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Síntese Sobre Ecumenismo no Brasil

Por:   •  3/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.557 Palavras (7 Páginas)  •  142 Visualizações

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I. OS DESAFIOS PARA O ECUMENISMO NO BRASIL (Síntese)

A compreensão dos caminhos do ecumenismo exige a tomada de consciência da natureza dos desafios que eles apresentam para quem se propõe a percorrê-los, ajudando os cristãos e suas igrejas a avançarem com convicção e realismo rumo a meta da unidade por todos almejada.

1 OS CONFLITOS DO PLURALISMO ECLESIAL

Para o protestantismo eclesial, o Brasil precisava ainda ser evangelizado e nosso estava a razão de sua presença no país, objetivando eliminar as superstições católicas.

Assim, cristãos de diferentes tradições confrontam-se numa polemica que por muito tempo foi a principal característica da relação entre as igrejas.

1.1 As implicações jurídicas

As implicações jurídicas foram motivos de fortes contendas na fase de implantação das comunidades protestantes; sendo que a extensão do território português e a extensão do catolicismo romano se confundiam com implicações jurídicas.

Ser cristão no Brasil colonial e imperial era uma questão legal, de modo que a defesa do território era a defesa da fé cristã no modelo católico romano, sendo que o horizonte jurídico do conflito eclesial estabelecido n Brasil possui três etapas:

1.1.1 A proibição do pluralismo eclesial

A disciplina religiosa no Brasil nos tempos na colonização era rigorosa e atingia a ordem civil e política, de modo que os interesses da Companhia das Índias se ajustavam a disciplina eclesiástica. Acontece o primeiro caso de processo religioso no país, através da Confessio Fluminensis, firmado pelas autoridades políticas e religiosas, onde Villaignon passou a perseguir os três pastores que acompanhavam os colonos calvinistas, considerados os primeiros mártires protestantes no continente americano.

Como religião oficial, o catolicismo reforçava as leis proibitivas de outros credos no país.

1.1.2 A tolerância religiosa

Vários fatores contribuíram para formar um quadro pouco favorável a Igreja Católica Romana no Brasil, o que serviu para favorecer a penetração de outras igrejas. Abrindo-se a possibilidade para a presença legitima de cristãos de orientação protestante e anglicana no país.

1.1.3 A legitimidade do pluralismo eclesial

Aos poucos em muitas regiões do Brasil os lideres protestantes e anglicanos começaram a ganhar espaço para atuar na sociedade; sendo que o período republicano trouxe a separação definitiva entre igreja e estado, abandonando definitivamente uma religião oficial para a nação.

Vê-se que na Republica, em lugar de tolerância do culto das igrejas de inspiração protestante e anglicana, existe liberdade na forma de lei, garantindo o livre exercício e propaganda de suas opiniões religiosas.

1.2 As implicações teológicas

A igreja oficial do Brasil colonial e imperial expressava uma consciência religiosa fundamentada no axioma teológico Salus extra ecclesiam non est, resultando um confronto no qual se chocam convicções doutrinais, identidades eclesiais e motivações missionárias distintas.

1.2.1 O choque de imagens entre as igrejas

As relações interclesiais são dependentes da imagem que as igrejas possuem uma das outras, estando na base das relações entre os cristãos, os quais, no Brasil, assumem três características:

1) a controvérsia apologética – a visão católica do protestante depende de como ela considera os pais da Reforma.

2) o respeito crítico – mudanças radicais aconteceram no interior das igrejas e elas passaram a assumir um comportamento de tolerância mutua.

3) a convivência – possibilitou às igrejas em algumas regiões do país a busca de um conhecimento mútuo com fins de superar obstáculos na busca de caminhos para o dialogo e a cooperação.

1.2.2 O conflito doutrinal

A multiplicidade doutrinal é uma das características mais palpáveis do pluralismo eclesial; é a causa de tensões no nível interno das confissões cristãs, tratando-se de divergência em elementos constitutivos da fé cristã.

As igrejas protestantes apresentam traços comuns com características gerais:

1) Entre o Deus transcendente e a humanidade não existem instrumentos de mediação, a não ser a Bíblia.

2) A soteriologia protestante é centralizada em Jesus Cristo, o único que salva.

3) Implícita na concepção soteriologica está a visão do ser humano, do mundo e da história.

4) A expressão cúltica da fé protestante, centrada na pregação da palavra.

5) Algumas comunidades protestantes não estão totalmente livres das marcas do liberalismo europeu e norte-americano do século XIX, com o qual estavam vinculadas quando se instalaram no Brasil.

1.2.3 A consciência eclesial

As comunidades eram consideradas um prolongamento da ação evangelizadora da igreja-mãe. Antes do desenvolvimento da consciência eclesial surgiam as sociedades voluntárias registradas como sociedades civis sujeitas as leis do país, visando usar dos direitos legais para a garantia da própria existência.

Com o tempo, os cristãos de outras igrejas desenvolveram uma consciência eclesial mais explicita, sendo que aos poucos vão surgindo os salões especiais para as reuniões religiosas. Dois elementos são fundamentais, a Bíblia e os sacramentos: onde a Palavra de Deus é pregada e ouvida e os sacramentos administrados, ali está a igreja de Cristo, como a congregação dos santos. Assim, a igreja de Jesus Cristo é sobretudo na doutrina de reformadores, um grupo ou uma reunião de pessoas que se unem em torno do Evangelho e da graça sacramental dada por Cristo.

1.2.4 A autoridade na igreja

As diferenças doutrinais expressam a identidade eclesial das confissões cristãs, as quais tem a ver com a compreensão da autoridade na igreja, para os católicos manifestada na hierarquia e nos dogmas, para os ortodoxos na tradição e para os cristãos protestantes e anglicanos sobretudo na Bíblia.

A questão da autoridade é preliminar e essencial, pois trata da legitimidade para definir entre o verdadeiro e o falso na fé cristã.

1.3 As implicações pastorais

Os ortodoxos não participam das contendas entre católicos, protestantes e anglicanos porque no período de sua instalação no país, tais contendas já não mais tinham a mesma intensidade e pelo pequeno número de fieis e a tendência etnocêntrica.    

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