucesso.

Nesta obra, Erasmo mostra bem o seu espírito crítico através das suas críticas a cortesões, a reis, ao Papa e as práticas corruptas da Igreja. Este ensaio apresenta também várias alusões a Antiguidade Clássica e termina com um testemunho claro dos ideais cristãos, sendo que, por último, todo o ensaio está repleto de sátira e ironia.  

  1. Conceitos de Loucuras em outras perspectivas (dicionário, medicina, psicologia e filosofia)

É importante salientar que para melhor compreensão das ideias do autor sobre a Loucura é preciso antes rompermos com os ideais pré-estabelecidos que já tenhamos consigo do mesmo assunto.

O dicionário Aurélio define loucura como: alienação mental, insensatez, imprudência, extravagância, doidice, ato descontrolado ou irrefletido. Tais conceitos, são o que notoriamente aprendemos a respeito de loucura, e quando se fala sobre este assunto é quase natural associarmos com alguém fora de si, doido, perturbado.

Para a medicina, mais especificamente a psiquiatria, a loucura é resultante de alguma doença mental. Nessa visão fica implícito que há o normal e o patológico como campos distintos, sendo que cada estado tem suas determinadas características. A loucura para essa ciência é diagnosticada por profissionais da área. O tratamento está baseado na supressão dos sintomas e na contenção do paciente que se encontra em surto.

De modo distinto à Medicina, para a Psicanálise a “loucura” não parte do pressuposto da divisão entre o anormal e o patológico. Freud, ao fundar a psicanálise, afirma que a loucura faz parte de cada um de nós e está de certa maneira no inconsciente e os “loucos” são aqueles que não resistiram a uma luta que é uma constante a todos nós na relação com o que é inconsciente.

Em sua obra magna, denominada O Mundo Como Vontade e Representação, Arthur Schopenhauer dedica um capítulo para analisar a loucura. Abaixo, segue uma exposição textual dos principais tópicos deste tema, feita com base no referido livro.

   Há dois tipos de loucura que são analisadas neste capítulo, sendo que cada uma delas influência a outra. Chamam-se loucura “psíquica” a “somática”. Este último termo diz respeito às causas internas que acometem a loucura, seriam, portanto, as más-formações ou desorganizações parciais do cérebro ou dos invólucros, também no influxo exercido por outras partes doentes sobre o cérebro” (2015, p. 480). Este tipo poderá causar falsas sensações e alucinações e quando um indivíduo possui predisposição interna para a loucura, qualquer contrariedade poderá desencadeá-la.  Considerando a inferência da psíquica sobre a somática, há uma comparação feita com o ato suicida, o qual Schopenhauer considera que raramente seja cometido apenas por influências externas ao indivíduo, possuindo na maior parte das vezes como causa, uma moléstia corporal. 

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