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A Natureza na Concepção Marxiana

Por:   •  28/6/2022  •  Relatório de pesquisa  •  666 Palavras (3 Páginas)  •  87 Visualizações

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          Quando pensamos em o que é natureza, podemos logo cair na definição de local onde não há interferência humana, um termo mais apropriado à uma possível definição sociológica de “natural”.

           Para Montibelles Filho (2004), O primeiro conceito de natureza vem das culturas arcaicas (das sociedades pré-mercantis, não organizadas estatalmente, na concepção marxista), nas quais o homem é, antes de tudo, parte do grande organismo da natureza, concebido como totalidade viva e divina. Colocando o homem de forma includente à “Natureza”, de forma que esta tem uma ligação materna ao homem.

          Também vemos uma definição em Marx, onde ele diz que a natureza se funda em si mesma. Ela é ser a partir de si e mediante si mesma, sendo assim causa sui.

          Marx afirma que o ser humano só produz em contato com a natureza e condiciona a produção humana ao estabelecimento desse metabolismo com a natureza. Ou seja, para Marx, o ser humano não pode produzir sem a natureza. Literalmente, o ser humano “nada pode criar sem a natureza, sem o mundo exterior sensível (sinnliche Außenwelt)” (Marx, 1932/1968, p. 562). Sendo no mundo exterior sensível, natureza, onde o trabalho se efetiva. Isso significa que o ser humano só se efetiva em relação com a natureza. Em uma relação com o mundo natural que é mediada pelo processo de trabalho. Fora dessa dimensão, fora do contato com a natureza, não há trabalho. Não há ser humano que não seja um ser natural. 

          Assim Carvalho Peto (2021), na concepção marxiana, a natureza não é compreendida como algo que é determinado a priori. A potência da natureza se atualiza quando o ser humano, por meio de sua ação, estabelece uma relação metabólica com o meio natural. É impossível separar o humano do natural em Marx. Não se entrevê, outrossim, redutibilidade de um ao outro. O que ocorre é que nessa relação o ser humano se confronta com a matéria natural como potência natural (Naturmacht) e, a fim de se apropriar dela, age sobre ela. A partir dessa ação, o ser humano modifica a natureza e, ao mesmo tempo, se modifica. Ou seja, esse movimento tanto naturaliza o ser humano quanto humaniza a dimensão natural sem apagar as diferenças existentes entre ambos.

Conclusão

          É fundamental entender natureza para a 'compreensão materialista', onde só podem ser estudadas em relações e a partir da noção da totalidade.

          Mesmo que Marx não formule essas análises isoladas sobre natureza ou sobre o processo de trabalho, essas duas categorias nos dão as diretrizes para o estudo do ser social e da estruturação do capital.    

          Isso porque, para Marx nenhuma sociedade pode existir fora de uma relação metabólica com a natureza. É a natureza que nos fornece as condições de produção e manutenção da vida humana, sendo assim, o ser humano apenas consegue produzir essas formas efetivas de existência em uma relação com a natureza que é mediada pelo processo de trabalho. Fazendo então do trabalho não apenas uma atividade específica dos seres humanos vivendo em sociedade, mas é também o fundamento primordial do processo histórico no qual o ser humano surge como ser social.

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