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A Globalização na Geografia

Por:   •  5/4/2021  •  Resenha  •  1.559 Palavras (7 Páginas)  •  202 Visualizações

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Conceituando o termo Globalização.

        Globalização é um termo originado dos princípios do sistema capitalista, vinculado aos ideais neoliberais. Discute-se a questão de até onde vai os limites de um país, limites que podem ser territoriais, naturais, comerciais, culturais ou alfandegários; se diferentes localidades do planeta Terra, mesmo que distantes, podem integrar-se total ou parcialmente, e até onde tal integração é saudável para a manutenção da existência de culturas distantes.

        O conceito de Globalização é construído através da contribuição de diferentes autores e ciências, como a Geografia, a Sociologia, a História, a Filosofia e a Economia. A Globalização é a integração gradual ou total de diferentes nações, comunidades e sociedades, dentro de um processo de relações socioespaciais a nível mundial, instrumentalizadas pelos sistemas de comunicação e transporte, que evoluíram significativamente nas últimas décadas. A integração mundial, proporcionada pela Globalização, é crescente dentro de um complexo processo, sendo passível à constantes transformações e adaptações ao longo do tempo, visando atender sempre as exigências do sistema capitalista.

        A origem do processo de Globalização no mundo é controvérsia, mas considerando os grandes marcos da História vemos claramente que a Expansão Marítima, nos séculos XV e XVI, abriu portas para o sistema capitalista atingir diferentes localidades, sociedades e comunidades; o objetivo desta época era expandir comércio, fazer novas alianças e garantir sistemas de troca e lucro exclusivos. Para tal, foi necessário a evolução tecnológica daquela época, desenvolvendo, principalmente, os sistemas de transporte e comunicação, tendo o desenvolvimento de tecnologia marítima e cartográfica, e a criação dos correios, no caso do Brasil colônia, por exemplo. Essa “Globalização” inicial precisou dessas “adaptações” para que pudesse buscar novos mercados, estabelecendo, essencialmente, em sociedades primitivas, encontradas na América do Sul e na África.

        A Globalização, por mais que não conseguimos enxergar, continua dentro desse processo de adaptação até os dias atuais, na verdade ela se adapta a qualquer localização do planeta Terra, buscando moldar-se na realidade local, se ajustando à sociedade, ao comércio, à cultura, à política; a Globalização apresentará os aspectos necessários a maior propagação do sistema capitalista, desempenhando suas feições mais perversas.

        Ela foi gradativamente apresentando evoluções, recebendo incrementos substanciais com as transformações tecnológicas proporcionadas pelas três revoluções industriais. Nesse caso, cabe um destaque especial para a última delas, também chamada de Revolução Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século XX e que ainda se encontra em fase de ocorrência. Nesse processo, intensificaram-se os avanços técnicos no contexto dos sistemas de informação, com destaque para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet, além de uma maior evolução nos meios de transporte.

        A Globalização está em todo canto do mundo, em grande e pequena escala, propondo o “rompimento” de fronteiras, “diminuindo” distâncias e “unificando” países. O sistema capitalista prega a união cultural, social, política, educacional e econômica, afirmando que as inúmeras nações podem conviver dentro de ideais de “igualdade”. É visível, atualmente, por exemplo, uma cultura proveniente da Europa influenciar uma pequena cidade no Brasil, ou uma música estadunidense, em inglês, fazer sucesso mundial, mesmo em país com outros idiomas. A Globalização não prega apenas a diminuição das barreiras alfandegárias, mas também diminuição de barreiras culturais, propondo uma miscigenação cultural, que favorece culturas hegemônicas e extingue culturas inferiores ou mais fracas.

         A Globalização possuí diversas características, uma delas é a busca de mercados consumidores, desvinculando-se de mercados internos já saturados. As multinacionais são os agentes desse processo, instalando-se em países subdesenvolvidos, com grande potencial consumidor e, principalmente, taxas elevadas de mão de obra barata e analfabeta. As indústrias que se instalam no Brasil, por exemplo, almejam o barateamento do processo produtivo, a redução de custos, o lucro crescente, a isenção de impostos e a obtenção de matéria prima, sem mencionar, é claro, o exército de trabalhadores disponível para completar o processo de produção. Sabemos ainda que países subdesenvolvidos, como o Brasil, servem de “quintal” para as multinacionais, que produz determinado produto em nosso território, exporta este produto, importa de volta e taxa impostos sobre esse produto “nacional”.

Efeitos da Globalização.

        Os efeitos da Globalização, mediante o cenário apresentado acima, são previsíveis. As desigualdades sociais e as crises econômicas são crescentes em todo o mundo, não somente nos países subdesenvolvidos, mas também nos países de primeiro mundo, onde se originara o sistema capitalista e o processo de Globalização. O capitalismo é falho, assim como seus mecanismos e processos diversos, proporcionando não apenas desigualdade social, mas essencialmente desigualdades nas formas de comunicação, crises de valores morais nas sociedades e extinção de diversas culturas.

        A Globalização promove e impõem uma ideologia dominante, que possui uma “hegemonia cultural” e econômica em relação ao restante do mundo, exercendo influência, poder e controle sob regiões desfavorecidas, que servirão de território para o desenvolvimento das multinacionais, com matriz nos países hegemônicos. Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da globalização no mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional em redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferentes pontos.

Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos acordos regionais ou dos blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada como um entrave à globalização, pois acordos regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é fundamental no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e também propiciar ações conjunturais em grupos.

A Globalização é um processo complexo e em constante transformação, promovendo uma relação desordenada e perversa entre o local e o global; além disso, a Globalização é controversa e injusta, apresentando uma interface traiçoeira, não revelando suas verdadeiras intenções. Mas quando falamos de Globalização, pensamos em algo material ou um processo feito por uma única pessoa; nos livrando da confusão, a Globalização, de certa forma, é construída por todos, desde o hegemônico até o submisso, todos nós endireitamos e conduzimos, mesmo que de formas diferentes, esse processo da Globalização; portanto, seu fim também será originado na sociedade, em cada um de nós.

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