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SANTO AGOSTINHO E SÃO TOMÁS DE AQUINO

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Por:   •  6/10/2014  •  3.267 Palavras (14 Páginas)  •  1.372 Visualizações

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APRESENTAÇÃO

Santo Agostinho e São Tomás de Aquino foram dois reconhecidos filósofos cristãos. Agostinho viveu entre os séculos IV e V. Estudou na África e inicialmente foi um intelectual que tinha orientação religiosa pagã, aderiu ao maniqueísmo e posteriormente sob grande influência de sua mãe e de diversos autores que lera converteu-se ao catolicismo sendo considerado como pertencente à patrística.

A patrística, em síntese, é o esforço para se criar uma filosofia cristã a qual atribui às práticas tradicionais católicas um arcabouço teórico para que se apresentem como “um conjunto de ideias produzidas e sistematizadas pela razão em um todo lógico” (PESSANHA, 1980 p.XII). Porém as primeiras tentativas de se consolidar tal filosofia cristã que tentava conciliar a fé e a revelação divina com a razão e o raciocínio lógico não obtiveram grande êxito. Somente até Santo Agostinho, que conseguiu elaborar uma verdadeira síntese sistematicamente organizada da filosofia cristã baseada num conhecimento de natureza neoplatônica que adequava o pensamento de Platão as concepções Católicas.

São Tomás de Aquino, segundo Maria da Glória de Rosa, é considerado um dos mais famosos filósofos da escolástica, viveu no século XIII e precocemente recebeu o título de Mestre em Teologia devido à sua genialidade.

A escolástica é marcada pelas ideias de Santo Agostinho, além de também procurar uma conciliação entre a fé e a razão, o catolicismo e a filosofia e ser bastante influenciada pelo pensamento neoplatônico. Entretanto, aprofunda mais no método dialético e sob São Tomás de Aquino ela receberá fortes influências aristotélicas a fim de buscar respostas às novas questões que eram impostas a fé e a razão em meados do século XIII e que o pensamento agostiniano não conseguia abarcar.

1 SANTO AGOSTINHO E SÃO TOMÁS DE AQUINO

Na idade média, a filosofia foi influenciada pelo cristianismo, através dos períodos chamados de:

a- Patrística: (época dos primeiros pais da igreja, os apóstolos, também chamados de padres)

b- Escolástica: ocorrida na baixa idade média, nas escolas monacais e primeiras universidades medievais,

A filosofia medieval caracterizou-se pelo esforço em tentar conciliar o cristianismo com o pensamento filosófico grego, a fé com a razão, converter os pagãos, combater as heresias (desvios doutrinários), etc. .

1.1 A PATRÍSTICA

1 – PATRÍSTICA: AGOSTINHO DE HIPONA (354-430): Agostinho viveu na época da decadência do império romano, embora o cristianismo já estivesse consolidado como religião oficial do império e fosse considerado como a verdade. Agostinho conseguiu, melhor do que qualquer outro pensador cristão, estruturar sobre uma base racional as doutrinas cristãs. Antes de ser cristão, foi adepto do Maniqueísmo (uma filosofia religiosa fundada por Maniqueu, que divide o mundo simplesmente entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo; a matéria é má, o espírito é bom). Atualmente, maniqueísmo significa a visão de mundo de muitas pessoas que só enxergam um lado bom e um ruim. ex: ou você é meu amigo ou é inimigo, quem não segue a minha religião está condenado, direita x esquerda, reacionário x progressista, etc.

1.2 A INFLUÊNCIA PLATÔNICA NO PENSAMENTO AGOSTINIANO:

Agostinho “cristianizou” Platão, fazendo vários paralelos entre a parte espiritualista dele (que diz existir um mundo transcendente) e as Sagradas Escrituras.

Fez a distinção entre o corpo, sujeito à sorte do mundo, e a alma, que é atemporal, e com a qual se pode conhecer Deus.

Como conhecemos? Através da:

A – Razão Inferior – conhecimento científico (se ocupa do mundo corpóreo) Pelos sentidos – cores, odores, sabores ( sentir não é do corpo – sim da alma).

B – Razão Superior – conhecimento das verdades eternas – obtido pela ILUMINAÇÃO DIVINA.

Iluminação Divina: É uma adaptação cristã da teoria platônica da reminiscência, mas de maneira diferente: enquanto Platão afirmava que viemos de um mundo perfeito onde conhecemos todas as verdades, Agostinho afirmava que nossa alma, por ter vindo de Deus, já possuía dentro de si todas as verdades, pois era uma partícula divina. ou seja, as verdades já estão no interior do ser humano, mas só são conhecidas através da Iluminação Divina no nosso interior. Como se chega à Iluminação divina? Através da fé em Deus: Assim se chega às verdades eternas, e o intelecto então é capaz de pensar corretamente a ordem natural divina.

A maior indagação é saber: o que Deus é e não se Ele é (se existe ou não): Para Agostinho, só os homens muito depravados é que não criam na existência de Deus.

Como se prova a existência de Deus? Para Agostinho, somente através de um encontro com Deus, pois pela razão seria impossível, já que Deus está acima da razão, não sendo possível que o inferior conheça ou julgue o superior. “Eu nunca pensaria que é a razão que funda a existência de Deus e que é o raciocínio que garante que Deus deve existir”, dizia Agostinho.

ALMA: A alma é também chamada por Agostinho de homem interior: ela tem origem na substância divina; por isso, é nela e por meio dela que todo conhecimento deve ser buscado.

1.3 O HOMEM INTERIOR E O CONHECIMENTO

Para Agostinho, Nenhum conhecimento verdadeiro pode vir de fora da nossa mente, seja ensino, reflexão, etc. O saber sobre as formas dos seres e objetos, sobre a matéria em geral, os conceitos geométricos e matemáticos, as virtudes, as emoções, em resumo, todos os conhecimentos encontram-se na alma, porque ela se origina da substância divina; isso mostra a influencia do platonismo em Agostinho, (embora para Platão, o ser humanorelembrava (reminiscência) o que já havia conhecido antes; no cristianismo, o conhecimento era despertado, pois estava adormecido em seu interior).

Os conhecimentos que temos consciência são os que já encontramos em nossas almas, como que ativados em nossa memória. Aquilo que ignoramos também está na alma, e simplesmente precisa ser desperto pela memória, por meio da pesquisa em nosso mundo interior.

1.4 O MUNDO E O TEMPO:

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