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Relações Etnicas

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Por:   •  27/3/2015  •  563 Palavras (3 Páginas)  •  264 Visualizações

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No final do século XIX, o Brasil era visto como um grande laboratório para estudos raciais. Essa visão de um país de raças híbridas, além de ser divulgada por inúmeros viajantes estrangeiros, encontrava acolhida entre os cientistas nacionais, que se congregavam nos diversos centros de ensino e pesquisa aqui existentes: os institutos históricos e geográficos, os museus etnográficos, as faculdades de direito e de medicina. Adotando modelos do determinismo racial, coube a vários intelectuais brasileiros o papel de difundir um extremo pessimismo no que tange ao futuro de nossa nação mestiça. Em 1933, Gilberto Freyre publica Casa-grande & senzala, livro que veio alterar profundamente as noções sobre mestiçagem vigentes em nosso país. Este artigo parte do documentário sobre eugenia Homo sapiens 1900, do cineasta sueco Peter Cohen, e examina as proposições de Gilberto Freyre para o Brasil. Homo sapiens 1900 (1998) é o segundo documentário de Peter Cohen - diretor sueco - lançado no Brasil. Seu tema: eugenia. Em documentário anterior, Arquitetura da destruição (1989), Cohen discutiu a aspiração de Hitler de colocar a arte a serviço da representação dos ideais de pureza racial que ele ansiava para o povo alemão. Na Alemanha dos anos 30, classificava-se de arte degenerada o que não estivesse pautado pelos padrões estéticos da Antigüidade e do Renascimento, o que significou quase toda a arte moderna, em especial o Expressionismo e o Cubismo. Fazendo da arte um dos principais canais de comunicação do Estado, Hitler chegou a comprar uma cópia romana do original grego do Discóbolo para divulgá-la como símbolo dos valores e princípios artísticos que, a partir de então, deveriam ser perseguidos. Nas exposições de arte degenerada, fotografias de deficientes físicos e mentais, retiradas de compêndios médicos e reproduzidas em painéis, eram colocadas lado a lado com obras de artistas modernos como comprovação “científica” do “desequilíbrio” de que eram produto. Legitimavam-se, no campo da arte e da cultura, as idéias eugênicas que visavam combater o inferior e o doente na sociedade.conhecida como “ciência da boa geração”, foi desenvolvida por Francis Galton (1822-1911), na Inglaterra, sob influência da leitura do livro A origem das espécies (1859) de autoria de seu primo, Charles Darwin. Acreditando serem as capacidades humanas resultantes muito mais da hereditariedade do que da educação, Galton propôs a procriação consciente através da união entre indivíduos “bem dotados biologicamente” como forma de aperfeiçoamento social. A idéia de que a família e a sociedade podiam ser cultivadas como um “jardim”, do qual “ervas daninhas” deviam ser eliminadas em benefício de “plantas úteis”, era uma metáfora de suas proposições. A eugenia pretendia oferecer uma seleção eficiente e rápida: o que a natureza levava gerações para realizar, a ciência poderia obter criteriosamente através do planejamento. O termo no sentido empregado por Galton apareceu pela primeira vez em seu livro Human Faculty (1883). Embora os princípios da eugenia tenham sido elaborados por um cientista inglês, foi nos Estados Unidos e na Alemanha, a partir do início do século XX, que começaram a ser colocados em prática. Sob a designação de “eugenia positiva”, adotavam-se medidas de incentivo financeiro a casamentos considerados favoráveis, implantavam-se programas

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