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Pos modernidade em Baudrillard

Por:   •  27/5/2015  •  Ensaio  •  3.875 Palavras (16 Páginas)  •  853 Visualizações

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Introdução

O presente trabalho irá debruçar-se em torno do seguinte assunto: Noção de pós-modernidade e Simulacro em Jean Baudrillard. Jean Baudrillard nasceu a 29 de Julho de 1929, em Reims, e faleceu a 6 de Março de 2007 em Paris. Influenciado por Nietzsche, Baudrillard decide explorar com profundeza todos aspectos considerados anormais e esquecidos em nossa sociedade, em seus escritos demonstra clara e evidentemente a sua preocupação em querer se libertar da opressão da modernidade, neste caso do universo fechado da razão ocidental.

Baudrillard foi sociólogo e estudou em profundidade a sociedade de consumo e a comunicação de massas, fazendo análise da produção, das trocas e análise do consumo de símbolos e signos. Para ele a sociedade actual está organizada a partir do consumo, e já não a partir da produção, o que retira as categorias económicas de necessidade, satisfação, distribuição e lucro e dá primazia a análise da natureza e da função dos bens. É nessa vertente que se enquadra o nosso trabalho, na tentativa de trazer aspectos que ligam Baudrillard ao pensamento pós-moderno, tentando entender as manifestações da sociedade em relação ao consumo.  

O presente trabalho visa fundamentalmente trazer a tona premissas que sustentam o pensamento pós-moderno de Jean Baudrillard no que tange a Noção de pós-modernidade e simulacro. Porém iremos de forma específica Contextualizar a condição Pós-modernidade e simulacro em Jean Baudrillard, Aclarar a condição pós-moderna como desenvolvimento do terceiro estágio do capitalismo, e explicar até que ponto a Pós-modernidade é uma sociedade de consumo, O fim do político e social.

Para a elaboração do presente trabalho usou-se como ferramenta principal o método de pesquisa bibliográfica que consistiu no levantamento, selecção, e arquivamento de informações relacionadas com o problema em pesquisa. Contudo este método teve auxílio de outros como hermenêutica, que assim como a origem do termo sugere, consiste em tornar compreensível a informação levantada e seleccionada, aliás este método permite-nos compreender a informação de modo a podermos levanta-la e arquiva-la.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura: em primeiro abordaremos Concepção de pós-modernidade e Simulacros em Jean Baudrillard; a debruando-se seguidamente da condição Pós-Moderna como desenvolvimento do terceiro estágio do Capitalismo; da Pós-modernidade como sociedade de consumo e em última instancia fim do político e do Social.

1. Concepção de pós-modernidade e Simulacros em Jean Baudrillard.

Inicialmente debatemos o conceito de Pós-Modernidade como sinónimo de tempo presente. Segundo alguns autores como Habermas e Lyotard, a Pós-Modernidade seria a condição sociocultural e estética do capitalismo pós-industrial, e estaria relacionada ao rompimento com as antigas verdades absolutas, como o Marxismo e Liberalismo, típicas da Modernidade. Ou seja, o pós-modernismo é tanto complexo como ambíguo, mas basicamente falando pós-modernismo é anti-cosmovisão. Ele nega a existência de qualquer verdade universal e questiona toda cosmovisão.

Para Perry Anderson, a ideia de “Pós-Modernidade” teria surgido pela primeira vez na década de 1930, no mundo hispânico. Frederico de Onís teria empregado o termo “Postmodernismo” para descrever um refluxo conservador dentro do próprio Modernismo. A primeira abordagem filosófica do termo ocorre em 1979, com o filósofo Lyotard. Este considerou a chegada da Pós-Modernidade como o surgimento de uma sociedade pós-industrial, na qual o conhecimento tornara-se a principal força económica da produção, tratando a Pós-modernidade como uma mudança geral na condição humana. Para autores como Sanfelice, Lyotard estabeleceu o conceito de Pós-Modernidade a partir da falência das metanarrativas: Com a “Condição Pós-moderna”, Lyotard anunciou o eclipse de todas as narrativas grandiosas. Aquela cuja morte ele procurava garantir acima de tudo era, claro, a do socialismo clássico, mas também incluiu a redenção cristã, o progresso iluminista, o espírito hegeliano, a unidade romântica, o racismo nazista e o equilíbrio económico.

Os estudos que empreendem esforços para compreender a pós-modernidade enquanto configuração do modo de vida contemporâneo contam hoje com um importante grupo de pensadores, que trazem para esse debate importantes questões de carácter teórico, filosófico e prático. Trata-se de uma interpretação da contemporaneidade que emerge como expressão de uma nova forma de pensar, compreender e traduzir o capitalismo, a globalização, a produção de subjectividade, as lutas empreendidas pelos movimentos sociais.

De acordo Esperandio, (2007:82), Baudrillard é um dos que não concorda com a nomenclatura de pós-moderno, ele preferia denominar a contemporaneidade de sociedade-cultura-consumo. Contudo o autor é considerado por muitos como um dos mais importantes teóricos da pós-modernidade, porém Esperandio (2007) afirma que em suas entrevistas Baudrillard afirmava que

O conceito de pós-modernidade não existe, mas o mundo inteiro o usa com a maior familiaridade, eu próprio sou chamado de "pós-moderno", o que é um absurdo. A noção de pós-modernidade não passa de uma forma irresponsável de abordagem pseudocientífica dos fenómenos, trata-se de um sistema de interpretações a partir de uma palavra com credito ilimitado, que pode ser aplicada a qualquer coisa. Seria piada chamá-la de conceito teórico (Baudrillard apud Esperandio, 2007: 83).

Mais adiante na mesma entrevista ao definir seu próprio pensamento, Baudrillard esclarece: "Procuro reflectir por caminhos oblíquos. Lanço mão de fragmentos, não de textos unificados por uma lógica rigorosa (…) para simplificar, examino a vida que acontece no momento como um fotógrafo. Alias, sou um fotógrafo". (ibdim).

Baudrillard não admite ser chamado de pós-modista, contudo, os pensadores concordam que o seu modo de desenvolver o pensamento encontra-se muito mais próximo do pós-modernismo do que do cientificismo típico da modernidade, dado que decide explorar com profundeza todos aspectos considerados anormais e esquecidos em nossa sociedade, em seus escritos demonstra clara e evidentemente a sua preocupação em querer se libertar da opressão da modernidade, neste caso do universo fechado da razão ocidental, sem no entanto querer encontrar os fundamentos de sua subjectividade como dizia Heidegger, mas sim libertar a razão dos seus limites.

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