Simplicidade Voluntária

Simplicidade Voluntária

Você já parou para pensar quanto custa seu estilo de vida? Mas, não apenas o custo financeiro e sim o custo real. Dependendo do que estamos consumindo, de onde vivemos, da forma como nos movimentamos, de como nos divertimos e das escolhas de conduta e aparência, temos que levar em conta para compor o nosso custo os seguintes itens:

1. Tempo despendido para produzir os recursos, considerando o tempo de transporte, reuniões durante as refeições, horas extras exigidas pelo nível de responsabilidade assumida, tempo de estudo e preparação para manter aquele nível de produtividade, participação em eventos sociais e profissionais, tempo para cuidados com o corpo e com a aparência, enfim todo o tempo necessário para manter as condições de produção que temos.

2. Estresse provocado pela complexidade das decisões e ao lidar com problemas que estão diretamente ligados ao padrão de desempenho que precisamos manter.

3. Dores ou doenças fruto de uma vida desequilibrada.

4. Custo financeiro e econômico do estilo de vida adotado, levando em conta todos os itens de consumo, como as marcas consumidas no supermercado, vestuário, consumo de gasolina de acordo com o padrão do veículo, restaurantes, eventos de lazer e de entretenimento, etc.

5. Perda de intimidade ou de experiências na família.

6. Preocupações e ansiedade por ter que lidar com responsabilidades e custos de manutenção de bens e imóveis extras – como carro, barco, casa na praia, casa no campo, etc.

Esses e outros itens podem entrar em nossa lista para compor o custo real de nosso estilo de vida. Assim, podemos ter um diagnóstico para tomada de decisão e fazer uma revisão daquilo que queremos manter, excluir, parar ou começar e assim gerir de forma mais eficiente e harmoniosa nosso processo.

Talvez seja o caso de repensar alguns aspectos da vida e escolher outro estilo, mais leve, mais livre, mais barato em todos os sentidos. O que se chama “simplicidade voluntária” – uma filosofia de vida que premia escolhas mais ecológicas, seja do ponto de vista do uso de recursos do planeta, seja do ponto de vista da ecologia individual – a paz que alcanço comigo mesmo(a).

Se não estivéssemos perseguindo a conquista de tantos bens de consumo, ou menos preocupados com projetar uma determinada imagem, ou ainda se ficássemos livres do desejo de um progresso material sem fim, poderíamos desfrutar mais do dia a dia, fazendo escolhas que nos permitissem viver com maior tranqüilidade, tempo, deleite e alegria.

Nos tornamos inconscientes e buscamos compensar nossas insatisfações internas com consumo externo. Como um pai que não tempo para brincar com o filho porque trabalha muito e para compensar compra um brinquedo caro que exige que trabalhe mais para cobrir aquele custo. É um círculo vicioso.

Não conseguimos reconhecer o que verdadeiramente nos satisfaz porque somos compelidos a um consumismo desenfreado – por isso a obesidade, o estresse e a depressão tem aumentado em nossa sociedade, todos são sintomas de um consumo vazio de propósitos ou de um desejo de consumir que nunca é satisfeito. É sempre tempo de avaliar e rever valores. A