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Revolução Industrial

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Por:   •  7/10/2013  •  1.986 Palavras (8 Páginas)  •  221 Visualizações

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Revolução Industrial

A substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril constituiu a Revolução Industrial; revolução, em função do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica.

A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção. Completou ainda o movimento da revolução burguesa iniciada na Inglaterra no século XVII.

Etapas Da Industrialização

Tradicionalmente distinguem-se três períodos no processo de industrialização em escala mundial:

1760 a 1850 – A Revolução se restringe à Inglaterra, a "oficina do mundo". Preponderam a produção de bens de consumo, especialmente têxteis, e a energia a vapor.

1850 a 1900 – A Revolução espalha-se por Europa, América e Ásia: Bélgica, França, Ale¬manha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia. Cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem novas formas de energia, como a hidrelétrica e a derivada do petróleo. O transporte também se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor.

1900 até hoje – Surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produção se automatiza; surge a produção em série; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expansão dos meios de comunicação. Avançam a indústria química e eletrônica, a engenharia genética, a robótica.

Com as transformações ocorridas na virada do século XX para o XXI, contudo, somos obrigados a acrescentar uma nova etapa, na qual o Capitalismo de Cassino dificulta o processo de industrialização por um lado e, por outro, reforça-o através da maior concentração de rendas de todo o período capitalista mundial.

Artesanato, manufatura e maquinofatura

O artesanato, primeira forma de produção industrial, surgiu em fins da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela produção independente; o produtor possuía os meios de produção: instalações, ferramentas e matéria-prima. Em casa, sozinho ou com a família, o artesão realizava todas as etapas da produção.

A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial. O manufatureiro distribuía a matéria-prima e o artesão trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção.

Na maquinofatura, o trabalhador estava submetido ao regime de funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. Foi nesta etapa que se consolidou a Revolução Industrial.

Em outras palavras, o capitalismo, que surge como um câncer entre os mercadores da baixa (final) Idade Média, atinge o seu apogeu com a consolidação da chamada Revolução Industrial que, desde então, é o modelo Fáustico que nos leva a, vertiginosamente, produzir máquinas idealmente cada vez melhores e produzir cada vez mais máquinas, sofisticadas e descartáveis para que o consumidor seja obrigado a descartar o velho produto e adquirir o mais recente em velocidade cada vez maior. Há estudos em curso acerca desta face DESTRUTIVA que o chamado progresso nos traz: o ser humano existe na face da Terra há cerca de 200.000 anos. Somente há pouco mais de 150 anos ingressamos no que Marshal Berman chama de "A Vertigem da Modernidade"

O Pioneirismo Inglês

Quatro elementos essenciais concorreram para a industrialização: capital, recursos naturais, mercado, transformação agrária, vamos ver isso de perto:

Na base do processo, está a Revolução Inglesa do século XVII. Depois de vencer a monarquia, a burguesia conquistou os mercados mundiais e transformou a estrutura agrária. Os ingleses avançaram sobre esses mercados por meios pacíficos ou militares. A hegemonia naval lhes dava o controle dos mares. Era o mercado que comandava o ritmo da produção, ao contrário do que aconteceria depois, nos países já industrializados, quando a produção criaria seu próprio mercado. A chegada dos Europeus ao continente que hoje chamamos "América" e aos volumosos saques de ouro, prata e outras riquezas dos nativosfoi a principal fonte de capital para financiar a posterior industrialização da Inglaterra.

Além da riqueza amealhada através de saques aos povos nativos do Continente Americano, aos Africanso e Hindus, até a segunda metade do século XVIII, a grande indústria inglesa era a tecelagem de lã. Mas a primeira a mecanizar-se foi a do algodão, feito com matéria-prima colonial (Estados Unidos, Índia e Brasil). Tecido leve, ajustava-se aos mercados tropicais; 90% da produção ia para o exterior e isto representava metade de toda a exportação inglesa, portanto é possível perceber o papel determinante do mercado externo, principalmente colonial, como secundo fator preponderante na arrancada industrial da Inglaterra. As colônias "contribuíam" com matéria-prima, capitais e consumo.

Os capitais também vinham do tráfico de escravos e do comércio com metrópoles colonialistas, como Portugal. Provavelmente, metade do ouro brasileiro acabou no Banco da Inglaterra e financiou estradas, portos, canais. A disponibilidade de capital, associada a um sistema bancário eficiente, com mais de quatrocentos bancos em 1790, explica a baixa taxa de juros da época; isto é, havia dinheiro barato para os empresários. Aqui fica ressaltada outra diferença de visão entre os primeiros mercadores e produtores industriais e os contemporâneos. Durante a Era do Capitalismo de Cassino em que vivemos neste século XXI, o "remédio" para todos os males da economia capitalista ("capitalismo" e "crise", não por acaso, são conceitos que andam sempre juntos) é o aumento de juros aliado ao aumento na arrecadação de impostos. Sem mais povos a globalizar fora da Europa, no mundo globalizado de hoje cada trabalhador é taxado violentamente para subvencionar a

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