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A Geografia Cultural

Por:   •  21/1/2018  •  Artigo  •  1.127 Palavras (5 Páginas)  •  540 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA

NÚCLEO DE TECNOLOGIA PARA EDUCAÇÃO-UEMANET

LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

DISCIPLINA: EPISTEMOLOGIA DA GEOGRAFIA

TUTOR à DISTÂNCIA: ILDELICE PINHEIRO BASTOS

ALUNO: LUIZ SALES CALDAS  

                                                PÓLO: ANAPURUS

                A Geografia cultural é uma área da Geografia que analisa as paisagens culturais. Carl Sauer professor da Universidade Berkeley, Califórnia, percebeu em seus estudos sobre culturas e sociedades que a relação existente entre o homem e a paisagem natural termina por modificar a mesma. Essa linha de raciocínio veio divergir da teoria do determinismo ambiental que, defendia desde o começo do século XX, que as sociedades e pessoas eram vistas como controladas pelo ambiente na qual se desenvolviam.

                A Geografia cultural apareceu como resposta ao estudo das normas e variações culturais de determinados lugares e ambientes, descrevendo e analisando as formas de linguagem, religião, artes, crenças, economia, governo, trabalho e outros fenômenos culturais, observando se os mesmos variavam ou permaneciam constantes, explicando assim como acontece a interação entre o ser humano e o espaço onde o mesmo habita.  

                Podemos destacar a globalização, a ocidentalização, o imperialismo cultural, o estudo das diferenças no modo de vida englobando ideias, comportamentos, linguagens, práticas, instituições e estruturas do poder; o estudo das paisagens culturais, como tópicos aplicáveis ao campo de estudo da Geografia cultural.

                Para a escola de Berkeley, “o estudo da história das paisagens naturais demanda uma cooperação estreita entre a Geografia cultural e a Geografia física, o que nos leva ao seu tema final: a ecologia cultural.” Como tal perspectiva só se aplicava ao estudo das sociedades tradicionais, as sociedades complexas seriam mais bem estudadas a partir de abordagens econômicas e tecnológicas (DUNCAN, 2000, p. 69).

                A paisagem, como podemos ver passa a ser objeto de interpretação da geografia, permitindo assim, a leitura da cultura e da história de um povo através da manifestação dos valores, crenças e demais atributos que os identificam. Entretanto, para Mikesell (2009, p. 91) “A palavra paisagem, mesmo com seus significados múltiplos e ambíguos, não possui um sentido amplo e suficiente para se tornar sinônimo de Geografia cultural”    

                Wagner; Mikesell (2007. p.36) ressaltam que:

O estudo da paisagem natural serve, simultânea e inseparavelmente, a diversos fins diferentes. Independente da sua função de descrição sistemática proporciona uma base para classificação regional, possibilita um insight sobre o papel do homem nas transformações geográficas e esclarece certos aspectos da cultura e de comunidades culturais em si mesmas. Busca diferenças na paisagem que possam ser atribuídas a diferença de conduta humana sob diferentes culturas e procura desvios de condições “naturais” esperadas, causados pelo homem.

                A paisagem natural é formada apenas pela natureza e passa a receber a “marca” humana alterando assim esse meio natural. É nessa linha de raciocínio que Leite (1997, p. 13) afirma que:

A partir do momento em que o homem trocou a atividade nômade por uma atividade localizada, passando de caçador a agricultor e criador, surgiu a primeira ligação estável entre ele e o espaço que o circundava. Essa mudança de atividade, ao mesmo tempo em que permitiu o desenvolvimento da produção para a sobrevivência, introduziu uma nova e profundamente importante alteração na relação do homem com a natureza: a possibilidade de transformar o cenário natural em um cenário construído, uma paisagem artificial, na qual as condições de sobrevivência são asseguradas pela repetição ativa dos ciclos observados na natureza.      

                Sendo que, os geógrafos brasileiros só vieram despertar interesse pela Geografia cultural no final da década de 1980. Somente a partir de 1993 com a criação do NEPEC (Núcleo de estudos e pesquisas sobre espaço e cultura) do departamento de Geografia da UERJ refletindo assim o interesse dos pesquisadores brasileiros pela Geografia cultural.

                Uma das contribuições importantes da Geografia cultural é trazer para a ciência geográfica novos temas e propor novas abordagens, incorporando novas pautas de debate no campo próprio do ensino da Geografia, formando subjetividades, demandando saberes, permitindo a construção de visões de mundo e nos colocando em conexão em complexas relações, muitas vezes tensas e conflitantes.

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