TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Industrialização Brasileira

Por:   •  20/8/2021  •  Artigo  •  1.499 Palavras (6 Páginas)  •  102 Visualizações

Página 1 de 6

Escola: Instituto Federal de Alagoas.

Estudante: Macielly da Trindade Almeida.

Turma: 922.

O processo de industrialização brasileiro iniciou-se no século XX, sendo considerado tardio em comparação ao processo de industrialização dos países europeus. Enquanto a Revolução Industrial ocorria na Europa, o Brasil ainda vivia sob um regime colonial e escravista, com sua economia baseada em artesanato, sendo proibida a manufatura na colônia brasileira. Foi apenas nas primeiras décadas de trinta que surgiram as primeiras manufaturas em nosso país, com a produção cafeeira sendo o principal produto alvo da exportação.

Por volta de 1530 a 1808, as manufaturas eram proibidas na colônia pela metrópole, tendo em vista que, acreditava-se que os produtos brasileiros seriam uma provável concorrência com os produtos portugueses. Em virtude desse pensamento da coroa metropolitana, conhecemos o processo de industrialização apenas cerca de 200 anos após a industrialização européia. Prevaleceu, portanto, o primeiro modo de fabricação, o artesanato. Nesta forma de fabricar objetos, são utilizados instrumentos simples para a confecção das peças, tendo como objetivo atender às necessidades básicas do trabalhador, não havendo divisão do trabalho entre os fabricantes.

Entre as primeiras décadas do século XX, iniciaram-se os primeiros investimentos em manufaturas, realizados pelo governo brasileiro e a classe burguesa da sociedade. Foram adquiridas máquinas para o setor industrial e melhorados os setores de transporte e energia. O café se tornou o principal produto de exportação em nosso país, tendo seu cultivo realizado, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. É importante ressaltar que o processo de industrialização brasileiro não ocorreu a nível nacional, mas sim, focou-se em áreas específicas de nosso território, ocorrendo, majoritariamente, na região Sudeste do país.

Durante a Primeira República, em razão dos grandes lucros gerados pela exportação cafeeira, o governo brasileiro realizou a instalação de algumas fábricas simples, que focavam na produção de calçados, alimentos, produtos de higiene e de limpeza, e demais artigos de incomplexa, porém eficaz, fabricação. As condições e os acontecimentos mundiais foram de extrema importância para impulsionar a industrialização brasileira, já que, em virtude da Primeira Guerra Mundial, passou a ser inviável importar dos países europeus, sendo necessário investimentos na produção e comércio nacional. Os esforços financeiros para alavancar a produção local foram altamente prejudicados pela crise econômica mundial decorrente do ano de 1929.

Na década de 1930, em seu desenlace, a produção cafeeira e seus produtores foram diretamente atingidos pela crise de 1929, onde a bolsa de valores e as ações mundiais tiveram sua maior queda e piores investimentos até então vistos. Evidentemente, os cafeicultores passaram a buscar por novos produtos a serem cultivados e posteriormente comercializados. Em consequência, os grandes latifúndios e demais infraestruturas anteriormente utilizadas pela cafeicultura para transporte da produção foram redirecionados para o setor industrial e seus fabricantes.

Por conseguinte, durante as décadas de 1930 a 1950, ocorreu o verdadeiro apogeu da industrialização no Brasil. O período correspondente ao governo de Getúlio Vargas, conhecido como Estado Novo, é por muitos estudiosos, considerado o momento em que ocorreu a Revolução Industrial Brasileira propriamente dita. O governo vigente se tornou o grande investidor da indústria nacional, enviando inúmeros montantes de recursos para alavancar o setor fabril. Nesta etapa da industrialização, a manufatura ainda é predominante, porém, as primeiras faíscas da indústria moderna já podem ser contempladas.

A manufatura é um modo de fabricação intermediário entre o artesanato e a indústria moderna, tendo seu alvorecer na Europa, no período correspondente à Revolução Industrial. Trata-se de um meio de fabricação de objetos que utiliza máquinas simples, ainda necessitando da habilidade do trabalhador para produzir as peças. Neste estágio da industrialização, há o início da divisão social do trabalho, processo este que se baseia em ter mais de um trabalhador fabricando um determinado produto, sendo cada fabricante responsável por uma etapa do processo produtivo. À exemplo, um produto A que tenha N fases de produção, cada fase será responsabilidade de um trabalhador em particular, proporcionando, assim, a finalização do produto e sua posterior comercialização.

Durante o Estado Novo, Vargas investiu pesadamente na indústria e empresas nacionais, admitindo uma postura extremamente nacional e contrária às indústrias estrangeiras que desejavam instalar posses em território brasileiro. O governo passou a entusiasmar-se com a criação de empresas públicas e próprias do Brasil, tendo o contexto da Segunda Guerra Mundial como um incentivador para a produção realizada pelas indústrias pesadas, aquelas que transformam a matéria-prima e fabricam bens de grande porte, já que, novamente, estava inviável a importação de bens de produção vindos da Europa ou da América do Norte, em específico, dos Estados Unidos. Além disso, o governo ainda cobrava preços baixos para fornecer os serviços necessários para fabricar os produtos. Dessa forma, tornava-se mais benéfico para as indústrias utilizarem do capital fornecido pelo Estado do que comercializar com as empresas privadas e estrangeiras.

Durante seu mandato, o presidente Getúlio Vargas tornou-se conhecido, quando se trata de industrialização, por implantar uma política industrial de substituição de importações, que define-se como um processo de produção de um produto antes importado. Tratava-se de uma estratégia para instalar indústrias estatais em setores específicos da economia, como os de bens de produção e infraestrutura. Por mérito do plano traçado durante seu governo, foi possível o crescimento do setor industrial e instalação de diversas nacionais importantíssimas para o país, como a Companhia Vale do Rio Doce, Companhia Hidrelétrica do São Francisco, Fábrica Nacional de Motores, Companhia Siderúrgica Nacional, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Petrobras.

Portanto, percebe-se que o governo de Vargas teve como principais características o protecionismo econômico e nacionalismo da política industrial, com altos investimentos nas indústrias de bens de produção. Porém, é de suma importância salientar que o setor agrícola e pecuário no Brasil nunca perderam sua relevância, já que as produções agrícolas foram os principais produtos de exportação do nosso país até a década de 1970. Além disso, é válido ressaltar que o dinheiro público disponibilizado por Vargas para as estatais criadas durante seu governo recebiam, à propositais preços baixos, objetivava a compra de matéria-prima, minérios, combustíveis, eletricidade, dentre outros produtos naturais; para proporcionar a fabricação e comercialização dos produtos industrializados gerados pelas indústrias que recebiam tais investimentos.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (11 Kb)   pdf (80.2 Kb)   docx (10.8 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com