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Republica De Platão

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Por:   •  25/9/2014  •  3.131 Palavras (13 Páginas)  •  333 Visualizações

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RESENHA: REPÚBLICA, OBRA PRIMA DE PLATÃO

PLATÃO, A República. Trad. Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 2004.

Resumo

A República está dividida em dez livros ou diálogos em que Platão discorre sobre seu pensamento sobre o Estado ideal, que também expressa sua doutrina sobre o homem ideal. Serve-se da figura de Sócrates como personagem principal. Este trava com seus interlocutores profundos debates sobre diversos temas, desde o discurso sobre a superioridade da justiça em relação à injustiça, passando pela construção da cidade ideal com todos os seus elementos, com destaque para figura e a importância dos filósofos, às reflexões metafísicas sobre os dois mundos, o sensível e o inteligível, até chegar às conclusões sobre o destino da alma.

Introdução

Quem é Platão? Nasceu em Atenas, em 428/427 a.C. Arístocles era seu verdadeiro nome. Descendente do rei Codro e de Sólon, possuía inclinação natural à vida política. Segundo Aristóteles, Platão foi inicialmente discípulo de Crátilo, seguidor de Heráclito e, posteriormente, de Sócrates. Decepciona-se com os métolos utilizados na política de seu tempo, no regime oligárquico comandado por Cármides e Crítias. Inicia um período de viagens, após o qual, funda a Academia, escola que viria a adquirir grande prestígio em pouco tempo. Escreve várias obras, entre as quais destacam-se: Fedro, Teeteto, Banquete, Filebo, Protágoras, Górgias, República, a obra em questão. Pelo conjunto de sua obra e seu legado, situa-se entre os maiores pensadores de todos os tempos. 1

A República, obra prima de Platão. Com maestria, através dos discursos de Sócrates, descreve-se na República as diversas concepções políticas então conhecidas, contrapondo-as com a ideia de um Estado perfeito. Rejeita inteiramente como inadequadas para sua cidade ideal a visão mítica de mundo, presente nos poetas, como também a influência dos sofistas para a educação política do homem grego. As distinções e categorias presentes nas concepções sobre o Estado fazem referência àquelas que existem em cada homem. Assim, oligárquico, democrático, tirânico e real é o Estado, mas também cada cidadão presente neste.

A República inicia com a ideia da superioridade da vida do homem justo sobre o injusto. Esta ideia desdobra-se em vários argumentos durante toda a obra. O tema da educação dos cidadãos, em especial dos guardiões da cidade, os filósofos, que tem início no livro dois, passa pelo livro três e também é retomado em vários outros momentos, o que leva a crer que Platão o tem em grande conta.

Nota-se que para Platão, a felicidade é fruto da vivência de determinadas virtudes, como são a sabedoria, a coragem e a temperança. Este discurso é planteado no quarto livro. Elemento também significativo é o da possibilidade de paridade entre o homem e a mulher, no que se refere às funções dentro do Estado, segundo alguns critérios de seleção. Este tema e o da regulamentação das uniões conjugais, procriação e educação da prole estão presentes no livro cinco. Se existe alguém preparado para o governo da cidade ideal, esse alguém é o filósofo. Sua superioridade em relação aos demais cidadãos, desenvolvida pela educação e pelas virtudes que adquiriu durante a vida, faz dele o mais apto para tão elevado cargo. O livro seis trata deste argumento.

A alegoria da caverna, texto de capital importância em toda a obra de Platão está apresentada no sétimo livro. Aplicada à vida e à vocação do filósofo, este mito descreve como o filósofo, tendo alcançado a libertação do mundo sensível, tem como dever, tentar trazer os que ainda são escravos da aparência para a luz da Verdade. Além de retomar o argumento sobre a justiça, o livro oitavo expõe também a origem e a transformação pelas quais passam os diversos regimes democráticos. Não há maior infelicidade que viver num regime tirânico, seja para o que governa como para os governados. Este e outros agumentos são desenvolvidos no livro nove. No Estado perfeito, não podem co-existir com a Verdade suprema a aparência do conhecimento, baseada na poesia e na imitação. Este é um dos principais argumentos do último livro.

Conteúdo da obra2

O Livro um inicia com uma discussão entre Sócrates e Glauco sobre as vantagens e desvantagens da velhice. Deste assunto, passa-se ao tema principal de todo este livro, que de certo modo, também está presente na obra toda, a saber: sobre a virtude da justiça. Diante do que diz Polemarco, que a justiça consiste em fazer o bem aos amigos e o mal aos inimigos, Sócrates responde que é necessário antes, distinguir entre os verdadeiros e os falsos amigos e inimigos, pois as aparências podem enganar. O homem justo deve realmente agir como tal e não apenas parecer. Neste ínterim, Trasímaco entra no diálogo desafiando Sócrates a uma resposta diante do argumento segundo o qual a justiça consiste no interesse do mais forte, ou seja, daquele que detém o poder. Sócrates refuta esta tese, com um discurso sobre as diversas artes existentes, afirmando que cada uma não defende o próprio interesse, mas o interesse daqueles que dela aos quais está destinada. A justiça, como arte, é um bem para os outros, não para si. E quem não age assim, é um mercenário. Trasímaco passa a defender a superioridade da injustiça sobre a justiça, afirmando que esta se identifica com a virtude, ao que Sócrates recusa, com o argumento de que a injustiça enfraquece a ação humana pelas discórdias que gera naqueles que a praticam. Termina o livro afirmando que somente o indivíduo que possui a justiça é feliz.

No Livro dois, os amigos de Sócrates, Glauco e Adimanto, desejando que este aprofundasse seu argumento sobre a justiça, fingem estar do lado de Trasímaco e propõem duas teses como desafio àquela que Sócrates acabara de defender sobre a justiça. O primeiro, Glauco, distingue três possíveis categorias de bem: os que são desejáveis por si mesmos, os que são desejados pelas vantagens que proporcionam e os que se desejam apenas por suas vantagens. Segundo Glauco, na opinião daqueles de quem está se fazendo porta voz, todos almejam apenas esta terceira categoria. Para Sócrates, porém, a justiça se encontra na segunda destas categorias. Indo adiante em seu argumento, Glauco sustenta que na verdade, o grande desejo do homem é cometer injustiças sem sofrer punições por tal ato e mais, aquele que não as comete, age assim por medo das punições que pode vir a sofrer. Neste ponto, entra no diálogo Adimanto,

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