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Sociologia Comte

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Por:   •  21/3/2014  •  Seminário  •  846 Palavras (4 Páginas)  •  287 Visualizações

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“Criado, ou como afirmam muitos de seus seguidores e dissidentes, sistematizado por Augusto Comte, o positivismo surge na França da década de 20 do século XIX e tem como idéias principais a lei dos três estados, a hierarquia dos conhecimentos e o encadeamento dos fatos históricos a partir de uma perspectiva temporal evolutiva, o que minimiza a margem de ação dos seres humanos na história, uma vez que, independente de nossas vontades, os fatos desenrolar-se-ão de acordo com as leis gerais que regem os acontecimentos no mundo. Propõe, neste sentido, uma lei positiva que, supostamente, preside a História. Essa característica do positivismo é comum a outras teorias científicas da época, entre elas o evolucionismo.

No entanto, apesar de, nesse aspecto, restringir a autonomia de ação do homem, a doutrina positivista prima pela proposição da ação, e não pela contemplação, ou seja, deseja estudar somente aquilo que possa ser comprovado cientificamente e que seja resultado de ações concretas, e não de abstrações. Isso quer dizer, por exemplo, que para um positivista, o que interessava era resolver ou amenizar os conflitos de classe, um dado concreto da sociedade francesa do século XIX e resultado da ação de seres humanos, e não identificar as causas desse problema. Para isso, o autor propunha a proteção dos mais fracos pelos mais fortes e a criação de leis sociais e trabalhistas, de modo a dignificar a pobreza e a proteger o trabalhador. Comte não se pronunciou sobre as causas reais desses conflitos, nem culpabilizou os industriais ou o grande capital por isso. Auguste Comte, ao contrário, atribuía um papel fundamental aos industriais no processo de evolução da humanidade. De acordo com José Arthur Giannotti, autor do prefácio à edição brasileira do livro “Os Pensadores” sobre Auguste Comte: “Em Suma, o espírito positivo, segundo Comte, instaura as ciências como investigação do real, do certo e indubitável, do precisamente determinado e do útil.”

As abstrações pertenceriam ao campo metafísico, que, segundo a própria lei dos três estados, seria um estágio ultrapassado da humanidade, quando os homens, que ainda não tinham a ciência como instrumento de compreensão do mundo, recorriam a explicações abstratas, crenças, ou razões metafísicas para entendê-lo. Dessa forma, para os adeptos dessa escola, o que não pode ser comprovado empiricamente não é ciência e, por isso, não é considerado relevante para o progresso da humanidade. Nas palavras de João Ribeiro Junior, autor do livro O que é positivismo?: “O positivismo é, portanto, uma filosofia determinista que professa, de um lado, o experimentalismo sistemático e, de outro, considera anticientífico todo o estudo das causas finais”.

Considerando-se apenas as afirmações feitas acima, Euclides da Cunha poderia perfeitamente ser considerado um positivista, já que compartilhava de muitas das idéias sistematizadas por Comte, como a da análise da história a partir de uma perspectiva evolutiva, da pesquisa empírica dos fatos, sem investigação de causas finais e da própria valorização do conhecimento científico, tido como o único legítimo.

No entanto, essas idéias não foram criadas por Comte, nem eram exclusividade do pensamento positivista. Como disse Stuart Mill, Comte se caracterizaria mais como um sistematizador de conhecimentos

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