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A Geografia Clássica

Por:   •  24/6/2017  •  Resenha  •  3.134 Palavras (13 Páginas)  •  1.416 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Gabriel Moraes

Laura Guimarães

Lucas Santos

Ricardo Willes

HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO

GEOGRAFIA CLÁSSICA

Campos dos Goytacazes, RJ.

2017

RATZEL

Friedrich Ratzel foi um geógrafo alemão que viveu no período de 1844 a 1904, e que fez grandes contribuições para a geografia alemã. Ratzel foi fundamental para a institucionalização da geografia alemã, e também foi o marco de uma geografia cientifica e moderna (positivismo e darwinismo). Usou a geografia como instrumento de poder em beneficio do estado alemão.

Ratzel dividiu a geografia em três campos de pesquisa: Geografia física, biogeografia e antropogeografia. Apesar dessa divisão, a concepção de geografia ratzeriana que se destacou foi a da relação da história do homem sobre o meio (antropogeografia).

Era adepto do conhecimento cientifico, racional e moderno (fazia uma geografia fundada na razão e no método cientifico) e do método indutivo (estudo das particularidades para explicação de leis gerais). Para Ratzel, a geografia é uma ciência descritiva, comparativa, classificatória (topologias) e de elaboração de leis e generalizações.

A priori, Ratzel enxerga a geografia como uma ciência de síntese, que trabalha com diversos fenômenos tentando aprender suas relações (dinâmicas territoriais). Ratzel divide esse estudo das dinâmicas territoriais em dois elementos. O primeiro elemento se resume a um termo que ele próprio criou, a antropogeografia, que é basicamente o estudo das relações do ser humano com o meio. O segundo elemento é o estudo das dinâmicas territoriais do estado (geografia politica).

Apesar de apresentar traços organicistas, naturalistas em suas obras, Ratzel não concordava com a afirmação de que o ser humano é um produto do meio (determinismo), a verdade é que Ratzel defendia a busca no passado para explicar o presente (historicidade) e que a história é algo indissociável da geografia na produção do saber.

A geografia moderna produzida por Ratzel tem o intuito de contribuir para o imperialismo e para a unificação do Estado alemão, que se apoiou nas bases teóricas da ciência para se legitimar.

Ratzel estava inserido em um período no qual o Estado alemão passava por um processo de unificação, processo esse que estava atrasado se pareado com países como França, Russia, Inglaterra e Estados Unidos, que já haviam dividido o mundo. Para a Alemanha sobraram alguns territórios menos expressivos na África e alguns arquipélagos na Oceania.

Quando começou a estudar o Estado na sua geografia politica, Ratzel considerou o Estado como a sociedade organizada dominando o solo(território). Afirmou também que o progresso (ampliação de territórios sob seu domínio) ou a decadência (diminuição do território dominado) de um Estado dependeria de sua capacidade de expansão.

Ratzel foi muito influenciado pela teoria da evolução de Charles Darwin, pois via o homem como uma espécie animal e não como um elemento social. Acreditava que a evolução se processaria através da luta entre várias espécies, e que venceria a espécie mais forte e que se adaptasse ao meio natural, e fez uso disso para legitimar a expansão territorial do Estado alemão. Para explicar isso, Ratzel criou o termo espaço vital, ideia muito usada por Hitler na metade do século XX, e que por definição seria a relação da população de um Estado e a capacidade de utilização do seu território.

Ratzel possui o critério hologênico, que consiste na preocupação do geógrafo de abarcar toda a terra, e pegar o particular e transformar no geral, para identificar elementos estruturais constantes.

Em suas obras, é comum de encontrar elementos que remetem causa e efeito. Alguns o chamam de determinista por conta destes elementos. Ratzel defende a ideia de que o homem é o produtor da sua própria história, ideia essa que é contrária ao determinismo ao qual ele é rotulado.

Em suas obras, Ratzel também apresenta uma critica as ciências sociais e politicas por não considerarem o solo (território) um agente de grande influência. Enxergava o Estado como um organismo vivo, que tem uma origem, logo depois se desenvolve, tem sua fase de colapso e termina com sua morte.

Ratzel era adepto de três categorias básicas, uma delas é chamada de posição, que consiste nas coordenadas geográficas latitude e longitude, a outra é chamada de sítio, que consiste nas características concretas e materiais do solo (território) e por ultimo, a categoria que é chamada de situação, que é relativa e varia de acordo com a estrutura do território, e tem importância de acordo com o período que se passa.

LA BLACHE

Paul Vidal de La Blache foi um geógrafo francês que viveu no período de 1845 a 1918, e que fez grandes contribuições para a geografia francesa de forma a ser um percussor da geografia moderna na França. Diferente de outros autores da Geografia Clássica, La Blache teve destaque com suas obras que falavam de Região, um conceito de origem dele.

La Blache afirmava que uma área ou região atua e influencia na vizinha, afirmando também que para entender as particularidades da Terra, deve-se entende-la como um todo. As pesquisas de La Blache estão fundamentadas na unidade terrestre “a inspiração e o princípio originais de toda Geografia” e em causas gerais agindo na superfície terrestre. Com essa afirmação, La Blache demonstra um teor organicista em sua obra, pois tal afirmação conota que a Terra é um organismo e tudo está interligado.

Após o Estado alemão obter por meio da força as regiões da Alsácia e Lorena, que ficava na fronteira da França com a Alemanha, o Estado francês se viu obrigado a pensar o espaço e fazer uma geografia que deslegitimasse a expansão territorial do Estado alemão e fundamentasse o expansionismo francês. A geografia vidaliana foi fundamental para suprir essa necessidade do estado francês.

La Blache e Ratzel tinham um tipo de relação antagônica, pois Ratzel fazia geografia em prol do estado alemão e La Blache fazia geografia para o estado francês, e uma tentava sobrepor a outra.

La Blache via o objeto da geografia como a relação homem-natureza, na perspectiva da paisagem. La Blache acreditava que, de acordo com o agir do ser humano, ele transformaria a natureza e seria por ela transformado.

Na perspectiva de La Blache, a natureza passou a ser vista como possibilidades para a ação humana. Isso levou La Blache a ser rotulado de “possibilista” pelo historiador Lucien Febvre.

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